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A Cidade para Pessoas

Por:   •  25/10/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.612 Palavras (23 Páginas)  •  379 Visualizações

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GEHL, Jan. Cidade para as pessoas. Editora Perspectiva. São Paulo, Brasil. 2014. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/11210898/livro-cidade-para-pessoas---jan-gehl 

Capítulo 1 :

Objetivo:

Palavras-chave

Pagina

Citação

Reflexão

PEDESTRES, LOCAIS DE ENCONTRO, ÁREAS PARA CAMINHAR, CIDADE SUSTENTÁVEL.

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As cidades são locais onde as pessoas se encontram para trocar ideias, comprar e vender, ou simplesmente relaxar e se divertir. (...) A cidade compacta – com empreendimentos agrupados em torno de transporte público, áreas para caminhar e andar de bicicleta – é a única forma de cidade sustentável.

A cidade é um local de encontro social, deve ser pensada neste sentido, não apenas para atender a demanda de empreendimentos e de vias para veículos, mas sim priorizar os pedestre e meios de transporte sustentáveis. A permanência e passagem das pessoas nos espaços é o que mantém eles vivos, por isto a importância de se projetar espaços que proporcionem a liberdade de ir  e vir e sua apropriação.

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A tradicional função do espaço da cidade como local de encontro e fórum social para os moradores foi reduzida, ameaçada ou progressivamente descartada.

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As cidades devem pressionar os urbanistas e arquitetos a reforçarem as áreas de pedestres como uma política urbana integrada para desenvolver cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis. Igualmente urente é reforçar a função social do espaço da cidade como local de encontro que contribui para os objetivos da sustentabilidade social e para uma sociedade democrática e aberta.

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Mas nas cidades há muito mais em caminhar do que simplesmente andar! Há um contato direto entre as pessoas e a comunidade do entorno, o ar fresco, o estar ao ar livre, os prazeres gratuitos da vida, experiências e informação. Em essência caminhar é uma forma especial de comunhão entre pessoas que compartilham o espaço público como uma plataforma e estrutura.  

DEL RIO, Vincente e SIEMBIEDA, Willian. Desenho Urbano Contemporâneo no Brasil. Editora LTC. Rio de Janeiro, Brasil. 2013

Introdução

Objetivo: Contextualizar a relação entre o desenho das cidades e a relação entre as pessoas, como as cidades brasileiras tem ou não atendido às necessidades sociais das pessoas.

PLANEJAMENTO, DESENHO URBANO, POLÍTICAS, ZONEAMENTO

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O planejamento e desenho urbano em Curitiba representaram grandes avanços através de políticas e projetos inovadores, como o primeiro calçadão de pedestres no Brasil, construído em 1972, e a implantação de cada vez mais parques e áreas verdes por vincular o zoneamento e as densidades edilícias a eixos de crescimento urbano e um sistema de circulação viária e transporte público integrado.  

Percebe-se que ao longo do desenvolvimento de questões urbanísticas no Brasil, estas estão intimamente ligadas às questões políticas. Em um primeiro momento a arquitetura e o urbanismo eram pensados prioritariamente como instrumentos para se refletir, no quadro internacional, a imagem de um país desenvolvido e de poder político e imobiliário. Mais tarde é que iniciam-se discussões onde a preocupação é de fato voltada para as questões de sustentabilidade (ambiental e social) das cidades.

Edilícia: condomínios verticais, como prédios e apartamentos.

CENÁRIO POLÍTICO, DEMOCRACIA, PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

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A década de 1980 representa um importante ponto de transição no Brasil, pois o cenário político começa a abrir caminho para o aparecimento de um novo tipo de desenho urbano. (...) O restabelecimento do regime de direito e da democracia fortaleceu os fóruns públicos e a participação comunitária, possibilitando ao pensamento sobre a cidade e ao desenho urbano superar o paradigma modernista e o modelo hegemônico de Brasília.

