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A Construção das Cidades Segundo Seus Princípios Artísticos

Por:   •  9/1/2019  •  Resenha  •  1.364 Palavras (6 Páginas)  •  822 Visualizações

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SITTE, Camillo. A Construção das Cidades Segundo Seus Princípios Artísticos.  São Paulo: Ed. Ática, 1992.

Camillo Sitte foi um arquiteto e urbanista, historiador e pintor, nascido na cidade de Viena. Sitte tinha grande preocupação com a qualidade dos espaços urbanos. Ele possuía vasto conhecimento sobre a arqueologia Medieval e Renascentista, o que o levou à criação da obra “A Construção das Cidades Segundo Seus Princípios Artísticos”, caracterizando uma cidade ideal. O livro foi redigido em 1989, com o objetivo de criticar as transformações que a cidade de Viena sofria na época, além de confrontar o planejamento do que o local estava sendo submetido.

No capítulo 2, o autor discorre sobre o centros livres presentes nas praças antigas, embasando a informação em Vitrúvio, que não reconhece o centro da praça como lugar para as estátuas e chafarizes, a partir de uma antiga regra de disposição de monumentos, que preserva o centro para o tráfego e a convivência. Essa disposição não é somente estabelecida a partir de critérios de circulação, mas também artísticos, mirando o melhor  aproveitamento visual e apreciativo das obras. Essa regra do centro livre também pode ser empregada à edificações, principalmente igrejas, que segundo o autor, atualmente estão sendo implantadas no centro da praça, contrapondo costumes antigos que foram pensados com muito discernimento. A configuração moderna centralizada das igrejas acaba desarmonizando com o ambiente ao redor. O autor evidencia o isolamento de um edifício como retrocesso, a perda do efeito da obra, segundo ele, é muito mais interessante, assim como nos costumes antigos, que haja uma integração com o meio adjacente, com edificações compartilhando ambos os lados.

O capítulo 3 aborda a coesão das praças. Segundo o autor, é evidente que um espaço vazio no meio da cidade se torne uma praça, no entanto, atualmente, qualquer espaço vazio entre 4 ruas acaba sendo denominado como praça, o que é incoerente perante os princípios artísticos. De acordo com os ideais antigos, a praça deveria ser cercada por edifícios postos lado a lado, formando um fechamento que transmitia harmonia. Além disso, a disposição das ruas também complementava a coesão da imagem urbana, as ruas ao redor da praça eram construídas de forma perpendicular à visão do observador, o que dava o efeito de fechamento visual. Também eram utilizados pórticos e colunatas para contribuir no propósito desejado. Em contrapartida, na atualidade, o princípio de fechamento do espaço é ignorado.

No capítulo 4, o autor aborda a dimensão e a forma das praças. São apresentadas duas categorias de praça: as de largura e as de profundidade. Tais categorias são definidas de acordo com a posição do observador e da direção do seu olhar, quando o mesmo está em frente à principal edificação do conjunto. O autor compara os dois tipos de praça, mostrando suas características e efeitos visuais que causam, além de enfatizar a importância da proporção da praça com as edificações ao seu redor: uma praça muito pequena atrapalha a visão de efeito das construções monumentais, mas também uma praça muito grande acaba diminuindo os edifícios ao redor. Uma praça imensa não está ligada à grandiosidade, é preciso que haja proporção entre as dimensões das praças e as alturas dos edifícios circundantes.

No capítulo 5, o autor discorre sobre a irregularidade das praças antigas. Atualmente, o planejamento e a construção de praças seguem precisões milimétricas e criam padrões de ruas longas e retilíneas, o que é, segundo ideais antigos, uma preocupação inútil. A irregularidade das praças antigas não causam efeito desagradável, na verdade, ela transmite naturalidade e regularidade. Na construção urbana antiga, a irregularidade acabava traduzindo o desenvolvimento histórico da cidade de modo harmônico, já atualmente, as construções modernas estão presas à simetria, tornando-se limitadas em relação aos princípios artísticos, o que é visto, aos olhos do autor, como empobrecedor.

O capítulo 6 aborda o conjunto de praças. Principalmente na Itália, o centro da cidade era composto de várias praças, circundadas de edifícios importantes, este fato está relacionado principalmente com o conceito de fechamento das praças. Esse método, é hoje, inutilizado, o mais comum é que se construa edifícios isolados, postos sobre eixos geométricos, denominado segundo o autor como “sistema de blocos”.

No capítulo 9, o autor discute os sistemas modernos de traçados e de arborização. Os traçados são divididos em triangular, retangular e radial, todos ausentes de impressões artísticas, buscando acima de tudo a regularidade técnica. Os projetos atuais de vias são feitos baseados apenas no tráfego de veículos, sem preocupação com as praças e os ideais artísticos. O autor evidencia como o quarteirão retangular pode ser prejudicial para pedestres e veículos, aumentando congestionamentos e cruzamentos perigosos. Nesse sentido, o planejamento visando atender somente à circulação de carros, vai contra princípios artísticos, históricos e tradicionais da construção urbana. Já em questão da arborização, o autor destaca a impropriedade de implantar árvores em frente de monumentos e no centro de praças, virando um obstáculo para o observador.

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