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Das falsas explicações sobre os problemas urbanos às falsas receitas para superá-los (pp. 103 – 110) sétimo capítulo

Por:   •  20/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  496 Palavras (2 Páginas)  •  647 Visualizações

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Das falsas explicações sobre os problemas urbanos às falsas receitas para superá-los (pp. 103 – 110) sétimo capítulo

Este capítulo do livro se dedica a desvendar as explicações simplistas e inverídicas que rondam a questão do problema urbano e as falsas soluções aplicadas no enfrentamento desses problemas. Para tanto, o autor começa explicando a superficialidade de se atribuir a aspectos quantitativos, em detrimentos dos qualitativos, (quanto maior uma cidade, maiores as sua dificuldades) os problemas urbanos - o que ele logo prova ser mal embasado ao apresentar o exemplo da região metropolitana de Londres e compará-la à região metropolitana do Recife, sendo esta muito mais problemática que aquela, apesar de menor. É criticado, também, o senso comum que aponta a pobreza absoluta e relativa como a causa exclusiva dos altos índices de criminalidade de uma cidade, ignorando aspectos como a cultura e as instituições políticas e judiciais locais, sendo considerada, portanto, uma explicação simplista e rapidamente refutada.

Comenta-se, ainda, outras hipersimplificações como “o problema é a falta de planejamento” ou “o problema é a falta de vontade política”. Sobre a primeira afirmação o autor evidencia que planejamento demanda contextualização, o que significa que “se não entendermos as causas institucionais, econômicas e culturais mais amplas de certas deficiências não vislumbraremos uma boa parte daquilo que é necessário enfrentar para ultrapassá-las” (SOUZA, pag. 107, 2ª edição), o que leva a questão dos planejadores estarem ética e tecnicamente preparados para adentrar em um processo de desenvolvimento urbano. Neste sentido, o autor explica que o clamor geral por “bastante planejamento” e “bons planejadores” por si só acaba não sendo suficiente nesse processo, sendo necessário analisar, também, até onde vai o comprometimento desses planejadores para com o desenvolvimento urbano sustentável frente às estruturas político-administrativas das quais fazem parte e as interferências que a escassez de recursos e a corrupção em obras públicas podem causar, sendo importante levar em conta, ainda, questões que transcendem o processo de planejamento em escala local.

Quanto à segunda afirmação, o autor explica que as elites políticas são produtos seculares de tradições e ideologias e por isso

Perseguem, com a maior objetividade e eficácia que a inteligência individual permite, os seus interesses econômicos e políticos enquanto classes e frações de classe. Não adianta apelar para o ‘senso moral’ para uma classe dirigente que [...] desempenha um papel de exploração econômica e dominação política1.

Reforçando a importância dos papeis sociais (e das instituições sociais que dão sentido a esses), que possuem as suas legislações, burocracias e restrições, evidenciando que os governantes não têm a capacidade de resolver todos os problemas individualmente.

Esse capítulo mostra, portanto, que os problemas urbanos não podem ser fincados em três ou quatro causas sem uma maior contextualização e justaposição dos vários fatores, pois essas explicações acabam tornando-se errôneas, sem fundamentos e extremamente superficiais, fazendo do processo de análise e criação de estratégias de solução algo extremamente difícil.

1. M. L. Souza, ABC do desenvolvimento urbano.

SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

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