Capítulos 1 e 2

Objetivo: investigar como se deu o planejamento de Brasília e Palmas, sob as influências do Modernismo

BRASÍLIA, PALMAS, MODERNISMO BRASILEIRO, DESENVOLVIMENTO URBANO

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Os esforços de desenvolvimento representados por Brasília e Palmas demonstram quanto o modernismo brasileiro atou-se à noção de que progresso social e econômico caminham inexoravelmente juntos. O paradigma modernista e seu modelo de cidade perfeita, a Brasília do Plano Piloto, ainda dominam a maioria dos esforços de planejamento e controle de desenvolvimento urbano e, consequentemente, os parâmetros de desenho urbano.

Capítulo 3

Objetivo: Explicar como o Modernismo ainda influencia o desenho urbano contemporâneo, principalmente no que diz respeito à paisagem verticalizada, usando como exemplo a cidade de São Paulo

VERTICALIZAÇÃO, MORFOLOGIA, ESPAÇOS LIVRES

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A verticalização tem se tornado um fator predominante e influente na morfologia de muitas cidades brasileiras. (...) Tal processo de verticalização e os tipos de tratamento dos espaços livres privados em torno das torres – com equipamentos diversos e jardins elaborados – têm sido replicados em todas as cidades brasileiras. A verticalização introduz novas formas de habitar e novas relações com o espaço livre e a cidade.

Devido ao grande aumento da população, faz-se necessária a verticalização como estratégia para manter uma maior quantidade de pessoas no mesmo núcleo, o centro urbano. Começa-se então a pensar os espaços livres resultantes dos recuos destas edificações verticais como uma forma de apropriação do espaço público e suas relações com a cidade.

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Entende-se verticalização como o processo de construção e configuração de edifícios com mais de três andares destinados a atividades residenciais, comerciais e de serviços. (...) O processo brasileiro contemporâneo de verticalização é, em geral, baseado na figura do edifício isolado no lote. Somente em algumas áreas centrais de cidades tradicionais e na capital de Brasília encontram-se prédios altos (mais de cinco andares) geminados, sendo permitidos pela legislação vigente).

VERTICALIZAÇÃO, REQUALIFICAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO DE SEGMENTOS URBANOS, MERCADO IMOBILIÁRIO

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O processo de verticalização brasileiro está diretamente conectado à requalificação e transformação de segmentos urbanos existentes, estejam eles situados em áreas centrais ou turísticas. Nessas últimas, o edifício de apartamentos tem sido uma opção de hospedagem dos veranistas, ao mesmo tempo em que se constitui em m investimento seguro para as classes média e alta. O mercado imobiliário, nos anos de 1960 a 1990, investiu pesadamente em torres e apartamentos nas cidades ao longo de toda a orla brasileira, e o padrão quadra-bloco carioca foi abandonado, difundindo-se o padrão modernista do “prédio isolado no lote”.

O processo de verticalização está relacionado à requalificação pois permite novos usos e a permanência de pessoas no mesmo núcleo. Ao invés de abandonar um espaço que já não comporta o aumento populacional e expandir para outros centros, mantém-se o núcleo central otimizando o uso do espaço.

SÃO PAULO, LOTE-QUADRA, SUPERQUADRAS

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Em São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990, aparece e consolida-se uma nova figura urbana, o lote-quadra: o grande condomínio verticalizado que ocupa, senão um quarteirão completo, pelo menos uma grande parte deste. Nele os prédios são dispostos mais livremente, sem obedecerem a padrões rígidos de paralelismo em relação à divisa do lote. Nestes condomínios – verdadeiras “superquadras” ou “unidades de vizinhança” no sentido modernista, a priori, uma possibilidade maior de se equipar e tratar os espaços livres, como de fato acontece na maioria dos casos.

Percebe-se então como se dá a evolução do pensamento sobre desenho urbano, quando começa a se pensar para além da edificação, também o espaço urbano, como um espaço público de uso coletivo, cuja funcionalidade vai além do sentido de apenas transitar, mas também de apropriação.  

