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Resenha Crítica da Burocracia de Max Weber

Por:   •  25/8/2023  •  Resenha  •  864 Palavras (4 Páginas)  •  83 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA DA BUROCRACIA DE WEBER

No livro “Ensaios de Sociologia”, de autoria de Max Weber, grande sociólogo alemão, o autor dedica um capítulo para definir e dissertar acerca do seu pensamento sobre a burocracia, expondo seu conceito e discorrendo a respeito de suas características. Tal concepção é discutida no texto do teórico social Alvin Gouldner, intitulado “Conflitos na Teoria de Weber” - extraído do livro “Sociologia da Burocracia” do também sociólogo Edmundo Campos -, no qual o autor tece inúmeras críticas à ideia weberiana de burocracia. O entendimento e análise da teoria burocrática se faz necessária para uma melhor compreensão acerca das relações de poder e autoridade entre os estratos que compõem uma organização, pública ou privada, e, por extensão, a sociedade.

Para Weber, uma organização burocrática moderna deve estar estruturada mediante regras abstratas e impessoais, ou seja, normativas jurídicas ou ordenamentos administrativos. Legitimada por tal poder legal formalizado, a burocracia pressupõe um ordenamento hierárquico de autoridade bem estabelecido, em que os cargos superiores possuem o controle sobre os inferiores - cargos esses definidos por competências técnicas. Acerca de tais cargos, há uma ferrenha divisão entre os funcionários e o posto que ocupam, visto que não possuem os recursos aos quais são responsáveis e são compensados por meio do salário. Também segundo Weber, as funções administrativas que servem aos objetivos da organização burocrática, ou deveres oficiais, são estipuladas e distribuídas por ordem de autoridades superiores, em virtude de sua maior competência técnica, às quais devem ser firmemente realizadas por funcionários e empregados inferiores. Essa noção de que aqueles abaixo na cadeia hierárquica são puramente controlados por não possuírem conhecimento técnico é duramente criticada por Gouldner em sua explanação, dado que, conforme o autor, tal sistema, quando imposto, ignora a vontade dos estratos inferiores da estrutura burocrática. Ao passo que Weber atribui tacitamente que os componentes da burocracia seguem um objetivo comum, Gouldner aponta que isso nem sempre é verdade, em razão de os interesses do pessoal são muitas vezes diferentes, e em alguns casos até opostos - para exemplificar, a teórico cita Talcott Parsons, estudioso do pensamento weberiano, que destaca que, por exemplo, cabe a um paciente rejeitar a autoridade de um médico em saber o que é melhor para sua saúde ao perceber que pode estar sendo lesado financeiramente ou sendo desrespeitado na relação, provando também, assim, que a pura competência técnica ou a confiança nela não garante que todas as camadas burocráticas sejam beneficiadas adequadamente. Dessa forma, Gouldner distingue duas formas de burocracia: aquela imposta mediante acordos consentidos tecnicamente justificados e geridos por autoridades qualificadas, denominada de “burocracia representativa”, e aquela fundamentada em normas impostas forçadamente, baseada na obediência pura e simples, chamada de “burocracia punitiva”.

Ademais, fica claro que Weber expõe em seu texto uma conceituação do que seria a forma ideal da burocracia, ressaltando que ela seria o modelo mais racional, uma vez que sua hierarquia baseia-se na competência técnica formalmente certificada e suas funções administrativas são realizadas de maneira contínua e registradas em arquivos escritos, colocando-a como

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