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Sociedade Comportamento e Consumo

Por:   •  10/11/2019  •  Projeto de pesquisa  •  1.536 Palavras (7 Páginas)  •  146 Visualizações

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O presente projeto de pesquisa almejar compreender as motivações e processos aos quais os indivíduos estão acometidos no momento da decisão de consumo, mais especificamente no consumo dos smartphone que possuem grande capilaridade e abrangência em nossa sociedade. Compreender o que forma este consumidor foi um dos nortes, compreender o conjunto de práticas sociais e culturais que diferenciam os grupos e as identidades. As interações sociais aos quais os sujeitos agentes na sociedade estão expostos têm impacto direto nas noções de autonomia e liberdade. Propõe ainda a análise entre a linearidade das lógicas que perpassam o processo decisório nos padrões de consumo. Para tanto, será analisado em primeiro momento as interações e agentes presentes neste processo, os comportamentos sociais e a sociedade em que se inserem os indivíduos; seguindo para a análise do agente mais proeminente no impacto de construção dos sujeitos na sociedade contemporânea: a mídia; discorrendo, ao final, acerca do consumo específico de smartphones e o quanto os indivíduos valorizam o consumo deste bem.

2.1 Sociedade, comportamento e consumo

O processo decisório ativo no momento do consumo está embebido de diversos fatores e dinâmicas distintas. Na literatura, em diferentes oportunidades pôde ser discutido o porquê do consumo, o que motiva os seres humanos e quais os processos acionados na ação de consumir. Para Campbell (2006) essas questões respondem-se com a máxima de que se consume para a satisfação de necessidades numa constante busca pelo prazer e autoafirmação, que pode vir na forma de status. Estas questões atingem dimensões muito mais profundas do que somente aspectos associados direta ou indiretamente à esfera financeira, que, no entanto, é uma das principais a vir na mente quando o consumo é posto em pauta. De acordo com Freire Filho (2005) os espaços e mercados com amplitude social, como por exemplo os espaços midiáticos, têm grande impacto em nossa formação como sociedade e está envolto de uma constante construção e supressão de significados, identificações, prazeres e conhecimentos em embate com a disputa pela hegemonia entre grupos sociais, o que engendra os posicionamentos que os indivíduos assumem ou são arbitrariamente condenados a acatar. Essa constante disputa põe luz sobre um campo completamente dinâmico, com tensões a todo tempo e gerando instabilidade e imprevisibilidade. Isso molda a maneira como os indivíduos irão se desenvolver e assim se identificar e agir nesta sociedade.

        Conforme posto acima e partindo da compreensão de que são diversos os campos envolvidos no contexto mencionado e mais diversos são os agentes envolvidos neste contexto, é fundamental que se compreenda as noções de autonomia e liberdade.  A liberdade pode ser definida como o domínio da individualidade direcionado para o atendimento de motivações próprias, ainda considerando o contexto das interações (Biroli, 2016). E para Biroli (2016), a autonomia entende-se como a capacidade constitutiva do que é ser um agente moral e que tem a responsabilidade de exercer uma personalidade individual e própria.  Essas noções estão intimamente ligadas ao processo decisório, às decisões necessárias e compreendidas no momento da compra, do consumo.

Consumir está ligado com a individualidade dos agentes presentes nas ações, em que estes buscam prazer emocional, o que dissocia completamente os atributos funcionais e técnicos do produto ou até mesmo do serviço do momento final da decisão. Em que não necessariamente o melhor desempenho nas categorias mencionadas são os determinantes para o veredito. Mas sim aspectos ligados a emoção e a experiência proporcionada e vivenciada no ato de consumir. Campbell (2006) atribui a essa emoção, o desejo. Culminado pelo forte sentimento de prazer que não tem relações diretas com as funcionalidades que os produtos propõem. Os consumidores não se atêm fundamentalmente aos atributos técnicos e funcionais das mercadorias há muito tempo (Baudrillard, 1981, p.87). Em sua obra Baudrillard (1981) ainda apresenta uma lógica social inconsciente que está presente como uma força impactante nos indivíduos, já que para estes as questões ligadas a necessidade não são as mais relevantes e sim o desejo, novamente presente como importante elemento. O prazer emocional então é um dos principais pontos que circundam os indivíduos consumidores, o que não implica que não sejam importantes os atributos técnicos como apresenta Barbosa (2004) os indivíduos estão mais conectados a questões exteriores ao produto de fato e em como suas individualidades e percepções próprias podem ser projetadas nos bens materiais e assim encontrar conforto cognitivo através da autoafirmação. Segundo Lipovestky (2004) atualmente não são a necessidade de reconhecimento através do outro o principal estimulante do consumo, mas sim qualquer outro prazer emocional, que pode vir até mesmo na forma de prazer da novidade, o que reafirma a importância e peso dados a experiência no ato da compra, mais do que fatos materiais. Com Bauman (2001) é possível compreender as consequências negativas que impactam a vida dos indivíduos na sociedade atual, em que essas incessantes buscas podem desembocar em vazio existencial e angústia.

        É neste contexto que está inserida a nossa sociedade contemporânea de consumo em que os indivíduos são constantemente reduzidos a consumidores e não a indivíduos multidimensionais e complexos. É um trabalho árduo feito de pasteurização desses indivíduos para que sejam homogeneizados e a atuação possa se dar de maneira ampla e abrangente. Assim, podemos concluir que a coerção adquire proporções e até mesmo requintes de sutileza que estão a todo tempo ditando como os indivíduos devem se comportar, agir, pensar e assim, exercendo controle sobre sua autonomia e liberdade individual. E colocando em xeque estes conceitos e suas abrangências, para sua compreensão a pesquisa proposta busca compreender as dimensões e permeabilidade dessas questões nos indivíduos, a fim de mapear e compreender suas motivações.

2.2 Marketing e Consumo (mudar para mídia e consumo)

Os indivíduos inseridos na contemporaneidade estão a todo momento submetido a forças e tensões no campo que molda e direcionam suas decisões, como sujeitos sociais, passamos por diferentes processos e estamos sub judice dessas diferentes forças, podemos dizer que o processo pelo qual nos identificamos e como a nossa identidade se formula em nossa sociedade vêm sendo alterado continuamente junto das novas dinâmicas impostas. Estamos acometidos por um processo de socialização que envolve diversos personagens que estão compreendidos em nosso corpo social, indo além daqueles tradicionais e mais comumente recordados quando a análise de impacto na formação dos sujeitos é feita (BACEGA, 2010). Ainda segundo Bacega (2010), podemos acrescentar aos tradicionalmente abordados como os âmbitos familiar, escolar e religioso; o aparato midiático, que atualmente é o mais proeminente fio de nosso tecido cultural. Esse aparato sobrepõe ao mesmo tempo que inclui os demais e quando se analisa as interações entre as relações, observa-se o consumo como um grande pilar presente na sociedade atual, de maneira que este perpassa a construção dos sujeitos.

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