ORGANIZAÇÃO ESPACIAL, ESPAÇOS LIVRES PRIVADOS, EQUIPAMENTOS COLETIVOS

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Já se passaram várias décadas desde a implantação da legislação urbanística reguladora da verticalização paulistana de 1972, que influiu positivamente na organização espacial da cidade. Ela possibilitou a criação de amplos e generosos espaços livres privados, favorecendo a instalação de equipamentos coletivos em tais espaços, garantindo recuos laterais e frontais que permitem a insolação e ventilação das unidades residenciais e comerciais, favorecendo a criação de praças corporativas, exigindo estacionamentos e limitando o crescimento dos edifícios a alturas exageradas.

MUDANÇAS, , TORRE ISOLADA, MODELO URANÍSTICO

Mudanças radicais no processo de ocupação urbana foram implementadas com a nova a legislação estabelecida na década de 1970, a qual substituiu os antigos padrões urbanísticos que favoreciam o crescimento em altura, não privilegiavam a criação de espaços livres para jardim, estar e lazer dentro dos lotes e que perduraram até o início da segunda década do século XXI. A torre isolada tornou-se um novo modelo urbanístico, e o zoneamento, a ferramenta para sua implementação.

Capítulo 5

Objetivo: Descrever o Projeto Corredor Cultural, no Rio de Janeiro e suas diretrizes.

DEMOCRACIA, CORREDOR CULTURAL, RIO DE JANEIRO, QUALIDADE DE VIDA URBANA, DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

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O Projeto Corredor Cultural foi concebido no final dos anos 1970, em um momento histórico em que a sociedade brasileira ensaiava sua volta à democracia, culminando em 1985 com a derrocada do regime militar imposto ao país em 1964. A sociedade carioca começava a questionar a qualidade da vida urbana e a degradação ambiental, e diversos movimentos sociais e a imprensa, aproveitando os novos tempos mais liberais, pressionavam o governo a agir contra os excessos da urbanização, da especulação imobiliária e do desenvolvimento. (...) Em 1979, uma equipe de técnicos municipais elaborou um inventário de edifícios históricos no Centro que ainda resistiam à renovação urbana. Propuseram então o Projeto Corredor Cultural, em uma tentativa de reconciliar a preservação histórica com o desenvolvimento econômico, entre outros diversos interesses políticos, sociais e culturais.

PESQUISAR: PROJETO CORREDOR CULTURAL – RIO DE JANEIRO

Mais um exemplo de como a relação entre política e urbanismo é intrínseca: As mudanças políticas levam a população a questionar as questões da vida urbana, em sociedade. Entra então o planejamento urbano como instrumento de interesse social, político, ambiental, cultural e econômico.

PRESERVAÇÃO, PATRIMÔNIO HISTÓRICO

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A preservação da área central da cidade ganhou uma nova imagem: a de proteção de sua ambiência e de um patrimônio histórico material e imaterial que, mesmo não podendo ser tocado, podia ser sentido. Este se configurou em um conceito bem mais poético e flexível do que todos os até então propostos por urbanistas e arquitetos.

Referência

ROSAS, A. S.; SEABRA, S. S. Revitalização da Orla Fluvial na Amazônia – Caso de Belém do Pará. In: DEL RIO, V. e SIEMBIEDA, W. (Orgs.).  Desenho Urbano Contemporâneo no Brasil. Rio de Janeiro RJ, Grupo Gen; 1ª Edição, 2013. cap. 7, pág. 145-158

FICHAMENTO 1

Varredura preliminar

Alice da Silva Rodrigues Rosas é Arquiteta e Urbanista (UFPA) e especialista em Urbanismo e Mestre em Desenho Urbano (UnB). É assessora técnica da Secretaria Municipal de Arquitetura e Urbanismo e de Design de Interiores da Universidade da Amazônia. Conselheira fundadora do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Pará – CAU/PA.

Simone Silene Dias Seabra é Arquiteta e Urbanista pela (Unama) e mestre em Desenho Urbano (Osaka). Foi professora do curso de      Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Amazonas e Belém. Trabalha na Companhia Vale do Rio Doce.

