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O Efeito Google e Amnésia Digital

Por:   •  24/3/2019  •  Dissertação  •  449 Palavras (2 Páginas)  •  147 Visualizações

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NATHÁLIA RUGGIERO GIL

O efeito Google e a amnésia digital

Lembrar de cor a data de aniversário de seus amigos se tornou uma tarefa difícil. Aquela receita de bolo que você viu hoje de manhã na TV também não parece tão simples assim de guardar. E o nome da rua daquele restaurante legal? Esquecer-se tão facilmente desse tipo de informação está ligado à grande praticidade com que a podemos acessar: um clique na rede, um desbloqueio de tela – é o chamado “efeito Google”.

Muitas vezes tendemos a associar a perda do poder de memória à vida contemporânea corrida, estressada. Entretanto, segundo estudos da Kaspersky Lab, a dificuldade de retenção de informações surge justamente da confiança dessa responsabilidade a dispositivos digitais, isto é, a amnésia digital é gerada a partir do processo macro de terceirização da memorização, o que acaba por catalisá-lo e inseri-lo em um ciclo vicioso.

A pesquisa com 6000 consumidores maiores de 16 anos em seis países europeus aponta que, embora 47% das pessoas pudessem recordar seus número de telefone de quando tinham 10 ou 15 anos, mais da metade dos adultos não conseguiriam ligar para seus filhos ou escritórios sem antes consultar sua agenda eletrônica. A grande maioria, 79,5% dos entrevistados, assumiu utilizar a internet como uma extensão de seu cérebro, muitas vezes sem tentar antes lembrar-se da informação, bem como esquecendo-a logo após seu uso (24%). A dependência dos dispositivos digitais se mostrou altíssima, com 53% dos consumidores mais jovens afirmando que seus smarthphones armazenam tudo que precisam saber ou recordar.

Em uma sociedade na qual o acesso à internet é quase ou tão estável quanto o acesso à água ou à eletricidade, confiar plenamente na tecnologia é não menos do que tentador. Para a Dra. Kathryn Mills, do Instituto de Neurociência Cognitiva da University College London, o problema não é puramente “esquecer”, já que somos adaptáveis e lembrar-se de tudo é substancialmente inviável. Este se torna um problema quando perdemos informações das quais queremos nos lembrar.

Outra grande preocupação em torno da questão é a confiança propriamente dita que depositamos hoje nos meios eletrônicos para guardar nossas informações. Danos mais tangíveis do que a discutida perda de poder de retenção informacional do indivíduo são os riscos mais mensuráveis relacionados à segurança dos dados: roubos de identidade, fraudes financeiras, além de perda ou divulgação de informações valiosas. Uma pesquisa anterior da Kaspersky Lab apontou que 75% das mulheres e 66% dos homens acreditam não serem potenciais alvos para ataques cibernéticos, enquanto 43% foram afetados por malware financeiros em 2014.

Em suma, o saldo de ter uma infinidade de informações na palma de nossas mãos é indiscutivelmente positivo. Resta-nos só e simplesmente avaliar com sabedoria o potencial risco às nossas memórias.

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