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INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS

Por:   •  24/9/2015  •  Relatório de pesquisa  •  25.329 Palavras (102 Páginas)  •  308 Visualizações

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1º. SEMESTRE – CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AS CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS

PROFA. ELIZABETE DAVID NOVAES

O conteúdo da disciplina está dividido em 5 Unidades, relacionadas entre si, e distribuídas em 30 Seções/Aulas. São elas:

1. O MUNDO DAS CIENCIAS SOCIAIS – seções 1 a 7

2. A CONTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL: RELAÇÃO ENTRE O INDIVIDUO E SOCIEDADE. – seções 8 a 13

3. COMO A SOCIEDADE SE MANTÉM: DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO, SOLIDARIEDADE E COERÇÃO. – seções 14 a 21

4. COMO A SOCIEDADE SE TRANSFORMA: O MUNDO DA POLITICA. – seções 22 a 27

5.OS MÉTODOS DAS CIENCIAS SOCIAIS. – seções 28 a 30


UNIDADE 1 – O MUNDO DAS CIENCIAS SOCIAIS

A especificidade do olhar que as Ciências Sociais lançam sobre a realidade. Procedimentos analíticos e de método: relativizar, distanciar o olhar e estranhar aquilo que é tido como “natural”. Contexto histórico do surgimento das Ciências Sociais: a modernidade e suas transformações. Diferença entre as Ciências Naturais e as Sociais. As Ciências Sociais como ciências da compreensão, buscando desvendar os significados que os homens atribuem às suas ações. O objeto das Ciências Sociais: a sociedade, vista como interação recíproca entre os indivíduos. A interação social na vida cotidiana e a linguagem das Ciências Sociais: tipificações e tipos ideais. Exemplos: os tipos ideais de dominação (legal, tradicional, carismática) e o “homem cordial” brasileiro.

Seção 1 – Desnaturalização dos padrões sociais

Nesta seção, busca-se analisar o relato de Tuiavi sobre o mundo ocidental; no qual ele apresenta um olhar de “admiração” acerca da forma como o homem moderno vive nas grandes cidades.

Desse modo somos introduzidos numa perspectiva sociológica que questiona os padrões de convivência socialmente instituídos, mostrando que todas as configurações sociais podem ser modificadas ou interpretadas sob diferentes olhares.

TEXTO DE LEITURA: O PAPALAGUI - comentários de Tuiávii, chefe da tribo Tiavéa, nos mares do sul, recolhidos por Erich Scheurmann. Editora Marco Zero: Rio de Janeiro.

Chefe da tribo Tiavéa, Tuiávii analisa criticamente a cultura ocidental. É importante sabermos como os outros nos vêem, e lendo O Papalagui percebemos a mesquinharia do homem branco... Para Tuiávii, a maneira como nós vivemos não deve ser imitada por sua tribo, pois, segundo ele, vivemos obcecados, vivemos de forma que a racionalidade do homem branco é mais valorizada do que os sentimentos humanos. A questão da solidariedade, da coletividade, da alegria de viver, por exemplo, ficam esquecidas numa sociedade em que o dinheiro é o deus dos homens. Deixarei para vocês alguns dos principais comentários do livro O Papalagui:

Sobre o Trabalho:

É difícil dizer o que é profissão, mas todo Papalagui tem uma. É uma coisa que se deve ter muita alegria ao fazer, mas raramente isto acontece. Ter uma profissão significa fazer sempre a mesma coisa, uma só coisa, e tantas vezes que se consegue fazê-la de olhos fechados e sem esforço algum. Se com minhas mãos outra coisa não faço além de construir cabanas, ou tecer esteiras, construir cabanas ou tecer esteiras é a minha profissão.

Estais rindo ! E estou certo de que dirão como eu : " Se tivéssemos o direito de fazer apenas uma coisa e não pudéssemos participar de todos os trabalhos que precisam da força humana, teríamos só metade de alegria, ou talvez nenhuma! " E por certo chamarei louco todo aquele que pedisse das vossas mãos apenas um só trabalho, como se todos os outros membros e sentidos do vosso corpo fossem aleijados e mortos.

Sobre nossa tão declarada falta de tempo, ele diz:

Fala muito no tempo, diz muita tolice a respeito do tempo. Nunca existe mais tempo do que aquele que vai do nascer ao pôr do sol e, no entanto, isto nunca é suficiente para o Papalagui. O Papalagui emprega todas as forças que tem e todos os seus pensamentos tentando alongar o tempo o mais possível. Serve-se da água e do fogo, da tempestade, dos relâmpagos que brilham no céu para fazer parar o tempo. Põe rodas de ferro nos pés, dá asas às palavras que diz para ter mais tempo. Mas para que todo este esforço?

Sobre nossa estupidez:

Ele [o homem branco] tem pena de nós, povos das muitas ilhas, porque não exercemos este saber [no caso, o conhecimento de que o homem branco está sempre à procura]. Ele acha que somos pobres de espíritos, estúpidos como os bichos selvagens... É certo, sim, que exercemos pouco o saber que o Papalagui chama pensar. Mas a questão é saber se é estúpido quem não pensa muito, ou quem pensa demais. A vida do Papalagui é, por muitas formas, semelhante à de um homem que vai de canoa para Saváii, mal se afasta da praia, pensa: Quanto tempo vou levara para chegar a Saváii? Pensa, mas não vê a paisagem agradável que tem diante dos olhos.

Sobre nossa ansiedade:

(...) Triste sorte a daquele que pensa no que está longe. (...) É tão inútil pensar isso quanto querer ver o sol de olhos fechados .

Sobre o conhecimento que os papalaguis dizem ter:

Se se perguntar a um Papalagui porque ele pensa tanto, responderá: Porque não quero ser tolo. É tolo todo Papalagui que não pensa, se bem que, na verdade, é bem um sinal de inteligência quem sabe encontrar seu caminhar sem pensar muito.

Nós, homens instruídos, não causamos inveja a eles:

Amados irmãos que não pensam: depois de tudo quanto vos disse devemos, realmente, querer imitar o Papalagui e aprender a pensar como ele pensa? Não, eu digo. Não devemos, nem podemos fazer coisa alguma que não nos torne mais fortes de corpo, mais alegres e melhores de espírito. Precisamos, e isto é o mais importante, evitar tudo quanto nos prive da alegria de viver, de tudo que nos obscureça o espírito, lhe tire a luz clara, e faça a cabeça brigar com o corpo.


Seção 2 – O Cenário Medieval

Nesta seção, por meio das contribuições de Allan Dawe, busca-se apresentar a origem histórica do mundo moderno e do individuo moderno, a partir das transformações e rupturas sociais do mundo medieval. Dawe evidencia a mudança na concepção de individuo, que passa a ser uma referencia ao anonimato e à independência em relação à celebridade. O individuo moderno e suas formas de interação social colocam-se como objeto específico da sociologia, como tratado na Seção 3 (com Georg Simmel).

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