Constitui tópico de Revitalização de um espaço Urbano e como se procede de acordo com as diretrizes de Desenho Urbano no contexto Contemporâneo, e oferece elementos para se examinar a formulação e implementação dessas diretrizes no caso de Belém do Pará, realizado na Orla Fluvial da Amazônia, ou seja, facilita a compreensão do processo aí presente. O estudo dos processos e diretrizes utilizados poderá contribuir para a definição da abordagem metodológica para o presente projeto de pesquisa.

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Conteúdo

Minhas Observações

                                                                                                                                                                                                                                                           

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Contextualização

O capítulo em estudo trata do processo de requalificação que as cidades vêm sendo submetidas em sua paisagem construída, relacionando espaços que possuem valor histórico, trabalhando a geografia e a cultura como foram de resolução das novas necessidades socioeconômicas abrangentes do local. Essa análise se mostra imprescindível para se compreender melhor a elaboração e implementação dessas políticas e diretrizes tal como os processos por traz do desenvolvimento do local referido. A importância da leitura/ apreensão do conhecimento advindo desse capítulo se evidencia na possibilidade de compreensão mais pontual, porém que pode abranger outros estudos e diferentes locais em virtude da apropriação de instrumentos de caráter científico, significativos para a pesquisa acadêmica na área em questão.

As autoras desse capitulo levantam uma questão muito recorrente no Brasil atualmente que é a subutilização das zonas portuárias, que devido ao crescente ritmo de crescimento das cidades e á urbanização acelerada, perdem seus usos originais ou quando não são simplesmente abandonados. Dizem a respeito da Orla de Belém do Pará “Nesse caso, as antigas estruturas não foram totalmente abandonadas, mas subutilizadas ou adaptadas a novos usos; por exemplo, além do transporte de cargas passaram a atender também ao transporte de passageiros” (ROSAS, A.; SEABRA, S. 2013, p.145).

Passado que as áreas não teriam usos efetivos e que não estavam tendo a preocupação em relação a riqueza fluvial, cultural, turismo, lazer e história, somente em 1990 o poder público começa a dar atenção a esses espaços com intervenções de caráter urbano voltadas para o resgate de espaços específicos ao longo da orla.

Então a partir daí essas intervenções, começam a buscar e tratar de questões relacionadas à:

  • Preservação e valorização da paisagem natural;
  • Definição de novas funções para as edificações que pertencem ao acervo histórico;
  • Criação de espaços voltados à cultura e ao lazer;
  • Restabelecer novos parâmetros de qualidade visual;
  • Valorização do panorama da cidade;
  • Relação entre arquitetura histórica e contemporânea;
  • Produzir espaços de integração da orla fluvial com a população.

Segundo as autoras

Além de apresentar os resultados desses projetos, este capítulo pretende ainda avaliar até que ponto eles correspondem ás expectativas propostas inicialmente, ás praticas sócias da população, além de abordar as novas perspectivas que surgem para a cidade (ROSAS, A.; SEABRA, S. 2013, p.146).

A Inextricável Relação de Belém com o Estuário Amazônico

A relação da cidade é diretamente ligada ao estuário amazônico uma vez que este subsidiou a implementação e desenvolvimento da cidade. Ligada a muitos aspectos urbanos da época, mas principalmente por causa das atividades comerciais recorrentes da passagem do tempo.

Nota-se que o seu desenvolvimento inicialmente foi bem lento e iniciou-se pela posição geográfica favorecida pela desembocadura do Rio Amazonas, onde durante as disputas de território uma pequena fortificação se formou e assim o primeiro núcleo urbano, que se consolidou e mais tarde se transformou em um bairro da atual cidade de Belém. As atividades comerciais se intensificaram durante o ciclo da Borracha, e devido à localização e a formação de diversos assentamentos, as chamadas comunidades ribeirinhas que dependiam do abastecimento da cidade. Todos esses fatores incluindo as diversas fases da cidade e das atividades comerciais trouxeram muitas mudanças e consequentes estruturações urbanas, até que se começou a intervir no centro histórico influenciando a valorização que se perdeu pela urbanização dando nova vida para o espaço.

