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O Planejamento Internacional

Por:   •  23/8/2016  •  Artigo  •  1.047 Palavras (5 Páginas)  •  305 Visualizações

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A tímida participação do Brasil no comércio exterior

José Manuel Meireles de Souza, especialista em comércio exterior[pic 1]

Por Katherine Coutinho

O comércio exterior brasileiro enfrenta grandes dificuldades que entravam seu crescimento. Com a modificação de suas características ao longo dos anos, a importação e a exportação em terras tupiniquins ficam dependentes das movimentações do mercado externo para caminhar. O professor José Manuel Meireles de Souza - doutor em Administração e Comércio Exterior pela UNEX (Universidade da Extremadura, na Espanha), especialista em gestão estratégica de negócios com mais de 25 anos de experiência como consultor de empresas e professor universitário, em instituições de ensino de Portugal, Espanha e Brasil, sendo coordenador do curso de Comércio Internacional da Universidade Anhembi Morumbi - explica que as principais características do comércio exterior do País fazem com que o Brasil, de proporções continentais, não assuma a dianteira de comercialização no Mercosul, perdendo para o México.

 

1 - Quais as principais dificuldades enfrentadas pelo Brasil no que se refere ao Comércio Exterior atualmente?

O comércio exterior brasileiro está se tornando totalmente dependente dascommodities ao longo dos últimos 10 anos. Antes trabalhávamos com produtos manufaturados, mas nos últimos anos houve uma redução da exportação de 56% para 38%. Com isso, ficamos dependentes de empresas estrangeiras, que comandam esse mercado. A China, por exemplo, está reduzindo seu crescimento e, portanto o seu volume de importação, o que nos afeta diretamente, uma vez que o comércio com o país representa parte importante da economia brasileira. Atualmente, a penetração do Brasil no comércio exterior é de 1.33%, somas das importações brasileiras, o que é muito baixo.

 

2 - Essas dificuldades são oriundas da falta de investimento do governo em melhorias para o setor, sejam elas tributárias ou estruturais?

As dificuldades da nossa exportação são muito relacionadas à cultura empresarial brasileira, que têm sérias dificuldades de gerenciamento. Além disso, falta também infraestrutura no Brasil. Uma infraestrutura mais moderna aquece o comércio, sem dúvidas.

 

3 - Com relação à tributação, o que poderia ser mudado para que o setor se desenvolvesse? Maiores incentivos fiscais?

Antes de pensar em maior incentivo fiscal para as empresas, precisamos entender que há duas classes de organizações: as que não conseguem aproveitar dos incentivos fiscais e as que conseguem. Atualmente, as pequenas saem em desvantagem, pois não conseguem atender às normas impostas pelo mercado. Em 2003 entrou em vigor uma legislação que faz com que pequenas empresas – que representam uma boa fatia do mercado brasileiro, já que das 6 milhões de empresas formais registradas, 19,9 são de pequeno porte – tivessem dificuldade em se tornar competitivas para exportações. Portanto, facilitar o acesso das pequenas empresas a esse comércio seria uma das formas de acelerar a penetração do Brasil lá fora.

Outro fator a ser considerado é que a grande maioria das firmas não usa a contabilidade como instrumento de gestão, mas para pagar impostos. Se as empresas não conseguem nem ao menos calcular preço, como vão concorrer com o mercado externo? Claro, incentivos fiscais são bem vindos, mas é preciso que as corporações aprendam a se gerir melhor, ou nunca serão competitivas já que irão concorrer com grandes empresas de outras nacionalidades, muito mais bem preparadas e atraentes para o investidor.

 

4 - Algumas categorias que lidam diretamente com a logística de importação e exportação alegam que as Estações Aduaneiras Interiores (EADI)  precisam ser ampliadas para que o País possa atender a uma demanda maior. Você concorda e acredita que essa necessidade de ampliação também se estende aos portos?

Uma ampliação tanto dos aeroportos quanto dos portos facilitaria o processo de despacho das importações, que muitas vezes ficam retidas por dias por causa da falta de estrutura.

 

5 - O crescimento do comércio exterior brasileiro (volume e qualidade da importação e exportação) no último ano ocorreu dentro do previsto?

No que se refere ao volume, as alterações não foram tão significativas. Como o carro-chefe do Brasil são as commodities alimentares, há pouca variação, mas a venda de minerais triplicou. Estamos exportando a um preço maior, mas isso não torna o Brasil menos competitivo lá fora, pois são mercadorias facilmente escoáveis. Exportamos mais do que importamos. Hoje, as commodities estão tendo mais influência na balança comercial. Com isso, a crise econômica que tanto se fala nos dois últimos anos pode nos afetar, uma vez que a Europa é um dos nossos principais clientes.

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