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O Papel da Mulher na História da Arquitetura

Por:   •  21/11/2020  •  Artigo  •  2.348 Palavras (10 Páginas)  •  146 Visualizações

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Teoria e História da Arquitetura B

Trabalho de Disciplina

O Papel da Mulher na História da Arquitetura

Mariana S. Santos (Graduanda em Arquitetura e Urbanismo)

Outubro, 2019.

Resumo

O presente trabalho visa apresentar fatos e discutir a respeito da dificuldade da mulher arquiteta de exercer sua função e obter destaque através de seu esforço na arte do projetar. São inúmeras razões contribuintes para a situação atual. Desde o contexto histórico e social, a mulher não recebe seu devido reconhecimento dentro do mercado de trabalho. A maioria dos profissionais arquitetos são do gênero feminino, entretanto, quem recebe um grande valor na história da arquitetura, é o homem. Alguns pontos importantes através dessa trajetória serão analisados e questionados a fim de intencionar certa reflexão para o momento atual e pensar em maneiras de diminuir a falta de igualdade na carreira profissional.

Palavras Chave: Mulher; Arquitetura; Papel.

Abstract

The present work aims to present facts and discuss about the difficulty of the architect woman to perform her function and to gain prominence through her effort in the art of design. There are numerous contributing reasons to the current situation. From the historical and social context, women do not receive their due recognition within the labor market. Most professional architects are female, however, who receives great value in the history of architecture is the man. Some important points through this trajectory will be analyzed and questioned in order to intend some reflection for the present moment and to think of ways to reduce the lack of equality in the professional career.

Keywords: Woman; Architecture; Role.

  1. Introdução

As mulheres estão conquistando um grande e forte papel na sociedade, entretanto, ainda existem limitações nesse quesito. De acordo com os dados fornecidos pela CAU/BR, cerca de 61% dos profissionais registrados são mulheres. Essa porcentagem destina-se ao público jovem, profissionais com até 40 anos de idade. Apesar de ser um fato promissor, em outros países há uma grande controversa. Nos Estados Unidos, apenas 17% dos escritórios são liderados por mulheres. (ARCHDAILY, 2019)

Algumas iniciativas foram tomadas por arquitetas que estão cansadas de serem rotuladas como “a minoria”. Um desses exemplos é o projeto Arquitetas Invisíveis, criado por estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. 

Atualmente, essa desigualdade de gênero tem mobilizado mulheres da área a debater e trazer à tona o assunto no Brasil. Em São Paulo, foi realizado o seminário internacional “Onde estão as mulheres arquitetas? ”, com uma programação em que todos os participantes discutiram a prática da arquitetura, as parcerias e a visibilidade. (NEXO, 2017)

  1. Destaque Profissional

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Fonte: SICCAU, (acesso em: 2 de out. 2019)

Como reflexo da maior presença feminina no mercado de trabalho do setor, arquitetas e urbanistas são também a maioria entre os profissionais que mais emitiram RRTs (Registros de Responsabilidade Técnica). A principal área de atuação feminina é relacionada ao projeto, que corresponde a mais da metade do total de registros. Em seguida, vem as atividades especiais em Arquitetura e Urbanismo (assessoria, consultoria, assistência técnica, vistoria, perícia, avaliação, laudo técnico, parecer técnico, auditoria, arbitragem e mensuração). As áreas historicamente mais relacionadas ao universo masculino, como execução, engenharia de segurança do trabalho e gestão, representam juntas apenas 11% dos registros consultados. (CAU/BR, 2019)

  1. Desigualdade Salarial e Jornada Longa

O trabalho do arquiteto exige dedicação intensa, de muitas horas, e a remuneração muitas vezes não se iguala à dos colegas homens, como em outras áreas. A jornada pesada dos escritórios muitas vezes não é compatível com outras jornadas que as mulheres podem assumir, como o cuidado com a família e o trabalho doméstico. Muitas vezes, de acordo com investigações do coletivo Arquitetas Invisíveis, isso leva mulheres a abandonarem a profissão ou a permanecerem “em um ponto mediano na carreira, para articular outras obrigações”, diz Luiza Dias. (NEXO, 2017)

  1. O Que Afasta as Mulheres

Em escritórios formados por vários arquitetos, a autoria das mulheres nem sempre é reconhecida. Embora, nesses casos, a autoria seja muitas vezes múltipla, os escritórios mais famosos são frequentemente associados a uma figura masculina.

  1. Estereótipos e Modelos Masculinos

Segundo uma estudante da UnB, ainda existe a visão de que mulheres escolhem a arquitetura por gostarem de decoração de interiores, o que não necessariamente é verdade. Essa hipótese continua a vincular as mulheres ao aspecto doméstico, em oposição a um pensamento voltado para o espaço público, que ficaria reservado aos homens.

A ausência de referências acadêmicas e arquitetas premiadas também é um fato que as desencoraja de projetar e disputar posições de destaque com os homens. Elas têm, por outro lado, se destacado em outras áreas de atuação no Brasil, como o urbanismo. As equipes responsáveis pelo planejamento urbano nos órgãos públicos contam com muitas mulheres. (NEXO, 2017)

  1. Exercendo a Função às Sombras

Muitas arquitetas que possuem um grande talento sofreram consequências da estrutura social misógina na qual estavam inseridas. Mesmo atuando de maneira substancial e brilhante, raramente recebiam o mérito de seus feitos, muitas vezes eram concedidos a um arquiteto. Algumas delas tiveram um legado ao segundo plano devido à ascensão de seus colegas de trabalho, como Aino Aalto, Eileen Gray, Ray Eames e Charlotte Perriad. Outras sofreram mais com as consequências de reviravoltas políticas, como Lilly Reich. Já Marion Mahony Griffin, além de sua colaboração (não reconhecida) com Frank Lloyd Wright, foi uma grande desenhista e ilustradora do estilo da Pradaria, além de projetar para a cidade de Canberra, Austrália. O caso mais conhecido é o de Denise Scott Brown, cujo mérito de sua obra foi ignorado, enquanto seu marido recebeu o Prêmio Pritzker por uma trajetória que, na realidade, foi notoriamente colaborativa. 

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