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O Planejamento Dos Espaços De Uso Público, Livres De Edificação E Com Vegetação

Por:   •  3/4/2024  •  Trabalho acadêmico  •  4.303 Palavras (18 Páginas)  •  34 Visualizações

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O PLANEJAMENTO DOS ESPAÇOS DE USO PÚBLICO, LIVRES DE EDIFICAÇÃO E COM VEGETAÇÃO (EUPLEVs) NO MUNICÍPIO DE CURITIBA – PR: PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO OU PLANEJAMENTO BASEADO EM UM MODELO OPORTUNISTA?


THE PLANNING OF PUBLIC USE, BUILDING - FREE AND VEGETATION (EUPLEV) SPACES IN THE MUNICIPALITY OF CURITIBA - PR: SYSTEMATIC PLANNING OR PLANNING BASED ON AN OPPORTUNIST MODEL?

LUANA KUASNEY

RESUMO

A importância dos espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação nas cidades é cada vez mais reconhecida no que se refere à qualidade de vida e qualidade ambiental, sendo que em muitos países, estes espaços são considerados parte integrante nas decisões de planejamento quanto ao uso e parcelamento do solo.

A partir dos princípios do Planejamento da Paisagem, o trabalho de levantamento e análise de métodos de planejamento para os espaços livres de Maruani e Amit-Cohen (2007), e a análise dos dados obtidos para os espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação do município de Curitiba, o trabalho investigou como o município considerou os espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação (EUPLEVs) no planejamento urbano, principalmente no século XX, verificando qual modelo de planejamento foi utilizado para a criação destes espaços. Com base em todas as observações sobre os EUPLEVs do município de Curitiba, pôde-se concluir que, a maioria destes espaços pode ser enquadrada no “modelo oportunista” (MARUANI E AMIT-COHEM, 2007) de planejamento, o qual utiliza possibilidades e/ou oportunidades de instalação de algum tipo de EUPLEV, com base em acomodações e aproveitamento de circunstâncias para se chegar mais facilmente a algum resultado, e não como consequência de um planejamento sistemático.

1. INTRODUÇÃO

Nos centros urbanos um ambiente saudável e o crescimento concorrem diretamente entre si, pois, em sua maioria, não são projetados levando em consideração a preocupação com a qualidade do ambiente. Parte dos cidadãos pode usufruir das inovações tecnológicas e de seus confortos, porém, a maioria sofre com a deterioração do ambiente devido à poluição, congestionamentos, ruídos, falta de arborização e de espaços livres de edificação, públicos e com vegetação para o lazer em contato com a natureza.

Os espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação (EUPLEVs) são um importante componente para o complexo ecossistema urbano, porém, é necessário que esses espaços sejam planejados, aproveitando ao máximo o potencial ecológico, estético, recreativo e econômico. Faz-se, também, necessário que estes espaços verdes estejam ao alcance das pessoas, para que estas aproveitem ao máximo sua potencialidade.

O presente trabalho, em linhas gerais, investigou como o município de Curitiba considerou os espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação (EUPLEVs) no planejamento urbano, principalmente no século XX, verificando qual modelo de planejamento foi utilizado para a criação destes espaços.

Pressupõe-se que os “EUPLEVs” existentes foram planejados e implantados seguindo um “modelo oportunista” (MARUANI e AMIT-COHEN, 2007), ou seja, com o aproveitamento de situações facilitadoras e já encontradas no lugar, tais como uma doação de terreno e/ou algum problema específico na área que poderia ser amenizado com um espaço de uso público, livre de edificação e com vegetação, ao invés de um processo de planejamento sistemático, levantando a hipótese de que não existe um planejamento sistemático dos EUPLEVs realizado pelo Município de Curitiba e os existentes foram implantados seguindo um planejamento baseado no “modelo oportunista”.

Em termos diretamente relacionados com a hipótese, a pesquisa bibliográfica encontrou em Maruani e Amit-Cohen (2007) diferentes modelos de planejamento para os espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação e dentre os vários modelos observados e discutidos pelos autores, o “modelo oportunista” chamou a atenção. Tal modelo apresenta como principal característica o aproveitamento de situações facilitadoras e já encontradas no lugar, tais como uma doação de terreno, algum problema específico na área que poderia ser amenizado com um espaço de uso público, livre de edificação e com vegetação, ao invés de um processo de planejamento sistemático. Com a conceituação para tal modelo, empregou-se um estudo no município de Curitiba-PR, para verificar se tal modelo de planejamento foi ou não utilizado no planejamento dos espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação (EUPLEVs).

2. DERIVAÇÃO ANTROPOGÊNICA DAS PAISAGENS E O SURGIMENTO DOS ESPAÇOS VERDES

Segundo Llardent (1982) a história dos espaços verdes se resume, praticamente, a evolução dos jardins. Para o autor e para essa pesquisa a importância no resgate desse tema é verificar o papel desempenhado dos EUPLEVs, mais especificamente pelos jardins e espaços verdes na história dos meios urbanos, para que se possa melhor planejar as funções de tais sistemas nas cidades atuais, tendo como base os antecedentes históricos.

A revolução industrial criou situações propicias para o crescimento brusco das cidades e, por conseguinte o fenômeno chamado urbanização. Com o aumento da população e o despertar da consciência e busca por um ambiente agradável para viver, mesmo em locais urbanizados, aumentam a necessidade e exigência da criação de espaços livres parques que sirvam de repouso e local de entretenimento para os cidadãos.

A presença de novas situações nas áreas urbanas forçou um planejamento das funções a serem desenvolvidas pelos espaços livres nas cidades. A ideia de E. Howard e sua Cidade Jardim (1996) foram grande influência para o desenvolvimento de novos modelos para os espaços verdes e jardins.

As preocupações em reiterar as funções dos espaços verdes na cidade dão início, em 1928, aos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna.

O IV Congresso, ocorrido em Atenas em 1933 foi um dos mais importantes para os estudos de urbanismo. Sob o nome de Carta de Atenas, representantes franceses no congresso expuseram um documento para definir exigências que se julgavam indispensáveis para transformar o meio urbano mais apto para a vivência do ser humano. Dentro da carta foi feita uma proclamação onde o sol, o verde e o espaço seriam as três matérias primas para o urbanismo. Também sob a perspectiva da carta, se reconheceu quatro funções para as cidades: habitar, trabalhar, circular e recrear-se, sendo que a última das funções constitui o suporte básico para as conclusões em relação aos espaços verdes e suas funções no meio urbano.

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