SAÚDE MENTAL E TRABALHO – CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DE MOTORISTAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE HUMANIDADES

UNIDADE ACADÊMICA DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

PSICOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES

SAÚDE MENTAL E TRABALHO – CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DE MOTORISTAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO.

WANESSA VIEIRA DANTAS LIMA

Campina Grande – 2016

Wanessa Vieira Dantas Lima

SAÚDE MENTAL E TRABALHO – CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DE MOTORISTAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO.

Pré-projeto apresentado à Disciplina de Psicologia das Organizações do Curso de Bacharel em Administração como requisito necessário a conclusão da Disciplina.

Orientador: Profª Sheyla Siebra

Campina Grande – PB

2016

1. INTRODUÇÃO

As condições de trabalho de motoristas de transporte coletivo urbano estão diretamente relacionadas ao comportamento e qualidade na prestação dos serviços oferecidos aos usuários desse tipo de transporte. Vários fatores contribuem para o aumento do estresse no ambiente de trabalho desses profissionais, como o trânsito, lidar com pessoas, correr riscos de assaltos e acima de tudo ser responsável por vidas. Atualmente o contexto do transporte coletivo urbano na cidade de Campina Grande possui ainda mais um agravante que contribui para o aumento dos riscos e das más condições de trabalho dessa categoria, que é o acumulo de funções, onde o motorista também exerce a função de cobrador. Esses profissionais trabalham em um ambiente de incertezas, diferente das pessoas que desempenham suas atividades profissionais em ambientes fechados como salas ou lojas relativamente confortáveis e seguros, esse profissional desempenha suas atividades num ambiente público, assumindo riscos, enfrentando situações inusitadas e sofrendo fortes pressões com relação ao cumprimento de horários, e a todas as atividades pertinentes a rotina de trabalho, além de enfrentar o trânsito e intempéries como o clima, as condições de tráfego e do trajeto das vias.

A condição de trabalho interfere no estado psicopatológico do motorista, podendo leva-lo a uma condição de irritabilidade, sobre a qual reflete um comportamento agressivo na direção ou com os passageiros, a um estado de insônia, que pode resultar em sonolência nas horas de trabalho, diminuindo os reflexos e, em especial, distúrbios na atenção que é um fator essencial para a direção segura.

Com o propósito de realizar uma investigação no campo da Psicologia, que possibilite caracterizar as condições de trabalho e de saúde mental dos motoristas de transporte coletivo urbano da cidade de Campina Grande, formula-se a seguinte questão: as condições de trabalho dos motoristas de transporte público podem afetar a saúde mental desses profissionais?

1. OBJETIVOS

1. OBJETIVO GERAL

. O objetivo desse estudo compreende através de observação e questionários, analisar as condições de trabalho a que estão submetidos os motoristas de transporte público urbano da cidade de Campina Grande para saber quais os reflexos que este trabalho causa na saúde física e mental dessa classe de trabalhadores com base nas diretrizes da psicodinâmica do trabalho.

1. OBJETIVOS ESPECIFÍCOS

• Identificar os impactos que esse tipo de trabalho causa na vida desses profissionais;
• Observar o posicionamento da empresa com relação à saúde de seus funcionários;
• Apresentar medidas preventivas para diminuir os impactos causados a saúde mental e física dos motoristas de transporte urbano.

1. JUSTIFICATIVA

Analisar os aspectos que causam o adoecimento dos motoristas de transporte urbano coletivo, fazendo um estudo da psicodinâmica do trabalho numa empresa de transporte público na cidade de Campina Grande, é extremamente relevante tanto para o funcionário, como para empresa e também para a população em geral.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Dejours (2004), análise psicodinâmica é um termo proveniente da teoria psicanalítica. Designa o estudo dos movimentos psicoafetivos gerados pela evolução dos conflitos inter e intra-subjetivos. A psicodinâmica do trabalho é uma disciplina clínica que se apoia na descrição e no conhecimento das relações entre trabalho e saúde mental, é uma disciplina teórica que se esforça para inscrever os resultados da investigação clínica da relação com o trabalho numa teoria do sujeito que engloba, ao mesmo tempo, a psicanálise e a teoria social.

Na busca para entender de forma mais ampla os fatores relacionados ao processo de trabalho que repercutem na saúde do corpo e da mente do trabalhador, dois aspectos devem ser analisados: cargas de trabalho e desgaste. As cargas de trabalho são elementos que se inter-relacionam em uma dinâmica que, na corporeidade humana, gera desgaste. O conceito de carga possibilita uma analise do processo de trabalho que extrai e sintetiza elementos da coletividade operária (Laurell&Noriega, 1989).

O desgaste é o resultado de processos adaptativos que acometem o trabalhador sendo entendido por Laurell & Noriega (1989) “como a perda da capacidade efetiva potencial, biológica e psíquica”, que não representa um processo isolado e sim um conjunto de processos biopsíquicos. O desgaste pode ser percebido através de indicadores como estresse, sinais e sintomas, perfil patológico, etc.

O processo saúde-doença dos grupos humanos e sua relação com o trabalhador se constituem o objeto do campo da saúde do trabalhador, dentro de um determinado contexto histórico, no qual o papel dos trabalhadores é fundamental para a produção de conhecimento a respeito desse processo. Desse modo, a saúde do trabalhador associada à compreensão do trabalho como espaço de submissão e dominação do mesmo pelo capital, como também, espaço de resistência e luta por melhores condições de vida e trabalho, busca entender o processo de adoecimento ao qual estão submetidos os trabalhadores (Laurell & Noriega, 1989).