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O MUNDO GLOBALIZADO VISTO DO LADO DE CA

Por:   •  24/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.632 Palavras (7 Páginas)  •  1.429 Visualizações

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

O MUNDO GLOBALIZADO VISTO DO LADO DE CA

MILTON SANTOS

Geopolítica

ARAÇATUBA

2015[pic 1]

15 primeiros minutos descritivos do filme.

“ É preciso explicar porque o mundo de hoje que é horrível, é apenas um momento do longo desenvolvimento histórico e que a esperança sempre foi uma das forças dominantes das revoluções e das insurreições e eu ainda sinto a esperança como minha concepção de futuro. ”

(Jean Paul Sartre, 1963, Prefácio de “Os Condenados da Terra”, de Frantz Fanon.)

Milton Santos: - Cada evidencia é uma virtude que se sente pela intuição, mas sobre tudo pelo estudo e tentar ver a parte do presente que se projeta no futuro

Narrativa: - Descolonizar é olhar o mundo com os próprios olhos pensa-lo de um ponto de vista próprio. O centro do mundo está em todo lugar, o mundo é o que se vê de onde está, o olhar sobre as primeiras globalizações vem das primeiras viagens de descobrimento e conquista os primeiros territórios desocupados não estavam desabitados em apenas um século entre 1500 e 1600 dos 80 milhões dos nativos existentes na américa pré-colombiana, 70 milhões foram exterminados, duas mil línguas desapareceram com eles. Tupis, Cat.., Amputes, tiveram seus territórios ocupados e demarcados arbitrariamente ignorando – se povos, línguas, culturas, religiões, para facilitar a dominação e o saque de suas riquezas. Os 10 milhões de africanos transplantados no Brasil depois de séculos de escravidão nas plantações de cana, café e nos garimpos de Minas Gerais, ficaram abandonados à própria sorte.

A primeira globalização do colonialismo se caracterizou pela ocupação territorial, a segunda globalização começa no fim do século xx marcada pela fragmentação dos territórios. O século xx foi o século das revoluções. As revoluções tecnológicas transformam as novas conquistas em sonhos de um mundo melhor logo começa o desmonte do estado de bem-estar social, humanismo como motor do desenvolvimento e progresso é substituído pelo modelo do consumo voraz.

Milton Santos: - Um consumo que hoje é o grande fundamentalismo, esse sim que é o grande fundamentalismo.

As técnicas são implantadas nas sociedades e nos territórios a partir de uma política, hoje a política das empresas globais, amanhã a partir da política dos estados impulsionada pelas nações.

ENCONTRO COM MILTON SANTOS – O MUNDO GLOBAL VISTO DO LADO DE CÁ

“Uma proposta libertaria para estes dias tumultuados”

Um pouco de Milton: - Queria dizer em primeiro lugar que me considero um intelectual outsider, coisa que é rara no Brasil, não pertenço a nenhum partido, não pertenço a nenhum grupo incluindo de intelectuais, não respondo a nenhum credo, não participo de qualquer militância.

Entrevistador: - É difícil ser um intelectual negro no Brasil?

Milton Santos: - Eu creio que é difícil ser nego, e difícil ser intelectual no Brasil, essas duas coisas juntas “dá o que dá”. É difícil ser negro porque fora das situações de evidencia, passa a ser um pouco pesado ser negro e é difícil ser intelectual porque não faz parte da cultura nacional ouvir tranquilamente uma palavra critica.

Entrevistador: - Porque a opção pela Geografia?

Milton Santos: - Eu acho que foi a opção pelo movimento, o fato de ter quando garoto me impressionado com as populações que mudavam de lugar, talvez isso tenha me dado uma dimensão da disciplina, e o meu gosto pela história, sobretudo pela história do presente me levou também a valorizar todo o processo contraditório de modo que não sendo um marxista ortodoxo, eu tenho medo disso desses marxista, pois creio que toda doutrina que não se busca renovar ela corre o risco de se tornar uma religião, desse modo eu me considero um marxista.

Entrevistador: - Ainda hoje?

Milton Santos: - Ainda hoje sobretudo hoje, com a globalização o que sobrou do socialismo fundado em realidades profundas como no caso da China por exemplo, e um mundo ocidental onde nós aprendemos mais a conhecer e analisar e interpretar se tornou todo capitalista, então se tudo se torna capitalista obrigatoriamente a contradição se instala.

O mundo do Norte e o Mundo do Sul

Narrador: - Uma forma de reconhecer o nível de desenvolvimento do planeta é observar a quantidade de luz que as cidades emitem a noite, a foto de um satélite revelo o mito do contraste do desenvolvimento do Norte e do Sul da terra a renda dos 500 indivíduos mais ricos da terra é superior ao dos 416 milhões mais pobres. Em 1990 um Norte-Americano ganhava em média 38 vezes mais que um Tanzânio, hoje ganha 61 vezes mais.

Milton Santos: - Nunca ouve uma oposição tão grande entre um pequeno grupo de países e a maioria esmagadora dos países da humanidade, então nós temos um indíssimo em germe muito mais forte do que antes e uma realidade da dependência muito maior do que antes e talvez por aí é que vai surgir essa oportunidade de construirmos o mundo de uma outra forma.

Narrador: - De fato se desejarmos escapar a crença que esse mundo assim apresento é verdadeiro e não queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos em um só. O primeiro seria um mundo na qual nos fazem vê-lo a globalização como fator. O segundo seria um mundo tal como ele é, a globalização como perversidade. O terceiro um mundo como ele pode ser, uma outra globalização.

Milton Santos: - Nunca na história da humanidade, ouve condições técnicas e cientificas tão adequadas a construir um mundo da dignidade humana apenas essas condições foram expropriadas por um punhado de empresas que decidiram construir um mundo perverso, e cabe a nós fazer dessas condições materiais a condição matéria da produção de uma outra política.

 Consenso de Washington – Globalização como perversidade

Narrador: - Em 1989 uma reunião realizada pelo instituto Internacional de Economia em Washington propôs reformas para que os países da América Latina retomassem a trilha do crescimento e do desenvolvimento, nasceu ai o Consenso de Washington, uma espécie de bula com prescrições consensuais austeridade fiscal, elevação de impostos, juros altos para atrair investimentos estrangeiros, privatizações em nome da boa administração do setor privado e da incapacidade dos estados.

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