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Por:   •  1/6/2016  •  Artigo  •  2.832 Palavras (12 Páginas)  •  264 Visualizações

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ANÁLISE DA QUALIFICAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: ESTUDO BASEADO EM DIAGNÓSTICO DAS EMPRESAS DO RIO GRANDE DO NORTE

Rosana Curvelo de Souza1

Tâmara Patrícia Filgueira de Melo Moura2

RESUMO

Este trabalho pretende analisar e comparar os dados de duas pesquisas realizadas pelo SEBRAE-RN, em 2008 e 2010, junto às empresas atuantes na área de Tecnologia da Informação (TI) no estado do Rio Grande do Norte, Brasil. O objetivo é focar nos dados referentes à qualificação da mão-de-obra nessas empresas, característica apontada como uma das maiores dificuldades para condução do negócio pelas empresas da amostra pesquisada. O amplo desenvolvimento da Tecnologia da Informação sugere que as empresas atuantes nesse segmento necessitam de diferenciais significativos para edificar sua participação no momento em que o mercado está mais propenso a investimentos nessa área. Os gráficos neste trabalho apresentam o crescente faturamento das empresas de TI no Rio Grande do Norte, que aumentou 37,45% entre 2008 e 2010. De acordo com os dados, os postos de trabalho para atender à carteira de clientes também vêm subindo ano a ano. No entanto, uma particularidade muito clara nesse campo é que há uma carência em qualificação que viabilize a formação de um quadro de profissionais compatível à demanda nessas empresas. Resultado disso é um desequilíbrio que tende a manter-se ainda por algum tempo, pois nos próximos anos as faculdades e universidades dificilmente formarão quantidade suficiente de profissionais qualificados para preencher de forma desejável as vagas em TI, levando à juniorização do setor. O reflexo desse fenômeno pode ser percebido no gráfico que mostra que 64,2% dos funcionários das empresas pesquisadas têm entre 20 e 29 anos de idade.

Palavras-chave: Qualificação, Mão-de-obra, Tecnologia da Informação, Rio Grande do Norte.

1. Jornalista (UFRN), pós-graduanda em Assessoria de Comunicação (UnP) e mestranda em Administração (UFRN). Técnica-administrativa da UFRN. E-mail: rosana@reitoria.ufrn.br

2. Contadora (FARN), MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria (FGV) e mestranda em Administração (UFRN). Analista do SEBRAE/RN. E-mail: tamara@rn.sebrae.com.br

1. Introdução

 Durante os últimos trinta anos houve um debate permanente entre a possibilidade de desemprego maciço, causado pelo crescente uso da Tecnologia da Informação (TI). O debate se verifica entre um grupo de economistas que acreditam no desemprego em massa e outro grupo que acredita que isso não irá acontecer. Ambos reúnem economistas proeminentes, incluindo os ganhadores do prêmio Nobel, Leontief (apud TURBAN, 2004), que sustenta a tese do desemprego em massa, e Simon (apud TURBAN, 2004), que argumenta contra esta tese. Este debate sobre como a TI irá afetar o nível de emprego levanta outras questões: o desemprego é de fato socialmente indesejável? O governo deveria investir mais na distribuição de renda e na determinação dos níveis de emprego? A TI nos deixará a todos ociosos, porém mais ricos?

A citação acima revela o impacto na TI na empregabilidade de um país, nos fazendo despertar para uma nova questão: Como superar estes desvios? Em que segmento esta “crise” pode ser transformada em “oportunidade”? Um dos desafios contemporâneos para a administração de empresas que atuam em Tecnologia da Informação é que, nessa área fortemente competitiva do mercado econômico, é impossível negligenciar a relevância da qualificação da mão-de-obra. Segundo Turban (2004), a TI permite uma maior produtividade e maior abrangência de controle nas empresas, aproveitando melhor o conhecimento especialista e reduzindo a necessidade de técnicos especializados. Ainda afirma que a TI resultará em uma proporção muito maior entre funcionários administrativos e trabalhadores braçais, na medida em que os computadores passaram a substituir funções administrativas. Veio a surgir, então, a necessidade de especialistas em sistemas de informação, aproveitando as oportunidades oferecidas.

Em um contexto de mercado profundamente marcado pela globalização, esses especialistas devem reconhecer que não há mais espaço para improviso, pois a qualificação não apenas garante a melhoria das práticas de trabalho do dia-a-dia das organizações como serve também de ponto de partida para as inovações que se tornam necessárias à própria sobrevivência das empresas de TI. As empresas deste segmento enfrentam um grande desafio, que é enfrentar a inflação salarial do setor e arcar com os custos de capacitação interna de profissionais de nível Junior, principalmente aqueles, que, tendo crescido em frente a computadores apontam tal familiaridade com TI que assumem o papel de guru técnico, porém deixam a desejar em outras diversas habilidades que um bom profissional necessita deter. O objetivo do presente artigo é analisar a problemática da mão-de-obra nas empresas de Tecnologia da Informação do Rio Grande do Norte no que diz respeito a qualificação. Na primeira parte do artigo, apresenta-se o momento atual de desequilíbrio entre oferta e demanda de mão-de-obra qualificada através de levantamentos realizados por associações representativas das empresas de TI no Brasil e artigos que problematizam a importância da qualificação. Em seguida, é caracterizada a metodologia científica utilizada neste trabalho para então se chegar ao objeto do estudo, a análise do diagnóstico das empresas de TI no Rio Grande do Norte, com ênfase na qualificação da mão-de-obra. A última parte é dedicada à conclusão do estudo e ao reconhecimento das limitações da pesquisa, recomendando-se encaminhamentos para pesquisas futuras.

2. Qualificação da mão-de-obra em TI e desafios atuais

A preocupação legítima dos gestores em agir alinhadamente às mais elevadas exigências de qualidade espelha que a TI, apesar de ser um campo relativamente novo, já caminha no sentido de consolidar suas estruturas, sua linguagem, suas estratégias e, principalmente, a profissionalização dos seus quadros. A atividade do setor se sofisticou, explicando por que a qualificação da mão-de-obra tem ganhado relevância simultaneamente nos meios acadêmico e corporativo. O arcabouço conceitual e metodológico para construção ética de conhecimento e produção eficaz de artefatos de TI torna-se fator de agregação de valor às empresas, na medida em que contribui para sua colocação privilegiada no mercado.

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