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Nocivos de lugar nenhum: Inglaterra, 1836-1924

Por:   •  23/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.918 Palavras (16 Páginas)  •  293 Visualizações

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CAPÍTULO 01 – Nocivos de lugar nenhum: Inglaterra, 1836-1924

O filósofo Thomas Carlyle e o arquiteto A.W.N. Pugin expuseram seu modo de pensar em relação ao descontentamento espiritual e cultural do século XIX, sendo representados pelas obras de Milton e Blake. Pugin, que era católico, era responsável por influenciar a uniformidade no neogótico, sendo fundamental para a arquitetura inglesa na época. O filósofo Thomas, que era ateu, se opunha a ele, já que possuía uma linha contra o catolicismo defendendo o socialismo paternalista. A era naturalista gerava uma insatisfação em ambos. John Ruskin, foi influenciado por essa oposição quando escreveu seu livro “As pedras de Veneza”, apresentando sua crítica em relação a divisão do trabalho capitalista e a degradação do operário em máquinas. Em seu livro o mesmo expõe sua opinião quando escreve “ para dizer a verdade, não é o trabalho que está dividido e sim os homens, de modo que os minúsculos fragmentos de inteligência que são deixados nos homens, não são suficientes para fazer um alfinete ou prego, mas se esgotam fazendo a ponta de alfinete ou a cabeça de um prego”. Tal trecho, acima mencionado, evidencia a oposição de Ruskin sobre a produção em massa.

O encontro entre Wilson, Morris e Edwart Burne Jones é o que gera a próxima fase, chamada artesanal. Todos estudavam juntos, quando assistiram a aula em que Ruskin explicava a influencia de Pugin. Logo após a formação deles, conheceram o Poeta e pintor Dante Gabriel Rossetti, e foi devido a esse encontro que Rossetti convence Morris a deixar seu estágio em arquitetura para se unir a profissão dele como pintor em Londres, entretanto, era necessário Morris acabar de mobiliar seu apartamento, onde surgiram seus primeiros desenhos de mobiliário sob orientação de Philip Webb, seu parceiro de trabalho. Tal experiencia com desenho de mobiliário impulsiona Morris a continuar com esses projetos, pois percebeu que tal atividade lhe dava maior prazer na execução, dessa forma o mesmo mobiliou sua casa nova, que havia sido projetada por Philip em 1840 á 1850 no estilo neogótico.

Nessa mesma época surge um movimento denominado por Free Architecture, espalhado na casa Red House, casa de Morris, onde acabou potencializando o trabalho de Morris o tornando mais conhecido, fazendo com que o mesmo criasse uma associação com Webb, Rosseti, Burne Jones e Ford madox. Eles abriram então, uma ateliê, projetando todos os tipos de mobiliários murais a vitrais e móveis, de bordados a trabalhos em metal e madeira, tudo sob encomenda. Com o sucesso do ateliê, Morris decide ir morar definitivamente em Londres, deixando sua casa “Red House” sendo necessário passar a direção para Warrington, e em paralelo Layor passa a se dedicar exclusivamente ao desenho e a literatura. Conforme o passar do tempo, Morris se desvia do desenho e se liga totalmente a política, quando filia-se á Federação Social democrata, mesmo tendo intervalos frequentes até sua morte.

Alguns socialistas e arquitetos surgem com a opinião que as teorias e práticas de Morris são na verdade uma sugestão melhorada da cidade Jardim em favor da urbanização. Uma cidade autônoma, uma gestão comunitária possuindo uma grande taxa de área verde, oferecendo recursos industriais e agrícolas, os jardins junto as casas fazem parte da proposta da cidade jardim, um conceito totalmente divergente das propostas de cidade que foram apresentadas até então. Tais aspectos são impactados por um trauma sociocultural, que separa de uma vez por todas a produção artesanal, surgindo uma evolução conforme o passar do tempo que possuía nenhum luxo, podendo ter como exemplo os pequenos jardins ao lado das casas. Esses monumentos, agora existentes, são extremamente contrários à ideologia de Morris, monumentos isolados em meio à paisagens quaisquer, podendo ser resumidos em “Lugar nenhum”.

CAPÍTULO 02 – Adler e Sullivan: o Auditorium e a grande ascensão, 1886-1895

As teorias de Adler e Sullivan se baseavam em se concentrar na criação de edifícios bem formados e agradáveis, para que fosse completamente evitado o uso de ornamento. A dupla de projetos de Chicago deu-se inicio com a construção do prédio Neo-românico da Marshall Field Wholesale Store, iniciado em 1885 e concluído em 1887, um de seus projetos mais importantes no inicio de suas carreiras. Em 1871 Chicago passa um incêndio e logo após inicia seu processo de construção, onde ambos os arquitetos se concentravam em trabalhar em favor desse novo tempo em Chicago. Os prédios naquele século não poderiam ser erguidos até uma altura onde o único meio de transposição fossem as escadas, então surge a ideia de projetar um elemento de transporte vertical, e por conta disso, criou-se um elevador de passageiros. Tal novidade, chamou a atenção dos representantes de vendas da época e de iluminação, pois a partir de então, era possível a construção de edifícios mais altos que os projetos até o momento. O projeto da estrutura vertical consistia em um elemento de aço, capaz de suportar toda a carga necessária.

Adler e Sullivan antes de 1886 projetavam apenas pequenas estruturas para escritórios, armazéns e loja de departamentos e por conta desse desenvolvimento os mesmo se encontraram na necessidade de avanço na construção para acompanhar o desenvolvimento de novas técnicas construtivas. Em 1886, ambos receberam um convite para projetar o Auditorium Buiding com uma estrutura tecnológica e conceitual, bem diferente os edifícios de 06 andares que os mesmos haviam projetados até então. Possuíam uma margem de exploração da tecnologia muito maior, gerando novas oportunidades para imaginação de Adler, que usou painéis de teto dobráveis e telas verticais que permitiam que o auditório pudesse variar em seu tamanho, eram estruturas decorativas e não convencionais. Em seu projeto Adler cria uma armação de aço capaz de suportar seu interior acústico, além de uma estrutura em alvenaria e ferro, capaz de compensar a carga existente em suas fundações. Todo seu externo era composto por blocos brutos e pedra aparelhada lisa acima do terceiro andar.

Sullivan pega referências em Richardson, possuindo um uso bem modulado, romântico, quase neoclássico, parecido com a técnica utilizada na Walker Warehouse. Seu ornamento é praticamente uma forma geométrica, com alguns traços islâmicos, procurando conciliar a estética, o intelectual e o emociona, polos que ele mais tarde associaria ao grego e ao gótico. Outro arranha céu de Sullivan, foi projetado em 1881, o edifício Wainwright, onde os pilares nascem de uma ordenada base de pedra de dois andares e terminam numa cornija maciça de cerâmica, não tem as fachadas arcadas, sendo articuladas por pilares reticulados revestido de tijolo, enquanto as vergas são recuadas e revestidas de cerâmica. É possível então dar a Sullivan a “evolução de uma linguagem arquitetônica apropriada a estrutura de grandes alturas”.

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