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FICHAMENTO - CONCEITO, CONTEXTO, CONTENIDO (BERNARD TSCHUMI)

Por:   •  12/4/2021  •  Resenha  •  1.858 Palavras (8 Páginas)  •  714 Visualizações

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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO                       BARRA/TIJUCA

FUNDAMENTOS DE PROJETO FINAL DE GRADUAÇÃO

Orientação Prof. Alder Catunda

Fichamento de texto Nº 00

AMANDA DA SILVA PEREIRA

Fichamento referente ao texto “Concepto, contexto, contenido” do autor Bernard Tschumi.

1. Referência Bibliográfica

TSCHUMI. Bernard. “Concepto, Contexto, Contenido”. Arquine, Revista Internacional de Arquitectura y Diseño. Atenas, vol 34, 2005. Disponível em: https://classroom.google.com/u/0/c/Mjg0NTQ5ODM1Nzgz.

2. Dados Biográficos do autor

Bernard Tschumi, é arquiteto e professor. Conhecido inicialmente como teórico, exibiu e publicou The Manhattan Transcripts (1981) e Architecture and Disjunction (MIT Press, 1994). Em 1983 ganhou o concurso para projetar o Parque de la Villette em Paris onde abre seu escritório de projetos que mais tarde ganha uma filial em Nova York (1988). Foi um dos finalistas selecionados pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) em 1997 para projetar sua ampliação. Seus recentes projetos são o Museu de Arte Africana em N. Y. o Novo Museu da Acrópolis de Atenas e o Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, todos resultados de concursos internacionais de arquitetura como os edifícios de Cincinnati e Genebra.

3. Ementa (memória do texto, incluindo contexto de produção)

O conteúdo trata-se de um aproposta feita pelo autor de ressignificar a adefinição de forma através de argumentos que valorizam a maneira com que o conceito, o contexto e o conteúdo se relacionam, ora com harmonia ora com conflito, mas sempre de maneira estratégica, capaz de definir os principais preceitos de um projeto arquitetônico e interpretar os fatores fundamentais que dão inicio ao processo construtivo, como a elaboração do programa e os levantamentos do entorno imediato que proporcionam a percepção do espaço e quais intervenções físicas e sociais podem contribuir com a cidade, bairro ou rua a partir da proposta projetual.

4. Tese central (argumento)

O autor propaga a ideia de que toda intervenção deve viabilizar o reconhecimento de seus próprios valores críticos e seletivos, com o intuito de propor novas criações que trazem melhorias ao existente, arcando assim, com a responsabilidade de tecer criticas às propostas anteriores.

“O conceito, e não a forma, é o que destingue a arquitetura da mesra construção. Entretanto, não há arquitetura sem contexto. (Tschumi, 2005, p.02)”

Esta ideia precede de forma contextualizada, a visão explícita do autor de que o programa ou a função podem ser geradores da forma, mas embora utilizada esta palavra, o autor prefere substitui-la por “conteudo”, reafirmando que a “forma segue o conteúdo” e nao o contrário.

O principal objetivo do texto é analisar e expor as possibilidades de explorar a interação e os demais comportamentos que advêm da aproximação dos tópicos “conceito, contexto e conteúdo”,usufruindo, assim, dos resultados imediatos ou não desta experiência.

5. Lógica interna/desenvolvimento/argumentação

O artigo para a Revista Internacional de Arquitetura reflete sobre a possibilidade de um modo de operar que potencialize a ação crítica da arquitetura no mundo contemporâneo, marcado pela sintonia nas esferas social, econômica, política e cultural. De maneira linear, o autor opta por iniciar sua tese a partir da criação de linhas comparativas entre as peças chaves de suas analises dentro do que se é proposto.

Sua primeira ação é entitular as palavras “conceito” (que pode negar ou ignorar as circunstancias que o rodeiam) e “contexto” (que pode obscurecer ou desfocar a precisão de uma ideia arquitetônica) de maneira antagônica pondo uma versus a outra, porém no decorrer de seu discurso são apresentadas determinadas reflexões que possibilitam um entendimento contrario, onde apesar de seus frequentes conflitos, também podem ser ditas como inseparáveis e se relacionam através da indiferença (coexistem, mas não interagem), da reciprocidade (complementam-se/mesclam-se em uma identidade continua e do conflito (chocam-se estratégicamente), e a partir destas três opções é possivel selecionar qual a estratégia mais adequada para cada projeto arquitetônico.

