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Os Desafios Da Gestão Em Contextos De Crises Sistêmicas

Por:   •  13/9/2023  •  Projeto de pesquisa  •  2.212 Palavras (9 Páginas)  •  413 Visualizações

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Temática Norteadora: Desafios da gestão em contextos de crises sistêmicas – uma reflexão à luz da transformação político-econômica do capitalismo a partir de fins do século XX

1. INTRODUÇÃO

Ao decorrer dos anos ocorreram diversas crises no sistema capitalista que vem gerando oportunidades de uma possível reestruturação neste sistema. Ou seja, crises históricas causadas pelas antigas formas de valorização do capital sinalizam que este método está sendo ultrapassado, dando uma necessidade de reforma ou até reengenharia para evitar, ou diminuir os danos e riscos futuros. Formas mais criativas e inovadoras de exploração do capital ainda estão em níveis de implementação e experimentação em diversos países, muitas delas em um movimento de financeirização da economia. A experimentação destes métodos vem testando a capacidade de reação dos trabalhadores, exigindo principalmente uma realocação das empresas no contexto de micro e macroambiente, mudanças organizacionais e adequação de toda a sociedade (POCHMANN, 2016).

Esta revolução nos sistemas capitalistas vem ao decorrer também da globalização financeira, que se trata de uma interligação dos mercados financeiros internos e externos de um país, ou seja, tudo que ocorre dentro ou fora da economia de um país pode gerar consequências no mercado financeiro mundial. Este conceito surgiu nos Estados Unidos durante a década de 1980, pela integração das relações econômicas do país com o mercado mundial (REBEL, 2018).

Um meio de diminuir os riscos destas crises econômicas é por meio da regulação econômica, termo este que surgiu com a doutrina Keynesiana, elaborada pelo economista John Maynard Keynes nas primeiras décadas do século XX, impulsionada principalmente em decorrência da grande crise econômica de 1929, que ficou conhecido como “A Grande Depressão”. Esta visão diz que o estado é responsável pela interferência, normatização e regulamentação da economia do seu país, de modo a evitar grandes concentrações de capital, uma ampla concorrência igualitária entre empresas para ocorrer um funcionamento adequado do mercado econômico e financeiro interno e externo, principalmente em períodos de grandes incertezas (PEREIRA, 2004).

O objetivo do recente trabalho é uma visão sobre as atitudes das grandes corporações em meio a crises sistêmicas dentro do sistema capitalista brasileiro. Sendo assim, pretende-se também fazer um estudo de caso de uma grande empresa, as Lojas Americanas, a qual está passando por uma crise sem precedentes, a qual surgiu informações de um “rombo” bilionário da empresa, muito acima de seu próprio valor de mercado. A mesma está procurando soluções e alternativas para contornar a crise em que se encontra. A metodologia aplicada para a elaboração deste trabalho será a pesquisa bibliográfica, utilizando como material de apoio consultas a artigos científicos e livros, vídeos, artigos de revistas e sites.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. A Crise Sistemática e a doutrina Keynesiana

Pode se dizer que a globalização agrega todo o mercado mundial e suas relações, sendo ela econômica, política, social e cultural. Refere-se sobre a ligação dos sistemas financeiros internacionais e nacionais, do aumento da concorrência no mercado de capitais e de tudo o que pode interferir na compra ou venda de bens, ações e investimentos. Tudo que ocorre no planeta afeta os negócios de um determinado país. Após o século XX, houve um aumento no desenvolvimento global, passando por diversas alterações gerando altos e baixos na economia, ocasionado crises, que atingiram uma determinada empresa ou mercado financeiro, sendo espalhadas mundialmente, tornando-se uma crise econômica global generalizada.

A crise sistêmica é um colapso do sistema como resultado de uma reação em cadeia de consequências negativas que afetam um grande número de setores ou economia. Ocorre quando há relatos de fatos que aconteceram anteriormente, e que refletiram no mercado financeiro (ECONOMY, 2021).

