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Georgia a rainha do egito

Por:   •  21/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.719 Palavras (19 Páginas)  •  174 Visualizações

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Capitulo Bônus I

  “ Onde estavam os fugitivos? ” Acima das manchas brancas no céu azul da província de Mayh aquela pergunta rodava todos os cantos do cérebro de Owl, girando do lóbulo frontal para o occipital, do parietal ao temporal em alta velocidade e se chocando contra os ossos do seu crânio como uma bola de pingue-pongue. Tamborilou os dedos na mesa de reunião do caça particular do legislador na tentativa de tirar a atenção da enxaqueca que aquela missão lhe proporcionara, porém não surtiu o efeito desejado.  Ele sabia muito bem que a intensa dor de cabeça só sumiria quando pegasse os dois pirralhos e desse um tiro na testa de cada um, esboçando o mesmo sorriso de deboche que a fedelha de olhos lilás dirigiu a ele em sua fuga. Ah, aquela pirralha lhe pagaria! Só ficaria calmo novamente quando ela pagasse por faze-lo parecer um idiota. Não, ele não relutaria nem um segundo em puxar o gatilho.

O movimento dos dedos dele apenas chamara a atenção do seu ajudante que fingia — inutilmente — observar um mapa da Óteri. Ele naturalmente estranhou o gesto de apreensão, uma vez que aquele não era um gesto comum para o sargento — Para qualquer pessoa sim, mas não para ele. Ele era o sargento Owl e nunca ficava apreensivo ou demonstrava qualquer centelha de sentimento, exceto, às vezes, a raiva. Quando estava na frente de seus homens ele era uma máquina incapaz de sentir, apenas dando ordens.  Mas, naquele dia, não conseguira esconder a apreensão que sentia. No dia anterior, enquanto caçava a fedelha de olhos lilás recebera o convite da boca do próprio legislador para ir até a sua casa. O que em nenhuma hipótese era um bom sinal e se mantinha inquieto desde que aquele caça pousou no centro de pesquisa — Onde havia acabado de receber a notícia que exatamente o paciente que de nenhuma maneira poderia fugir, havia fugido — e entrou no caça junto a um soldado.

                             Nunca fora um homem covarde, todavia em conjunto a forte dor de cabeça, também sentia aquele aperto no peito que certamente era marca da atormenta do medo. E quem não estaria? Teria de contar pessoalmente a ninguém menos que Agamenon, o legislador conhecido por sua impiedade, que havia falhado na missão de capturar não um, mas dois fugitivos que nem conseguia classificar quanto o maior grau de periculosidade. Talvez fosse a menina; conhecimento sempre fora uma arma perigosa e aquela fedelha sabia demais. Não esquecendo o fato que ao passar a noite revirando a vida da garota descobrira que ela era um pequeno gênio prodígio e isso a tornava perigosa, pois além de saber, ela raciocinava.

                            Contudo, também havia o negado e rebelde fedelho. Não, com toda a certeza ele era o mais perigoso. Só um vislumbre de seu rosto e um reconhecimento era de alta periculosidade. Todavia, ele não tinha o estudo e nem conhecia a cidade. Tinha a bomba, mas deixaria explodir nas próprias mãos sem saber o que fazer com ela. Por isso o sargento temia a falta de sorte do fugitivo encontrar a fugitiva. Ela— por uma falta de sorte maior ainda — poderia reconhecer o rosto dele — O filho do legislador se mantem anônimo até completar 21 anos, quando é apresentado a sociedade — e começaria um tumulto

                            Tumulto era uma das coisas que mais tentavam evitar, uma vez que tumulto leva a revolta, revolta leva a revolução e revolução leva a mudanças. E isso literalmente não é o que desejavam. Trabalhavam duro para manter as pessoas acreditando que estão bem. Conseguiram até mesmo fazer acreditar que o crime havia sido extinto. Bobagem. Estão lidando com humanos, sempre haveria alguém que ao invés de comer aquilo que o governo oferece — O que é o ideal — quer mais e acaba roubando, sempre vai haver discussões que levara a agressão, sempre haverá alguém que sabe demais e começa um motim e isso se repetirá até os fins dos tempos. Anarquia — Ideologia em que o ser humano iria evoluir socialmente de tal forma que não seria necessário leis e governos — era uma ideologia ultrapassada.  Seres humanos é a única espécie que nunca está satisfeita com o que tem, a única espécie que só traz mal para a terra, mas mesmo assim se acha superior.

                            Como diz Maquiavel "governar é fazer acreditar" e só precisavam fazer as pessoas acreditarem que não havia crimes e como mágica a população ficou mais satisfeita com o governo e começou a achar que esse era o modelo correto. População nem sequer duvidou dos números apontados pelo governo, eles nunca saberiam que os números de crimes eram apaziguados em relação aos números verdadeiros e aos pouco os números reais diminuíram. Agora, se tinha anualmente uma taxa de 5 criminosos por ano em cada província, mas obviamente algumas províncias tinham mais crimes que outras; Óteri por exemplo passou 20 anos sem nenhum criminoso, mas em contrapartida em Huna — a província mais perto de Óteri — a taxa de criminalidade é cerca de 40 criminosos ao ano.

                            A taxa na província de Huna nem sempre fora alta. A taxa começou a se tornou alta quando um ousado estudioso, Abraham Meli, fez vários discursos na estátua de Foxy dizendo que Pax era uma sociedade hipócrita no qual pregava a liberdade, mas não deixava os cidadãos exerce-la, e concluía dizendo que se todos tinham que ter as mesmas roupas, a mesma casa e o mesmo alimento porque o legislador tinha privilégios? Assim que as palavras de Abraham terminaram de ser dita pela sua boca, ela era gritada pelos cidadãos de Huna e o mal já havia sido feito. Em uma semana apenas, a população se negou a trabalhar, saqueou o refeitório, tingiram as roupas de cores diferentes e se recusaram a corta os cabelos. E Owl liderou uma manobra opressora contra aquilo; levou preso cerca de uma dúzia dos revoltosos, que se diziam líderes, afirmando que todos eles seriam executados — Mas ele sabia muito bem a verdade — e ordenou o assassinato em praça pública aos seus filhos e de última hora: um soldado que se recusou a assassinar as crianças.

                            Para concluir o seu espetáculo opressor: obrigou todos os cidadãos de Huna a assistirem. Havia matado dois coelhos em uma cajadada. Ao mesmo tempo que tinha mostrado uma migalha do poder e impiedade do governo, tinha também contido a revolta que vinha por surgir — Parcialmente, pois com a medida opressora várias vezes grupos para mostrar que não concordavam com ela, quebravam as regras motivados pela vingança, mas aqueles cidadãos não durariam para sempre e como foram proibidos de fazer qualquer menção do que ficou conhecido como “Dia Verde”, na geração seguinte tudo seria esquecido e o governo seria um Deus, novamente. Isso era o que os cidadãos de Huna temiam e o que Owl almejava.

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