Ainda dentro desta premissa, o autor questiona se haveria a possibilidade de contextualizar o conceito, adaptando-o às circunstâncias de um sítio ou uma situação política particular, e de conceitualizar o contexto, transformando as idiossincrasias e restições particulares de um contexto em força que impulsiona o desenvolvimento de uma ideia arquitetônica ou conceito, ou seja, utilizando da força de seu oponente para a sua própria vantagem.

Em seguida, o autor discursa a partir do titulo “Conceito versus Conteúdo”, onde a proposta ainda é explorar as congrências e as adversidades entre as mesmas, partindo da premissa que “não há espaço sem conteúdo” e questionando o costume dos arquitetos de começar com um programa, já que, segundo o mesmo, o conceito de um edifício pode preceder a inserção do programa ou conteúdo, levando em consideração a frase “a forma segue a função”, mas um elemento programático pode exacerbar-se ou tematizar-se de tal modo que se converta no conceito do edifício.

Para exemplificar seu argumento, Bernard Tschumi cita o Museu Guggenheim de Nova York, onde Frank Lloyd Wright valoriza o movimento através do edifício e o transforma em um conceito em forma de rampa contínua que, finalmente, caracteriza o museu, mostrando que a relação entra conceito e o conteúdo também pode ser de indiferença, reciprocidade e conflito.

Já o debate entre conteúdo e contexto, citado logo em seguida, diz respeito ao uso apropriado para certos lugares, pondo em pauta exemplos familiares e polemicos entre as palavras e questionando os conceitos sociais e arquitetônicos em determinadas práticas que também se relacionam com indiferença, reciprocidade e conflito.

Os exemplos utilizado pelo autor é da construção de um aéroporto em uma reserva ecológica ou de um centro comercial em um centro histórico, estimulando o autor a refletir sobre os pontos apresentados.

O embate Contexto versus Conceito é finalizado com uma série de fatos e interpretações geradas pelo autor, que detaca que esta interação não é algo simples, já que o contexto é definido pelo observador e pode ser enquadrado e definido por um conceito. “O contexto não é um fato, é sempre resultado de uma interpretação” afirma Tschumi, portanto, por ser comumente ideológico, pode ser qualificado ou desqualificado mediante conceitos.

6. Interlocução

Sobre as noções de interpretação dadas pelo autor, percebe-se grandes semelhanças com os argumentos o arquiteto, historiador e filósofo da Catalunha, Ignasi de Solà-Morales Rubió.

“Todo problema de intervenção é sempre um problema de interpretação de uma obra de arquitetura existente, porque as possíveis formas de intervenção que se colocam, sempre são formas de interpretar o novo discurso que o edifício pode produzir. Uma intervenção é tanto pretender que o edifício volte a dizer algo e o diga em determinada direção. (Solà-Morales,1979)”

No ensaio teórico “Concepto vs contexto vs contenido”, Bernard Tschumi refere-se ao contexto como interpretação, não como um dado, mas como algo definido pelo observador.

Além de Solà-Morales, que aparece com referência subentendida nas escritas do autor, o arquiteto, escritor e educador estadunidense Frank Lloyd Wright também aparece no texto, explícitamente, com o seu projeto do Museu Guggenheim de Nova York, exemplificando as alegações referentes ao “conceito vs conteúdo”, onde Lloyd caracteriza o museu através de um elemento implícito do programa ja citado anteriormente no presente fichamento.

7. Excertos

Dentro do texto trabalhado, o contexto é entendido como “frequêntemente ideologico e pode ser qualificado ou desqualidicado por conceitos”

Não há arquitetura sem conceito – uma ideia, diagrama, ou partido que de coerência e identidade a um edifício. Conceito, não forma, é o que distingue a arquitetura da mera construção. Contudo, também não há arquitetura sem contexto (exceto na utopia). Um trabalho de arquitetura sempre em in situ, ou “situado”, localizado em um site e dentro de um contexto [setting]. O contexto pode ser histórico, geográfico, cultural, político ou econômico. Ele nunca é somente uma questão de dimensão visual ou o que nos anos 1980 e 90 se chamou de “contextualismo”, com um conservadorismo estético implícito. (Tschumi, 2005, p.02).

