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Morte e Vida de grandes cidade

Por:   •  15/5/2018  •  Resenha  •  3.708 Palavras (15 Páginas)  •  1.578 Visualizações

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Natália Cristina Sousa do Nascimento

2 de outubro  de 2017

DU – 4º semestre – Turma A  

JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. Introdução e Parte 2 

Introdução

Este livro se resume em fazer uma critica aos fundamentos do planejamento urbano e da reurbanização ora vigentes, além disso, é principalmente, uma tentativa de introduzir novos princípios no planejamento urbano e na reurbanização.

Para apresentar esses novos princípios, a autora escreve principalmente sobre coisas comuns do nosso cotidiano (ex: que tipos de ruas são seguros e quais não são, sobre como parques podem ser bons e outros armadilhas, o porquê alguns cortiços continuam cortiços e outros conseguem se recuperar, que função desempenham os bairros nas grandes cidades).

Existem muitos que dizem que com dinheiro seria possível acabar com os cortiços pela raiz, reverter muitos problemas que a cidade sofre, talvez até o problema do trânsito. Mas na verdade o que poderia ser feito imediatamente com o dinheiro, seria: conjuntos habitacionais de baixa renda que seriam núcleos da delinquência e vandalismo (piores do que os cortiços que pretendiam substituir), conjuntos habitacionais de renda média, que seriam fechados a qualquer tipo de vivacidade da vida urbana entre outras coisas como centros cívicos que seriam ocupados no máximo por desocupados que não possuem outras opções de lazer. O problema é que isso não é reurbanizar, é saquear. Alojando pessoas dessa forma, parece que foram pregadas etiquetas de preço na população, e cada grupo etiquetado passa a viver aquela vida que lhe é imposta, quando possui dois desses grupos vivendo no mesmo bairro, denominam “bairro equilibrado”.

O raciocínio econômico da reurbanização é lamentável. Não se baseia apenas no investimento através do subsidio publico (como é apresentado), mas também em involuntários subsídios, arrancados de vitimas locais indefesas. Os meios que a reurbanização planejada utiliza são tão  deploráveis quanto  seus fins.

Vem crescendo cada vez mais o numero de cidades onde áreas onde menos se esperam tornam-se decadentes, já  áreas mais propensas a decadência recusam-se a decair.

As cidades são um imenso laboratório de tentativa e erro, fracasso e sucesso, em termos de construção e desenho urbano. Esse laboratório deveria servir como base para elaborar e testar planejamentos urbanos, mas pelo contrario, especialistas tem ignorados esses estudos que mostram fracassos e sucessos que ocorreram na vida real.

Em relação a recém-inventada decadência da nova urbanização inurbana, vem sendo, mais do que em qualquer outro aspecto, intencionalmente manipulado afim de atingir exatamente o que conseguimos. É exigido um volume extraordinário de incentivos do governo e mesmo assim estamos nesse nível de monotonia, esterilidade e vulgaridade. Tantos textos e discursos nos fizeram acreditar que a cidade pode estar extremamente desorganizada, mas se estiver com áreas verdes, tudo bem.

Muitos colocam a culpa de muitos males da cidade na responsabilidade dos carros, mas isso não passa de um sintoma da incompetência do desenvolvimento urbano. Não sabem o que fazer com os automóveis nas cidades por que não têm a mínima ideia de como projetar cidades funcionais e saudáveis (com ou sem automóveis).

Planejadores, arquitetos e outras pessoas da área não desprezam a importância de conhecer o funcionamento das coisas, pelo contrario, se esforçam muito para saber o que os sábios do urbanismo moderno disseram a respeito de como deveriam funcionar. Se prendem tanto a isso, que quando é uma realidade diferente, que ameaça destruir seus conhecimentos, eles deixam a realidade de lado.

