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Cidades Romanas, Pierre Grimal

Por:   •  1/10/2020  •  Resenha  •  1.228 Palavras (5 Páginas)  •  554 Visualizações

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Resenha

GRIMAL, Pierre. As cidades Romanas. Lisboa: Edições 70, 2003, 109 p., Coleção: lugar da História – vol. 61.

                                                                              

Pierre Grimal (Paris, 21-11- 1912 – 11-10-1996) foi um importante historiador, professor e latinista. Fascinado pela civilização romana, promoveu a herança cultural de Roma. Traduziu clássicos, publicou biografias e estudos sobre a civilização e mitologia romana. Dentre essas obras se encontra o livro As cidades Romanas que é dividido em quatro capítulos: introdução; Princípios gerais do urbanismo romano; O desenvolvimento urbano de Roma; Os monumentos urbanos típicos e Algumas grandes cidades.

Introdução; No oriente, muito antes da conquista romana, cidades já eram afamadas.No entanto, o mesmo não ocorria no Ocidente. Para o autor, os romanos fundaram as primeiras cidades ocidentais, pois, apesar de os povoados existentes abarcarem traços de cidade, não podiam ser consideradas como tal. Ademais, para gregos e romanos uma cidade deveria conter meios para vida coletiva e consagrar o solo aos deuses. A cidade romana era ao mesmo tempo um centro sagrado e jurídico. A fundação das colônias propositava servir como ponto de instabilidade no interior dos territórios. As províncias passaram a ser células políticas, centros administrativos que submetiam o território a sua volta. O urbanismo romano, além de determinar o novo habitat humano, serviu como ferramenta política, transformou a vida dos seus subjugados e garantiu a romanização dos territórios conquistados. Além de representar um número de comodidades materiais, a cidade romana era sobretudo um símbolo onipresente de um sistema religioso, social e político que formava a verdadeira estrutura da romanidade. Nesse aspecto as cidades romanas e as colônias (cidades fundadas por cidadãos romanos) reproduzem tão fielmente quanto possível as instituições, os monumentos, os cultos de Roma, a Urbs, a cidade por excelência. Nessas cidades encontravam-se edifícios que, apesar de não se assimilarem na forma, são análogos pela sua intenção e função. Porém, as cidades não eram idênticas, as variações de localidade inseriam diversidade e estilos arquitetônicos mistos. As cidades romanas tiveram o apogeu entre os séculos I e II de nossa era, que foram seguidos de instabilidade e guerras. As cidades contraíram-se em muralhas construídas apressadamente apoiadas nos monumentos existentes. Forma-se assim, nos princípios da idade média, uma nova cidade sobre uma parte restrita da cidade romana, que ainda mais tarde a cidade medieval originaria a cidade moderna.

O primeiro capítulo; aponta o duplo aspecto de fundação das cidades (prático e religioso) de provável origem etrusca. Religiosamente se sucedia o Ritual da Vala. Este basicamente circundava a cidade com uma linha de proteção mágica que era completado por dois outros, ambos de consagração, um destinado aos deuses infernais e outro aos deuses do alto. O aspecto prático aborda a adoção do modelo urbano em quadrícula que além de solucionar problemas práticos atendia à concepção de cidade normal para romanos (quadrada ou retangular), contudo, somente aplicável em terrenos sem muitos acidentes. Nesse modelo a cidade deveria ser atravessada por duas vias principais perpendiculares traçadas segundo os meridianos, o Norte-Sul (Cardo) e Leste-Oeste (Decumanus) ao final dessas ruas quatro portas seriam edificadas. Paralelas aos eixos principais, situavam-se as ruas secundárias (decumani e Cardines). O rigor geométrico do plano em quadricula não se explica apenas pelo espirito militar romano. A orientação do Cardo e Decumanus era uma intenção religiosa. O ponto comum se dá pela determinação dos eixos, que eram orientados segundo linhas de força do universo tal como era concebido. Para exemplificar a influência etrusca, são citadas cidades etruscas como Marzabotto e Cápua dos fins do sec. VI a.C que já apresentavam traços gerais das colônias romanas. Contudo, a origem da cidade quadrada não deve ser procurada apenas na Itália, mas em todo o mediterrâneo. Acredita-se que o arquiteto Hipódamo de Mileto foi o principal divulgador na Grécia. O modelo tornou-se habitual na fundação e reconstrução das cidades, e triunfou no período helenístico.

O segundo capítulo aborda a origem de Roma e os princípios gerais do urbanismo romano. Há uma tradição segundo a qual Roma foi fundada cerca do séc. VIII (753 a.C) por colonos latinos sob o comando dos irmãos Romulo e Remo que edificaram no palatino uma aldeia. Admite-se que Romulo traçou em torno da colina o ritual da vala e esse foi o berço de Roma. Outras aldeias instalaram-se e constituíram uma federação com o centro em terreno neutro, o Fórum. Mas, essa tradição não possui muitos vestígios, acredita-se que seja uma lenda tardia que surgiu por oportunidade política. É provável que Roma começou como colônia etrusca que após a fragilização do poderio dominante, tornou-se independente. Quanto ao desenvolvimento urbano o problema enfrentado no período republicano foi o atraso no desenvolvimento do fórum. Portanto, edifícios e obras públicas foram executadas na tentativa de ordená-lo. O império lidava com a falta de espaço e Roma continuou até o fim sendo pequena. Contudo, o império contribuiu com os Fora imperiais e o anfiteatro Coliseu. O arranjo urbanístico, por fim, compensou o atraso transformando Roma na rainha das cidades.

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