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Resenha crítica do vídeo A História da Pobreza – Porque Pobreza?

Por:   •  12/8/2018  •  Relatório de pesquisa  •  1.414 Palavras (6 Páginas)  •  2.202 Visualizações

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Resenha crítica do vídeo A História da Pobreza – Porque Pobreza?

Através do documentário de Ben Lewis, percebe-se que a erradicação da pobreza não é uma questão de realidade, mas de justiça. A pobreza não é uma questão natural, mas uma invenção do homem, fato este, como se vê no vídeo, é que a pobreza existe desde o início da história da humanidade. No princípio todos eram pobres, viviam a escassez de alimento e eram vulneráveis às doenças, mas ao longo do tempo algumas sociedades floresceram e outras ficaram para trás. A religião determinou quem poderia ou não ser pobre ou rico, a liberdade do pensamento político científico garantiu que algumas nações passassem à frente de outras e pudessem explorar recursos naturais e ampliar seus territórios. Dinâmicas que ocorreram no mundo todo em ritmos diferentes e lugares diferentes e que foram marcadas por guerras entre nações e confrontos internos. O padrão se reproduziu pelos certos, o mundo a partir da Revolução Industrial e, sobretudo, mais recentemente no século XX, viveu períodos de enorme progresso material, mas não erradicou a pobreza e observa-se o aumento da desigualdade.

As sociedades antigas sofreram com a peste e a guerra que amedrontaram a humanidade. A fome do mundo antigo não era um dado produzida pela estrutura desse mundo antigo, ela na maioria das vezes foi decorrente de um inverno muito duro, de neves mais abundante ou de uma seca muito forte. A fome também era produzida pela passagem dos exércitos inimigos. Esse tipo de fome não é a fome que hoje nós entendemos e conhecemos. Há países que estão em paz e tem uma estrutura normal, mas que são assolados pela fome e pobreza. A pobreza como flagelo e castigo é que tem essa força bíblica tão grande que naturaliza esses dados. As pessoas passam a acreditar que na verdade, quando acontece uma fome em meio a grandes problemas da natureza, aquela população cometeu um pecado coletivo que deixou de observar regras religiosas ou não cumpriu os mandamentos. A ética religiosa tinha um peso fundamental no conceito do que era a pobreza e a fome e durante a idade média a igreja católica que difundia esse conceito era riquíssima. Existia desde esse tempo uma desigualdade social, só que não existia o entendimento dessa desigualdade.

Essa repartição dos bens já era desigual e injusta. Era natural conceber uma sociedade dividida entre trabalhadores, sacerdotes e guerreiros e que a remuneração e a partilha dos bens sociais entre essas ordens que foram criada e era, permanentes, fossem natural. Assim, evidentemente, sacerdotes e guerreiros que formavam a aristocracia dessa sociedade, eram melhor remunerados, porque eles eram os guardiões físicos que “defendiam” o bem-estar de todos neste sentido. Mesmo em sociedades muito avançadas da época (como na China Imperial), esse mesmo período havia a ideia de um equilíbrio cósmico, como por exemplo, se os rios transbordavam e causavam a fome, isso era derivado de um ato ou uma série de atos injustos do imperador, ou seja, o imperador tinha perdido o mandato celeste.

A ética calvinista e protestante em geral (mas a calvinista em especial), que foi o grande trabalho do sociólogo alemão Karl Marx, sobre a ética protestante e a expansão capitalista, parte de uma noção de uma profunda lógica dentro do pensamento religioso. Ela diz que Deus não tinha nenhuma razão para compensar ou recompensar os maus. Assim, se numa sociedade os homens são mais ricos do que outros, é porque eles são os escolhidos de Deus. Deus não seria de maneira alguma tão injusto, para “apanhar” pelos cristãos e levá-los à miséria e trazer homens maus e recompensá-los com dádivas materiais, dinheiro e recursos.

A ética calvinista acaba sendo um impulso de legitimação , acumulação e ao enriquecimento das pessoas. A ideia que tinha sido muito divulgada pela própria igreja católica na idade média de que a pobreza era natural e as pessoas tinham que achar que não precisava lutar contra aquilo, baseava-se fundamentalmente em dois sentidos: que o reino que todos queriam e precisava não era apenas o vale de lágrimas que as pessoas tinham que sofrer, porque sofrendo elas aceleravam sua passagem para um mundo rico, uma canção de “mel e leite” onde viveriam felizes. Em segundo lugar, que a riqueza, por exemplo, a do Vaticano, do Papado, das Ordens Religiosas, era o serviço de Deus e isso justificava a riqueza do mundo. A ética calvinista inverte justamente essa mão, ela diz que ricos são os eleitos porque Deus é justo, Ele não faria o contrário disso. Então, na verdade, a ética calvinista a partir do século XVI, dá um impulso e legitimação a expansão do capitalismo. Essa mudança de pensamento foi responsável pela Revolução Industrial, que foi uma ruptura, um marco da história dos processos econômicos, sociais e político da humanidade.

A partir então de meados do século XVIII na Inglaterra e na Holanda (que são países onde o calvinismo tem grande expansão), houve o estímulo para a acumulação de riquezas e bens materiais e a transformação do processo produtivo e ao mesmo tempo houve, principalmente na Inglaterra, um entendimento de que a pobreza era um castigo. Não é a pobreza

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