Já sobre a relação entre conceito e conteúdo, o autor afirma que pode ser dada através da indiferença, da reciprocidade e do conflito.

Se pode cozinhar ao ar livre – indiferença – em uma cozinha – reciprocidade – ou no banheiro – conflito –, ou podemos usar uma bicicleta numa praça – indiferença – em um velódromo – reciprocidade – ou numa sala de concertos – conflito.

Um programa ou conteúdo pode ser também utilitário ou simbólico. As relações de indiferença, reciprocidade ou conflito se aplicam em cada caso. Por exemplo, um memorial se pode fazer com água, árvores e luz, ou pode ser um clube noturno, com corpos que dançam e sons estridentes. Portanto, o conteúdo pode qualificar ou desqualificar os conceitos. (Tschumi, 2005, p.05).

8. Questões para debate

 Estas reflexões tornam questionável a postura dos demais arquitetos com suas formas de conceitualização, que não não pressupõem a existência de uma solução ou resposta específica.

Se quisermos reconstruir a genealogia dos conceitos arquitetônicos,

certamente descobriremos que a arquitetura está cheia de suposições inquestionáveis, incluindo aquelas ideias preconcebidas que ocultam territórios proibidos ou não autorizados, reprimindo novas invenções e descobertas. (Tschumi, 2005, p.07).

Sobre a sua visão de conceito e contexto, Bernard Tschumi diz que a melhor solução é não fazer com que um prevaleça sobre o outro, mas sim explorar a relação entre ambos, porém é preciso reconhecer as suas relações de conflito de maneira estratégica.

Dentro da arquitetura, o conceito e o contexto são inseparáveis. Frequentemente também estão em conflito. O conceito pode negar ou ignorar as circunstâncias que o rodeiam, enquanto que o contexto pode obscurecer ou desfocar a precisão de uma ideia arquitetônica. (Tschumi, 2005, p.02).

Dentro do coteúdo trabalhado, o autor cita o Museu de Arte Contemporânea (São Paulo, Brasil, 2001), o Novo Museu da Acrópolis (Atenas, Grécia, 2001-2006), o Centro de Meios Eletrônicos e Artes (Troy, USA, 2000), o Museu de Arte Africana (Nova York, USA, 2003-2006) e o Centro Atlético da Universidade de Cincinnati (Cincinnati, USA, 2001-2006), sobre esses projetos o autor afirma:

Estes projetos sugerem que a atividade da arquitetura é menos fazer formas que investigar conceitos e a consequente materialização. Conforme a sociedade evolui, sua arquitetura anuncia ou responde a esta evolução gerando novos conceitos, questionando e substituindo os velhos obsoletos. (Tschumi, 2005, p.11).

Estas afirmações podem gerar debates necessários e capazes de contribuir grandemente para a formação de novos arquitetos.

9. Conceitos com que opera

Em um texto que tanto dialoga sobre o conceito da arquitetura, Tschumi descreve que conceitos podem ser fundamentais, gerais e específicos. Conceitos fundamentais definem a natureza de uma disciplina, onde as 0investigações sugerem que os conflitos, confrontações e contaminações entre conceito, contexto e conteúdo são parte da definição contemporânea da cultura urbana e, portanto, da arquitetura. A teoria é uma prática, a prática dos conceitos. A prática é uma teoria dos contextos.

O autor aplica tudo isso dentro de um contexto urbano da cidade e mostra que a arquitetura está muito mais no pensar, nas reflexões e nas preocupações com o usuário do que no simples ato de produzir equipamentos desconectados com sua realidade. É preciso questionar seus métodos, e os que te antecederam, é necessário propor soluções únicas e diferenciadas, e não somente replicar teorias ultrapassadas que não se adaptaram á realidade que facilmente se transforma diante dos nossos olhos.

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