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O Planejamento urbano das cidades romana

Por:   •  3/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.158 Palavras (9 Páginas)  •  1.016 Visualizações

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Malha Xadrez Romana

O planejamento urbano das cidades romanas, ou malha xadrez, aparece, na literatura antiga, associado ao nome de Hipodamo de Mileto, que projetou, para Péricles, a colônia pan-helênica de Turi, no sul da Itália, em 43 a.C e reformou o Pireu, a cidade portuária de Atenas, por volta da mesma época. O nome de Mileto é ligado ao traçado urbano das cidades visto que, seguiam um cuidadoso planeamento retilíneo, geométrico e racional, organizada em quadrícula ouretícula, ideias essas muito difundidas pelo filósofo arquiteto (figura 01) .

É bem possível que Hipodamo associasse tal planejamento urbano à matemática abstrata, mas provavelmente esta se introduziu como um artificio prático no momento em que novos sítios urbanos eram repartidos pelos colonizadores jônicos do século VI.

Além de seu caráter sagrado, o traçado das cidades romanas era orientado em um sentido harmônico com a ordem cósmica. A marca típica que a distinguia das cidades helenísticas do mesmo caráter geral era o traçado de suas duas ruas principais, o cardo, que corria de norte para sul, e o decumannus, que corria de leste para oeste.. Tais ruas eram destinadas a se cruzar bem no meio das cidades (figura 2), onde geralmente se encontrava as praças publicas, e ali, segundo ()... cavavam uma forma de alicerce para relíquias sagradas, ali geralmente era o lugar do Forum, equivalente romano das acrópoles e agoras, concebidos como uma única coisa. A topografia e acidentes de um costume mais remoto, assim como o plano em grade também eram questões discutidas.  Ao tempo de Vitrúvio, a preocupação com a higiene e o conforto veio modificar mais ainda o traçado da cidade romana, de tal sorte que ele chegava a sugerir que as ruas pequenas ou vielas fossem orientadas no sentido de conter os desagradáveis ventos frios e os “infecciosos” ventos quentes. Mas, como tantas vezes aconteceu, a prática religiosa chamava atenção para o próprio princípio da orientação (figura 03).

 O traçado romano se iniciava pela muralha, diferente do grego que, a muralha era pensada depois do traçado concluído, as muralhas eram separadas das casas periféricas por um espaço vazio, ou pomério, de largura predeterminada e, além disso, por motivos religiosos ou considerações utilitárias, as cidades ganhavam uma forma retangular, com duas ruas que se cruzam em ângulo reto perto do centro (chamado de axial). Essa forma axial de cidade, é uma forma antiga, um dos exemplos mais antigos desse traçado é Badawy, umas das fortalezas construídas em ilhas rochosas ou na margem do Nilo durante a Décima Segunda Dinastia. Esse traçado fazia parte de uma tradição muito mais velha, e talvez proviesse, ainda, dos primeiros tempos neolíticos. “Existem, ademais, alguns testemunhos literários e inscricionais do estabelecimento de novas cidades segundo esse traçado, que possuía um caráter religioso e provavelmente se originou na Etrútia'' ( D.S Robertson ,1997, p.518).

Nas cidades helenísticas, os romanos receberam um padrão de ordem estética que se apoiava numa base prática; e a cada uma das grandes instituições do urbanismo milésio, os romanos deram um encaminhamento característico próprio, superando o original em ornato e imponência. Os lugares onde essas duas correntes de influência foram ajuntar-se, no espírito romano, achava- se em cidades africanas e sírias, muitas vezes grandemente desenvolvidas como cidades manufatureiras especializadas e centros comerciais, ou em militares de colonização, fundadas para servir de pontos de apoio para o império (figura 04).

Segundo  " O talento romano para a engenharia parece, porém, ter uma dívida direta para com os etruscos, embora o camponês italiano, ainda destro no manejo da picareta e da pá, em toda parte tornasse essa sua própria tradição. " Aliás, a monumentalidade é uma das características mais salientes das cidades romanas, patente tanto em edifícios utilitários (aquedutos, circos, anfiteatros), como em obras meramente decorativas ou comemorativas (estátuas, arcos de triunfo, colunas). Entre a arquitetura romana com sentido utilitário podemos citar as Termas, que eram estabelecimentos públicos onde se podia tomar banhos de água quente, fria e tépida, receber massagens, fazer depilação, praticar desporto, ler e conviver socialmente; os Anfiteatros eram locais de duelo entre gladiadores e entre homens e feras); circos (estádios usados para corridas e carros puxados a cavalos); e também os Teatros, locais para a representação de tragédia, comédia e farsas, também utilizada para reuniões políticas dos cidadãos. Quando falamos de caráter comemorativo, estamos falando dos monumentos feitos para exaltar as vitórias dos imperadores, e são eles: Arcos do triunfo e Colunas. Contudo, ainda existiam os elementos arquitetônicos a serviço das cidades, entre eles destacamos: a Curia ( região onde encontrava-se os principais edifícios da cidade), Basílicas ( locais de comercio) , Templos (religião politeísta exigia que estivessem espalhados por todo o Império afim de também neles se prestar culto ao imperador. Seguiam o modelo arquitetônico romano),  Aquedutos (construções para transportar e abastecer a cidade a partir dos reservatórios naturais), Bibliotecas, Domus e insulae (as domus, casa particular, onde moravam os cidadãos mais ricos e que, em Roma, se espalhava pelas colinas; e a insula, prédio de aluguel. Possuidora de um jardim interior e de outras comodidades e luxos, a domus em tudo contrastava com a alta e frágil insula, em tijolo e madeira, que facilmente se degradava e ruía com frequência, quando não era vítima de incêndios) e as pontes, estradas e rede de esgotos (os passeios eram largos, as vias ligeiramente inclinadas para facilitar o escorrimento das águas em caso de cheias e havia passadeiras para que em caso de inundações os peões não molhassem os pés, que permitiam também a passagem das carroças).

Dentre as cidades antigas, destacamos, Timgad, que foi exumada em tempos recentes, constitui um exemplo da arte urbanística romana em todas as suas graças dos últimos dias. O traçado regular em tabuleiro, com um limite retangular, as calçadas com arcadas, o fórum, o teatro, a arena, os banhos, os lavatórios públicos constituíam equipamento padrão. Formas semelhantes foram repetidas de um a outro extremo do império: de Chester na Inglaterra ocidental, que ainda tem uma rua de compras elevada e cobertura em estilo “romano”, a Antiíquia e Éfeso, na Ásia Menor. Os novos mercados de Coventry e Harlow, com suas fileiras superiores de lojas e escritórios constituem apenas uma recuperação do admirável plano romano de nível múltiplo.

A mais antiga cidade em que esse traçado ainda permite ser reconstituído claramente é Óstia, o porto d Roma. Seu núcleo era um acampamento ou cidadela fundado no final do século IV.a.C., e que consistia em um retângulo medindo cerca de 132 m por cerca de 119 m, com quatro portões, além de um cardo e um decumano, ambos os quais mantiveram sua importância quando da expansão da cidade nos períodos republicano e imperial. O decumano, em particular, foi prolongado de modo a formar a principal via de circulação da cidade ampliada, enquanto o fórum era uma expansão da parte sul do cardo; todavia, embora a parte da cidade nova situada a norte do decumano prolongado contasse com um sistema de vias retilíneas que se interceptam em ângulos retos, não existia verdadeiramente um cardo, enquanto a área ao sul era irregular, da mesma forma como os novos muros da cidade (figura 05).

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