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CCBB São Paulo Arquitetura

Por:   •  22/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.375 Palavras (10 Páginas)  •  246 Visualizações

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Faculdade: Faculdades Integradas Einstein de Limeira

Curso: Arquitetura e Urbanismo

Disciplina: Arquitetura Brasileira

Professor: João Paulo Berto

Alunas: Janaina da Silva Oliveira RA: 2358/16-1

              Nathália Coelho Schimidt RA: 0536/05-1

Centro Cultural Banco do Brasil

Introdução

O trabalho tem por objetivo analisar o prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, construído no período eclético brasileiro. O Ecletismo é caracterizado como uma atitude do espírito, atitude essa que está relacionada à busca da beleza e da verdade, sem se submeter à nenhuma doutrina de uma certa tradição, autoridade ou moda, buscando sempre a grandiosidade, simetria, hierarquização de espaços internos e riqueza decorativa. É formado por elementos escolhidos de diferentes estilos que foram propostos na história, como por exemplo o neoclássico e o neogótico. 

Na arquitetura, o Ecletismo busca a atitude dos arquitetos do século XIX para a criação de uma nova arquitetura, tendo como base doutrinas e teorias com o objetivo de se situarem na arquitetura do seu tempo, usando sistemas e elementos da história para a produção de uma arquitetura dos novos tempos, de outra forma, uma arquitetura tecnológica. Sua concepção na arquitetura está relacionada à renovação do pensamento político e filosófico, juntamente com o Iluminismo e suas raízes da segunda metade do século XVIII, onde se caracterizou pelo progresso e pela razão, questionando as regras clássicas, sobre a beleza se tornar subjetiva, dona do gosto de seu artista e seu tempo, e livre de regras. 

No Brasil, a casa urbana ganha um novo tipo de construção para a época: a fachada principal é alinhada à testa do lote, ou seja, em sua largura, ganhando acesso e varandas nas laterais, além de ser geminada; as grades (praticamente obrigatórias) e os portões eram feitos de ferro, a presença do porão também era comum na época. A engenharia ganhou um avanço no século XIX, as construções eram estruturadas em ferro forjado e aço nos interiores, frequentemente ocultado pelas alvenarias. Nas paredes perimetrais ocorria o uso de tijolos cerâmicos, e para a vedação começa-se a usar tijolos maciços e tijolos furados, sendo comum também o uso de estuque, onde a trama se compunha apenas de varas, eliminando os paus-a-pique. Quanto aos acabamentos, as alvenarias continuaram sendo revestidas em argamassa de cal, as pinturas ganham elementos decorativos, sobretudo nos interiores, onde as cores podiam ser associadas à lambris de madeira ou estuque.  

Desenvolvimento

Na década de 1920, com o café representando 70% das exportações no país e com a chegada de imigrantes para trabalhar nas plantações, fez com que o estado de São Paulo se tornasse o maior produtor do país, conseguindo grande importância financeira. Sendo assim, o prédio que foi construído em 1901 foi comprado em 1923 pelo Banco do Brasil, e somente em 1927, o prédio foi restaurado pelo arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Junior, para ser a primeira sede própria da agência bancária do Banco do Brasil em São Paulo, que funcionou de 1927 a 1996.  Por essa questão há elementos que remetem à economia da época assim com a intenção de mostrar a opulência e suntuosidade da época, o banco tinha que transmitir luxo e opulência assim certamente traria confiança aos seus clientes e o mais importante era associar as atividades econômicas dos clientes da época com a decoração da sede, sendo assim por todo o prédio tem os ramos de café e folhagens em ferro na fachada. O importante era mostrar para o Brasil que o ferro e o café podiam conversarem entre si assim, uma forma de mostrar a aristocracia paulista com a burguesia emergente dos emigrantes. Seus elementos originais foram restaurados, mantendo apenas as linhas que o tornam uns dos edifícios mais significativos da arquitetura no início do século XX, com características da Belle Époque (período de influência francesa), como as faixas horizontais na parte superior do prédio, chamadas de platibandas, e as janelas sobre o telhado, chamadas de mansardas, além da escolha da esquina para a porta de entrada que proporcionava um melhor aproveitamento espacial. O cofre ocupava o subsolo, e seu interior apresentava um espaço com gavetas pequenas para joias, pertences pessoais e documentos. A agência ocupava a parte térrea e o primeiro andar, os pisos superiores eram utilizados para locação de escritórios.

                 Imagem 1: Fachada (entrada principal)[pic 1]

A estrutura é feita de concreto armado, sendo uma inovação da época, são notáveis também a área da janela emoldurada por pilastras monumentais, o vão interno que atravessa os andares, iluminado por uma claraboia de vitrais coloridos, bustos dos deuses gregos Mercúrio e Vulcano, representando o poder do trabalho e a realização material, embaixo das iniciais do banco. Seu estilo é eclético, obtendo elementos do neoclassicismo, renascimento italiano, Art nouveau e Art déco.  

Na década de 1930, surgiram avenidas que ligavam o centro às regiões mais afastadas, com isso a população se deslocou para a periferia, iniciando então um processo de desvalorização na região central, embora ainda continuasse sendo o ponto das atividades comerciais. Após o final da Segunda Guerra Mundial, a estrutura de Pujol não se adequava mais ao crescimento da cidade e do banco, então o edifício continuou como agência e sua sede, em 1954, mudou-se para a Avenida São João.

Com o objetivo de revalorizar o Centro Histórico, em 1990 ocorreu um restauro e uma adaptação como centro cultural, ainda mantido pelo Banco do Brasil. O arquiteto Luiz Telles apresentava em seu projeto para essa tarefa, colunas com capitéis trabalhados, adornos em dourado e as luminárias de dois braços, apenas usadas onde funcionava o banco, e a partir do segundo piso, os capitéis são retos, as lajes são simples e as luminárias apresentam um braço apenas, esses quesitos também permaneceram, porém a claraboia foi elevada para o quarto piso e passou a integrar os pavimentos, e uma estrutura metálica revestida de gesso foi executada como apoio para a claraboia, que era menos que o vazio central do quarto andar.

                                                                            Imagem 2: Claraboia[pic 2]

Os cofres da agência, localizados no subsolo, tiveram as portas de aço e bronze restaurados e foram transportados para as salas de exposições, os balcões de atendimento no térreo, que rodeava o saguão central, foram cortados para obter um hall de entrada e facilitar a circulação, os trechos mantidos foram usados como recepção, bilheteria, guarda-volumes, e os trechos retirados abrigaram a bomboniére no terceiro andar.

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