Resenha Mulheres em Cargos de Chefia: Desafios e Percepções

As discussões acerca da participação da mulher no mercado de trabalho têm se tornado cada vez mais proeminentes considerando as constantes lutas promovidas pelas mesmas em prol do alcance da igualdade de oportunidades sociais e profissionais. Sob essa ótica, Harrison Bachion Ceribeli, Guilherme Barcellos de Souza Rocha, Mariana Rosendo Pereira (2017), em “Mulheres em cargos de chefia: desafios e percepções” realizam abordagens sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na ocupação de cargos de chefia em organizações de grande porte, com base na literatura e em relatos obtidos por meio de entrevistas em profundidade.

A partir de uma abordagem histórica, os autores afirmam, sob a luz de diversos autores, que apesar do expressivo crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, ainda existem muitos paradigmas e padrões comportamentais a serem transpostos para o alcance da paridade e equidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Esses elementos são descritos como barreiras invisíveis, ou paredes de vidro, e tornam-se grandes obstáculos e instrumentos de segregação para a progressão da carreira das mulheres no mercado de trabalho.

O alcance de posições hierarquicamente mais elevadas nas empresas tem sido, assim, uma escalada muito mais árdua e laboriosa para as mulheres. Com base em dez entrevistas realizadas com mulheres que ocupam altos cargos de chefia em grandes organizações, Ceribeli, Rocha e Pereira (2017) expõe como, na visão dessas mulheres, o machismo enraizado, a conciliação da vida pessoal com a vida profissional, aspectos culturais que designam o gênero feminino como inferior, e as dificuldades na legitimação de suas ações, ainda são muito presentes nas organizações e trazem como consequências disparidades salariais e limitações em sua atuação.

Atentando-se para a relevância atual da temática, o artigo estimula convenientemente uma reflexão sobre a colocação da mulher em cargos de chefia e propõe a adoção de ações afirmativas, políticas de flexibilização do trabalho, bem como equiparação das condições legais de trabalho para homens e mulheres, como possíveis instrumentos de promoção da diversidade e consequente otimização das relações e ganhos em inovação e produtividade no ambiente de trabalho.

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