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Desenho Ambiental: Uma introdução à arquitetura da paisagem com o paradigma ecológico

Por:   •  27/2/2019  •  Resenha  •  1.190 Palavras (5 Páginas)  •  681 Visualizações

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Desenho Ambiental: uma introdução à arquitetura da paisagem com o paradigma ecológico

O livro é baseado na tese de doutorado de Maria de Assunção Ribeiro Franco, defendida em novembro de 1994, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, sendo dividido em oito capítulos. Os primeiros quatro capítulos – “Os Precursores”, “Paisagem Pós-Moderna”, “Arquitetura e Meio Ambiente: A Busca da Totalidade” e “A Visão Ecossistêmica, respectivamente – pertencem a “Parte 1 – Do Paisagismo ao Desenho Ambiental”, enquanto a segunda metade – “A Escala Regional: A APA de Atibaia”, “A Escala Urbana: Parque Ecológico Norte de Brasília”, “A Escala Pontual: O ‘Condomínio Baleia’ e o ‘Edifício San Marco’” e “Desenho Ambiental: Instrumento Fundamental da Arquitetura e do Planejamento Territorial”. Ao final, é a apresentada a conclusão e bibliografia.

Nas últimas décadas, o paisagismo deixou de ser atividade periférica do ramo principal da arquitetura. No período modernista, os arquitetos – ligados à geometria, à técnica, ao progresso, à ordem e a à imagem da máquina – não se sentiam seguros diante a paisagem, tendo muita dificuldade para incorporar a natureza orgânica da paisagem. Sua importância, deve-se a dois fatores: a atividade de diversos profissionais que intermediaram o contexto pós-guerra e ao estudo acadêmico da história do paisagismo de 1970 nos Estados Unidos.

A partir daí, surgiram representantes da arquitetura paisagística em diversos locais do mundo, como Luis Barragán, no México, Sylvia Crowe, no Reino Unido, Jane Jacobs, nos Estados Unidos, entre outros. No Brasil, Roberto Burle Marx, mostrou em seu trabalho mostrou projetos originais, sua principal contribuição está na criação de padrões de desenho que incorporam as formações naturais sem imitá-las.

Passasse também a aumentar a escala de intervenções paisagísticas, como parques públicos e jardins botânicos, incorporando funções como lazer e jogo, e que implicassem manutenção mínima.

A consciência ecológica, no sentido de preservação dos recursos naturais, surgiu no pós-guerra, com isso, o paisagismo baseado apenas na estética e funcionalidade, perdeu a sua importância para a linha de Planejamento e Desenho Ambiental, iniciada por McHarg e Halprin. Esse novo conceito abordava a preservação da natureza, a qualidade ambiental no meio urbano, planejamento de uma arquitetura que obtivesse proveito das características naturais do entorno em seu posicionamento e sua composição formal.

A relação entre arquitetura e paisagismo se torna estável a partir da década de 80, entretanto, o tratamento do entorno continua sendo uma intervenção secundária dos edifícios, tornando o paisagismo uma solução para melhorar a baixa qualidade dos entornos e da arquitetura anônima.

A arte ambiental – presente na obra de pintores paisagistas do século XVIII – fez com que as pessoas vivenciassem os espaços cotidianos, de uma forma nova forma, exerceu a sua influência no paisagismo cultural. Este determina que uma paisagem não pode ser inventada, mas seu significado deve remeter a cultura do local, e é nessa vertente que se concentra o paisagismo atual.

A ideia de higiene pública exerceu influência no planejamento das cidades desde V a. C., mas somente no fim do século XVIII, por descobertas na biologia e o crescimento da indústria, se tornou imprescindível para todas as classes. No Brasil, o principal interprete desse movimento foi o engenheiro urbanista Saturnino de Brito, para ele, com o saneamento e a qualificação paisagística das cidades era possível atingir melhoria social, elevando assim, o padrão moral das classes mais populares.

No período clássico barroco foram introduzidas árvores nas cidades europeias, surgiram então, o parque, a alameda, o jardim, o passeio arborizado. Segundo Lamas, é nesse mesmo período que o paisagismo se estrutura como um campo específico da arquitetura e do planejamento urbano.

A aversão a baixa qualidade de vida nas cidades devido a urbanização crescente em conjunto om a exploração da natureza por meio da agriculta e pecuária, nos Estados Unidos, em meados do século XIX, gerou o movimento conservacionista do “Parks Movement”. Além da criação de diversos parques nacionais pelo mundo, esse movimento mudou o conceito de qualidade ambiental urbana e criou a categoria profissional do arquiteto paisagista. Por mais que no Brasil essa influência tenha sido tardia, ele não ficou de fora do movimento, especialmente São Paulo.

Há décadas, a ecologia demonstra como o organismo e os ambientes interagem entre si, se influenciando. Decorrente a isso, há uma mudança do paradigma iluminista para o paradigma holístico. Atualmente, principalmente nos Estados Unidos e Japão, há uma busca pela “Arquitetura Total”, onde há a integração entre planejamento territorial, urbanismo, paisagismo e o desenho dos edifícios.

No Brasil, em 1980, foi implantada a Política Nacional do Meio Ambiente devido a diversos fatores históricos e principalmente pela pressão exercida pelos órgãos financiadores internacionais. Ao final dessa década, foram criadas pela SMA (Secretaria do Meio Ambiente) 19 APA’s (Áreas de Proteção Ambiental), somente no estado de São Paulo, dentro delas, destaca-se a APA de Atibaia – exemplo de Desenho Ambiental em escala regional. Essa que, buscou a conciliação do conceito legal das áreas de proteção ambiental, dissolvendo assim, os métodos convencionais utilizados nos trabalhos de planejamento.

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