Redesenhando a Orla

A forte presença dos elementos naturais como os rios e matas que circundava a cidade, em supremacia do seu gigantismo, reafirma a necessidade de integração do homem com a paisagem. Na prática isso não ocorreu em Belém pois as atividades comerciais e sociais da cidade eram mais evidentes onde se correlacionavam com as praças.

Assim a orla começou a possuir carência de espaços que tivessem um uso efetivo e que comportassem essas atividades que aumentaram com o passar do tempo. Então em 1993 começa a se pensar sobre a recuperação dessa área. Esboçando um Plano Diretor Urbano de Belém (PDU) Lei n° 9.603.  

Segundo as autoras

Em primeiro lugar, o direcionamento político diferenciado entre os níveis estadual e municipal levou o primeiro a implantar projetos que buscaram inserir a cidade num mercado turístico e de negócios em escalas nacional e internacional, enquanto o segundo buscou direcionar suas ações para o lazer e a melhoria do cotidiano da população local. Em segundo lugar, a falta de uma visão integrada do espaço urbano comprometeu as intervenções, muitas vezes tratadas como projetos pontuais pouco relacionados ao seu entorno e à comunidade de usuários. (ROSAS, A.; SEABRA, S. 2013, p.148).

Assim para tentar corrigir essas deficiências causadas pelo errôneo projeto que não atendeu as demandas esperadas e menos ainda as necessidades da população. O governo municipal elaborou o Plano de Reestruturação da Orla de Belém em 2000, instaurando diretrizes que seriam destinadas à proteção do patrimônio ambiental e também para atividades voltadas para cultura e lazer.

Apesar de ser bem genérico o detalhamento do levantamento, porém contribuiu para conter o processo de apropriação indiscriminada do espaço, como ocupações irregulares.

Após muito se discutir sobre as problemáticas que ainda existiam, entre 2003 e 2006, deu origem a uma nova legislação de uso e ocupação do solo, Lei nº 8.655, de 30 de julho de 2008- na qual foram delimitadas as zonas de orla e consolidação de diretrizes e instrumentos urbanísticos,

Nesse capitulo as autoras levaram em analise apenas algumas das áreas do processo de intervenção total da orla de Belém, sendo elas respectivamente Ver o Rio, Estação das Docas, Ver o Peso e Núcleo Cultura Feliz Lusitana.

 Ver o Rio

Um projeto realmente significativo que funciona, mas que quase não se conclui por conta de falta de incentivos públicos e falta de interesse da população, inspirado em formas orgânicas inteirava a orla com a vista do rio além de possuir diversos espaços públicos como praças e memoriais que falavas sobre a cultura indígena, afro e holandesa. Além de valorizar a paisagem. Porém muito se deixou perder por conta da influência corporativa e imobiliária que começava a ver o potencial do local e construir edificações de gabarito alto, o que de acordo com o plano diretor não era correto, mas que durante algum tempo e por conta do poder aquisitivo de alguns proprietários as construções se efetivaram, levando a emergente verticalização da área da orla e inviabilizando futuras retomadas da implantação completa do projeto.

Estação das Docas

    São Galpões portuários que o governo a partir de 1998, destinou novas atividades comerciais, culturais e recreativas, instalando o polo turístico denominado
Estação das Docas. Esses edifícios eram de estrutura metálica pré-fabricada na Inglaterra e montadas em Belém no início do sec. XX. Tombado pelo IPHAN pela importância histórica possui uma área de 23 mil metros quadrados e valorizou as evidencias arqueológicas do antigo forte São Pedro Nolasco, incorporando ao um anfiteatro e a praça. Um galpão menor foi utilizado como terminal hidroviário e recebeu uma plataforma flutuante.

Foi muito bem-sucedido em relação ao projeto, mas enfrenta problemas por ter se tornado uma arquitetura etilista e não se integra ao seu entorno dando somente destaque a vista da baia, mas nas suas costas está um contexto de prédios históricos que foi deixado de lado.

Complexo Ver o Peso

O maior das partes de intervenção da orla tem 35.000 m², e visava organizar feiras ali existentes e renovar os espaços públicos, ancoradouros e vias públicas, além de restaurar as principais edificações históricas.