As crises anteriores que mais impactaram os mercados financeiros até os dias atuais, tiveram seus epicentros nos Estados Unidos. São conhecidas como, A Grande Depressão, que ocorreu entre 1929 a 1933, e a Crise Financeira Global, ocorrida em 2008 (PARTNERS, 2020).

A Grande Depressão, foi uma grave crise econômica que começou nos Estados Unidos, em 1929, foi o colapso do capitalismo e também do liberalismo econômico. Ficou conhecida como uma crise de superprodução. O liberalismo defendia a menor intervenção do estado na economia, o mercado se ajustaria conforme a lei da oferta e demanda, mas o mercado não conseguiu se auto regular e a economia entrou em crise. Com a quebra da bolsa de valores de Nova York o governo interferiu e aplicou o New Deal, inspirado no keynesianismo, adotando medidas como: obras públicas para gerar emprego, controle de preço de diferentes produtos, financiamento para agricultores, salário mínimo + auxílio-desemprego, entre outros. Com isso, o mercado conseguiu se recuperar e se estabilizar (VESTMAPAMENTAL, 2020).

A Crise Financeira Global, foi uma crise financeira que iniciou nos Estados Unidos, em 2008, no qual esta crise foi o colapso no sistema de especulação, chamada bolha imobiliária. Antes do surgimento da crise, as taxas de juros estavam baixas e a população tinha mais acesso a empréstimos, já que suas taxas eram acessíveis a todos. O empréstimo era feito através da hipoteca, seus imóveis eram dados como garantia. As pessoas começaram a hipotecar suas próprias casas para adquirir mais imóveis, o que causou uma supervalorização. Com o aumento abusivo dos valores dos imóveis, o setor entrou em colapso, a renda da população não acompanhou este aumento, ocasionando uma quebra econômica. O estado teve que interferir, adotando medidas para combater a inflação, como a redução de créditos (VESTMAPAMENTAL, 2020).

Recentemente passamos por uma crise pandêmica causada pelo COVID-19, fomos pegos desprevenidos, o mundo precisou parar de um dia para o outro, para que a sobrevivência das pessoas fosse garantida, isso gerou uma grande alteração na economia do mundo, no qual ainda vem se recuperando aos poucos. Hoje o estado atua na economia de forma mais firme, com atos administrativos, órgãos regulamentadores e leis, buscando estabelecer o controle e a proteção da população. Um dos métodos de marketing que vem dando certo é a utilização da especulação financeira, ou seja, um investimento que busca lucros com a oscilação da economia, tendo como exemplo as criptomoedas.

A doutrina Keynesiana, é uma teoria econômica, conhecida como a “revisão da teoria liberal”. John Maynard Keynes (1883 – 1946), economista, conhecido como o pai da moderna macroeconomia, defendeu a intervenção do estado na economia, durante a crise que ocorreu em 1928, contra os princípios do liberalismo. O presidente Franklin Roosevelt se inspirou nessa ideia, resultando o New Deal, que recuperou os Estados Unidos da crise. A teoria keynesiana garante que o Estado ofereça benefícios para seus trabalhadores como: garantir e gerar empregos, serviços na saúde e educação, salário mínimo, seguro desemprego, férias remuneradas entre outros diversos benefícios. O Estado tem o dever de cumprir com sua população, oferecendo uma boa qualidade de vida. O Keynesianismo é oposto ao liberalismo econômico. Este modelo, foi aplicado em diversos países para sua reconstrução, tendo como resultados a regulamentação do mercado, direitos trabalhistas, protecionismo de mercado, equilíbrio econômico, redução das taxas de juros e pleno emprego. Em 1960, houve um aumento de inflação, de desemprego e principalmente desigualdades sociais, o que levou às diversas críticas sobre a teoria do keynesianismo (TODA MATÉRIA, 2020).

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