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O FLUXO DE CAIXA

Por:   •  16/10/2015  •  Relatório de pesquisa  •  2.234 Palavras (9 Páginas)  •  143 Visualizações

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O próximo ano será melhor para o varejo (mas nem tanto)

Os fantasmas da Copa e das eleições deixaram de rondar o consumidor, que voltará a comprar, mas com cautela. Mesmo que o comércio cresça, 2015 ainda ficará longe do patamar alcançado entre 2003 e 2012. As perspectivas para o varejo brasileiro em 2015 são melhores do que as projeções mais otimistas feitas para 2014, na avaliação de economistas da consultoria GO Associados. A Copa do Mundo, as eleições e o aumento da inflação provocaram um forte esfriamento da economia neste ano. O consumidor reduziu as compras, com impacto negativo na produção e nos investimentos. Este ano, portanto, foi marcado pela falta generalizada de confiança na economia. Esse momento de instabilidade, porém, já começa a sair de cena, na avaliação da GO Associados. Se tudo ficar mais ou menos como está, isto é, o governo mantiver plano de segurar a inflação, não subir exageradamente os juros e adotar políticas para o aumento da produção, do emprego e da renda, como tem dito a presidente Dilma, quase todos os setores do varejo devem crescer em 2015 mais do que em 2014, na avaliação da consultoria. O Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV) já identificou um cenário mais otimista neste final de ano. De acordo com o Índice Antecedente de Vendas (IAV), calculado pelo instituto, o varejo deve crescer 2,5% neste mês e 2,7% em dezembro. De acordo com análise da GO Associados, o consumidor adiou neste ano as compras de bens mais caros – ou porque ficou com medo de gastar ou porque chegou a ponto de não conseguir mais pagar as prestações em dia – e, aos poucos, deve voltar às compras. 

Essas foram algumas das consequências de um choque de confiança que, na avaliação de Maurício Morgado, do Centro de Excelência em Varejo da FGV/EAESP, era necessário. Para ele, a desaceleração embute um forte elemento comportamental. “O momento já era de pessimismo. Com a Copa, a autoestima do brasileiro ficou baixíssima e, com as eleições, isso piorou”, diz. 

''Vai levar seis meses para o mercado voltar ao ritmo"

         O comércio de eletroeletrônicos, conforme prevê a GO Associados, é o que deverá ter o melhor desempenho no setor de comércio no ano que vem, com expansão de 2,8%, um ponto percentual a mais do que a previsão de crescimento da consultoria para este ano, de 1,8%.Para o setor de tecidos e vestuário, o crescimento deve ser de 1,5%, também um ponto percentual a mais do que o aumento previsto para este ano, de 0,5%. No caso de supermercados, o crescimento deve ser apenas um pouco maior, de 2,3%, do que o previsto pela consultoria para este ano, de 1,8%.

“O ano de 2015 será melhor do que este para o varejo porque não terá mais os fantasmas da Copa e das eleições rondando o consumidor. Este ano houve adiamento de compras, postergadas para o ano que vem. Claro, não será um ano nada efusivo. Será um ano de baixo crescimento, de cautela, mas, para o comércio, deve ser, sim, um ano melhor do que 2014”, afirma Fábio Silveira, sóciodiretor da GO, que prevê crescimento zero do PIB para este ano e de 1,5% para 2015.

COMÉRCIO CRESCE, MAS NÃO CHEGA AO RITMO DE 2003-2012

O comércio pode crescer mais do que neste ano, porém, crescerá num ritmo bem menor do que o registrado no período de 2003-2012, segundo análise da GS&MD, consultoria especializada em varejo. Naquele período, o crescimento médio anual do varejo foi de 7,9%. Alguns setores superaram até os dois dígitos de expansão, como o setor de móveis e eletroeletrônicos (14,7%) e o de veículos e peças (11,1%).

Para Eduardo Yamashita, diretor do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas da GS&MD, é difícil prever o que vai acontecer com o comércio em 2015. “Em 2013, o comércio cresceu praticamente metade do que vinha crescendo e, neste ano, o ritmo está em 2,9% (de janeiro a agosto). Para o varejo voltar a ter bom desempenho, o consumidor precisa estar confiante e ainda há dúvidas se isso vai ocorrer no ano que vem”, afirma Yamashita.

Quatro indicadores, na sua avaliação, precisam ser considerados para fazer qualquer previsão sobre o desempenho do comércio: emprego, renda, crédito e confiança do consumidor. “A taxa de desemprego, ao redor de 5%, continua estabilizada, mas a renda começa a crescer menos, o crédito está mais seletivo por parte dos bancos privados e as pessoas estão mais endividadas, situação que não deve mudar muito ao longo de 2015. A grande incógnita é como vai ficar a confiança do consumidor no ano que vem”, diz o diretor da GS&MD.

Para Altamiro Carvalho, economista da Fecomercio-SP, o comércio tem pouca margem de crescimento, especialmente no ano que vem, quando o controle de preços e a política de juros – já iniciada na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – deverão manter o nível de atividade econômica mais baixo. “Renda, emprego e crédito não crescem em períodos de ajustes fiscais e de inflação. Levará entre seis meses e um ano para que a credibilidade seja resgatada e o mercado volte a pegar ritmo”, diz Carvalho.

Claro que a confiança na economia só virá se o governo fizer a lição de casa, o que significa reduzir os gastos públicos, controlar a inflação e evitar medidas artificiais de reforço do consumo.  Na avaliação da equipe da consultoria GO, a inflação, uma das maiores inimigas do consumidor, não deve disparar em 2015. A projeção da consultoria para o ano que vem é de uma inflação ao redor de 6% (IPCA), menor do que a prevista para este ano, de 6,4%. Silveira diz que a inflação deve ser menor porque os preços das matérias-primas estão caindo no mercado internacional, o que deve favorecer, de certa forma, o consumidor brasileiro. “Os produtos fabricados no país, mesmo os importados, não sofrerão grande pressão de alta, o que deve trazer certo refresco para o consumidor”, diz. Para o comércio em geral, a previsão da GO é de crescimento de 2,2% no ano que vem e de 2% neste ano. O que puxa para baixo o crescimento é o comércio de combustíveis, que deve crescer 1,6% em 2015 e 1,9% este ano, segundo a consultoria.

Será um ano mais difícil para os postos de gasolina por conta dos aumentos de preços previstos para o setor. Recentemente, o governo autorizou a Petrobras a fazer reajustes nos preços da gasolina e do diesel, estabilizados desde novembro de 2013. Essa estabilização nos preços contribuiu para que o setor tivesse bom desempenho neste ano. De acordo com levantamento da Boa Vista SCPC, de janeiro a setembro, o movimento do comércio de combustíveis e lubrificantes no país subiu 8,8%, na comparação com igual período do ano passado. O desempenho dos postos de gasolina foi melhor do que a média do varejo, no período, de 5,3%. No caso de outros setores, os aumentos no movimento foram de: 8,1% (móveis e eletrodomésticos), 5,7% (tecidos, vestuário e calçados) e 2,3% (supermercados, alimentos e bebidas), no período. Para a Boa Vista, o movimento do varejo deve crescer cerca de 4% neste ano.

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