Este complexo foi um dos poucos da total intervenção que manteve as atividades que já existiam e fortalecendo o laço da população com o espaço o mantendo sempre vivo.

Núcleo Cultural Feliz Luzitânia

É a parcela do projeto que abrange os edifícios tombados e espaços abertos a margem do rio que compões o núcleo histórico original fazendo conexão com o Ver o Peso.

Neste projeto foram feitas intervenções que valorizaram o espaço como revitalização e alargamento das calçadas, criação de recantos de descanso e mirantes de contemplação além de um paisagismo complementar.

Algumas demolições foram feitas como um muro que separava o palacete das onze janelas do forte Castelo onde afetou a morfologia do espaço criando uma lacuna.

Foi inspirado pelo espaço espetáculo formando uma espécie de museu a céu aberto.

Resenha

Revitalização da Orla Fluvial na Amazonia – O caso de Belém do Pará

As intervenções urbanas implementadas em Belém carregavam consigo objetivos que buscavam a valorização da paisagem natural e da conservação do potencial histórico que a orla possui. Evidenciando então a evolução da cidade em relação as várias fases e reafirmar a apropriação social desse espaço.

Mas na prática essa não foi a realidade, algumas partes do projeto não asseguraram essa consolidação do acesso público, como no caso da Estação das docas em que a maior parte da população não utiliza o espaço que possui um uso mais cultural, e também nega as edificações históricas que se situam na fachada posterior do prédio e da ênfase somente a vista que a baía proporciona, além de buscar uma interatividade mais internacionalizada do que nacional.

Essas atitudes tomadas, refletem em como a população local interage com o espaço, notando-se uma necessidade de mudar a relação que foi construída com o tempo pelos cidadãos, onde a orla que sempre foi fonte de sustento e transporte, mudando para uma outra demanda de espaços públicos arborizados, onde somente uma parte do projeto atende a esse requisito que é o Ver o Rio que busca a expansão e interligação de áreas junto ao rio para uso público.

Em contrapartida outro fator que comprometeu a intervenção, foi a valorização do patrimônio cultural por meio de incentivo ao Turismo, onde os espaços que tem esse uso especifico se tornaram frágeis em relação a sustentabilidade sob o ponto de vista econômico e social, onde não fazem parte da rotina do cotidiano das pessoas. Precisando de subsídios governamentais para se manter.

Já o Ver o Peso foi bem-sucedido já que a dinâmica do local foi mantida e enalteceu então o valor cultural vigente e a interação das pessoas com o espaço, foi melhorado e ainda se ressaltou as edificações de valor histórico, possuindo um equilíbrio entre ponto de encontro, comércio, turismo e circulação.

(ROSAS, A.; SEABRA, S. 2013, p.158) “Os resultados obtidos em Belém revelam que a recuperação ou revitalização de espaços específicos não pode se efetivamente apenas intervenções físicas’.

Essa introdução é muito boa, pois ela trata dos aspectos que vão ser trabalhados do tema que é muito comum no Brasil e que a pouco tempo não tinha muita notoriedade.

Procurar sobre legislações especificas para intervenções em áreas de margem Fluvial.

Confirmar se esse diagnóstico e intervenção é efetivamente o mais viável apesar de se mostrar muito eficaz.

Fazer uma pesquisa sobre como é a dinâmica de uma orla no passado e no presente

Esse tipo de intervenção realmente pode servir de modelo para outros tipos de projetos que se enquadram no tema de revitalização de orlas?

Pode também funcionar para bahias e zonas portuárias marítimas?

Estuário:

Geo. braço de mar que se forma pela desembocadura de um rio.

Inextricável:

Achar uma palavra que se adeque

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Referência. IRAZÁBAL, Clara. Desenho Urbano, Planejamento e Políticas de Desenvolvimento em Curitiba. In: DEL RIO, V. e SIEMBIEDA, W. (Orgs.).  Desenho Urbano Contemporâneo no Brasil. Rio de Janeiro RJ, Grupo Gen; 1ª Edição, 2013. cap. 9, pág. 179-216

Varredura preliminar

Clara Irazábal

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