Ela cita o exemplo de uma cidade de Boston, North End, trata-se de uma área de baixa renda, considerada pior área de cortiços de Boston. Conta que visitou a cidade duas vezes e que notou uma diferença muito grande entre as duas visitas, da primeira vez o panorama geral da cidade era de um distrito muito maltratado e miseravelmente pobre. Já da segunda vez notou um lugar onde tinham ocorrido muitas reformas, e via uma atmosfera de alegria, companheirismo e bem-estar nas ruas. Mas não sabia de onde havia vindo dinheiro para tais mudanças. Conversou com o banqueiro e ele disse que não havia sentido investir na cidade, já que era área de cortiço. A obra de revitalização foi quase toda  financiada com a renda de negócios e alugueis di próprio distrito, que foi reinvestida, e com o trabalho de mutirão dos moradores e seus parentes.  

Neste livro deveremos começar a aventurar-nos nós mesmos no mundo real, ainda que modestamente. A maneira de entender o que acontece no comportamento misterioso da cidade é observar mais de perto, com poucas expectativas, as cenas e os acontecimentos mais comuns, tentar ver o que significam e ver se surgem explicações entre eles.

Na primeira parte do livro enfoca o comportamento social da população urbano (essencial para compreender o restante), a segunda parte aborda principalmente o desempenho econômico das cidades e é a mais importante deste livro. Na terceira parte ela examina alguns aspectos da decadência e da revitalização, à luz de como as cidades são usadas e como elas e sua população se comportam, na vida real. Na ultima parte sugere mudanças nas praticas de habitação, projeto, planejamento e administração, e discute, por fim o tipo de problema que as cidades apresentam.

A aparência das coisas e o modo como funcionam estão inseparavelmente ligadas, mais nas cidades do que em qualquer outro lugar. Porem é tolice planejar a aparência de uma cidade sem saber que tipo de ordem inata e funcional ela possui, isso só trará problemas.

Explica que a maioria das ideias básicas presentes neste livro vem de particularidades que percebeu tanto na cidade em onde vive, Nova York, e em outras cidades ou que forma contadas a ela.

Focou nas cidades grandes e em suas áreas internas porque essa é a questão mais constantemente negligenciada na teoria urbanística (já que as áreas com os priores problemas eram os subúrbios e áreas residenciais nobres a não muito tempo e que vão ser engolidas pelas cidades podendo dar certo  ou não, de acordo com sua adaptação ou não a função de distritos urbanos). Cidades, subúrbios e até mesmo cidadezinhas são organismos totalmente diferentes das metrópoles.

Hoje em dia as ideia ortodoxas, comuns, que seguem uma mesma linha de pensamento fazem parte da nossa cultura e são prejudiciais por que as encaramos como naturais. Uma das maiores influências para as verdades do planejamento e desenho arquitetônico urbano ortodoxos modernos foi Ebenezer Howard, que propôs um novo tipo de cidade, a cidade-jardim, onde queria conter o crescimento de Londres e repovoar a zona rural (onde os pobres viveriam e conseguiriam tirar seu sustento). A ideia de cidade jardim era de uma cidade setorizada. Depois da cidade-jardim surge Le Corbusier com uma nova proposta, a cidade-jardim vertical, que seria uma cidade jardim para atender uma população maior; Le Corbusier procurou deixar os automóveis como elemento essencial, o que foi interessante na época, para isso reduziu o numero de ruas, já que os cruzamentos são inimigos dos tráfegos, e os pedestres continuaram fora das ruas e sim dentro dos parques. Esses dois modelos de cidades podiam aparentar ter todas as qualidades, como por exemplo, ter uma clareza, simplicidade e harmonia fascinante como obra arquitetônica, mas falando do funcionamento da cidade, a cidade-jardim e a cidade-jardim vertical só dizem mentiras.  Hoje em dias esses dois modelos de cidades são como um ponto de partida para o inicio de partida para a reurbanização. Outra vertente do planejamento urbano ortodoxo, menos importante foi a o City Beautiful que tinha como meta a cidade monumental. Começou como movimento e exposições, comandados por Daniel Burnham, que passa a ser o principal planejador do City Beautiful.

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