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ESTUDO DE CASO - JOHNSON & JOHNSON E ACTELION, HEINEKEN E BRASIL KIRIN, NATURA E THE BODY SHOP

Por:   •  24/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.705 Palavras (15 Páginas)  •  351 Visualizações

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IBMEC ONLINE

ALEXANDRE AGUIAR DE CASTRO

FUSÕES E AQUISIÇÕES

ESTUDO DE CASO - JOHNSON & JOHNSON E ACTELION, HEINEKEN E BRASIL KIRIN, NATURA E THE BODY SHOP

PAULÍNIA

2018

1 CONTEÚDO DO TRABALHO

Desde o início da globalização, as empresas têm se defrontado com ambientes competitivos cada vez mais acirrados. Sobreviver e crescer em ambientes altamente mutáveis e globalizados fez com que as organizações reformulassem suas estratégias ao longo dos anos, passando da busca incessante pelo lucro a perenização da empresa, ganhos de escala, posicionamento estratégico e desenvolvimento de novos mercados.

As fusões e aquisições devem estar sempre alinhadas aos planos estratégicos da empresa. Conforme MARTELANC, PASIN e PEREIRA (pag. 79, 2014):

De maneira geral, o mercado interpreta cada aquisição de acordo com a criação de valor dela esperada. Aquisições vistas como criadoras de valor contribuirão para o aumento do preço das ações, ao passo que as tidas como destruidoras ajudarão a reduzir seu preço. Quando o preço de uma ação cai após o anúncio de uma aquisição é porque o mercado interpretou que o valor presente da sinergia a ser gerada não é superior ao ágio pago, e vice-versa.

2 JOHNSON & JOHNSON E ACTELION

Neste primeiro caso estudado, a aquisição da Actelion pela Johnson & Johnson por US$ 30 bilhões, analisaremos como essa operação foi “pensada” pela última e como o mercado reagiu a esse negócio.

A Johnson & Johnson é uma gigante da área de cosméticos e medicamentos. Segundo o site Mundo das Marcas[1]:

A JOHNSON & JOHNSON nasceu há mais de um século na pequena cidade de New Brunswick, estado de Nova Jersey. Foi em 1886 que os irmãos Robert, James e Edward Johnson, resolveram montar uma pequena empresa, localizada em uma antiga fábrica de papel de parede as margens do rio Raritan.

Ainda conforme o mesmo site: “A ideia era criar a primeira fábrica no mundo a produzir uma compressa cirúrgica asséptica, pronta para o uso, que reduziria assim a ameaça de infecções.”

Desde sua criação, a Johnson & Johnson buscou a inovação e o desenvolvimento de novos produtos e processos. Analisando estrategicamente, ao adquirir a Actelion a Johnson & Johnson segue seu Propósito[2]: “Levar ciência à arte da vida saudável.”

A Actelion é a maior empresa biofarmacêutica da Europa focada em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos de ponta.

Segundo informações do próprio site[3]:

Há 16 anos atuando no segmento biofarmacêutico, a suíça Actelion é líder mundial em pesquisa das áreas relacionadas ao endotélio, a camada celular dos vasos sanguíneos mais próxima do fluxo de sangue. Focada em inovação e na pesquisa de medicamentos de doenças raras, a Actelion é pioneira no desenvolvimento do primeiro antagonista dos receptores da Endotelina para o tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), doença grave que acomete as artérias que ligam os pulmões ao coração (as artérias pulmonares).

O braço farmacêutico da Johnson & Johnson é a Janssen Pharmaceuticals, empresa com um portfólio de produtos diversificados que abrange doenças cardio vasculares, imunologia, doenças infecciosas e vacinas, neurociência, oncologia, hipertensão pulmonar, etc.

A Actelion foi uma aquisição totalmente estratégica, pois incorpora à Janssen tecnologia e medicamentos de última geração, agregando valor e buscando criar um diferencial competitivo.

A reação do mercado frente a transação, pode ser verificada através do comportamento do preço das ações da Johnson & Johnson na NYSE (New York Stock Exchange) nos meses subsequentes à aquisição:[pic 2]

                                                    Figura 1

A partir da data de anúncio do negócio, 26 de janeiro de 2017, nota-se uma valorização das ações da Johnson & Johnson, saíram de um patamar de US$ 111,84 e atingiram US$ 139,72 ao final de 2017. Uma alta de 24,92%, ou seja, tanto o mercado quanto os acionistas entenderam que a aquisição da Actelion estava alinhada com os objetivos de longo prazo da Johnson & Johnson.

O negócio envolvendo a totalidade das ações da Actelion teve um ágio de 23%[4], evidenciando o interesse da Johnson & Johnson pela Actelion.

Segundo o site da revista Valor Econômico[5], a Johnson & Johnson espera adicionar US$ 1,3 bilhão em receitas de vendas ainda em 2017.

Notamos que a Johnson & Johnson não sofreu o que os especialistas chamam de “maldição do vencedor”. Não é incomum a queda das ações da empresa compradora após uma aquisição. Segundo MARTELANC, PASIN e PEREIRA (pag. 77, 2014):

Esse fenômeno é conhecido como ‘maldição do vencedor’ e baseia -se na seguinte interpretação: a empresa adquirente conseguiu realizar tal transação porque pagou caro demais pela aquisição e não houve nenhum concorrente disposto a pagar o mesmo valor. Por outro lado, as empresas vendedoras normalmente têm suas ações valorizadas no momento do anúncio da venda.

Interessante mencionar que vários estudos conduzidos nos EUA mediram os retornos tanto para as empresas compradoras quanto para as vendedoras. Conforme MARTELANC, PASIN e PEREIRA (pag. 77, 2014):

Copeland (2002) sintetizou as conclusões de dezenas desses estudos feitos nos últimos dez anos (veja a Tabela 1). Ferris e Petitt (2002) 2 também compilaram uma série desses estudos e concluíram que, infelizmente, o retorno para os acionistas adquirentes tem sido, na média, negativo (veja a Tabela 2).

TABELA 1 RETORNO MÉDIO PARA O ACIONISTA

                        Empresa -alvo                 Empresa adquirente

Takeover                 35%                                         3 %–5%                 

Fusão                         20%                                         2 %–3%

Fonte: Copeland, 2002.

TABELA 2 DESEMPENHO NO MERCADO DE AÇÕES DE EMPRESAS ADQUIRENTES APÓS UMA FUSÃO OU AQUISIÇÃO

Fonte                                                 Mercado                 Período                 Desempenho

Agrawal, Jaffe e

Mandelker (1992)                              EUA                         60 meses              –10,26%

...

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