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Patrimônio Histórico

Por:   •  16/9/2017  •  Relatório de pesquisa  •  1.944 Palavras (8 Páginas)  •  262 Visualizações

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Análise do Livro: O que é Patrimônio?

Carlos Lemos

O Patrimônio Cultural, é um termo ultimamente muito discutido, que significa um segmento de acervo maior de uma região ou população.

        O texto de Carlos Lemos, aborda como título a questão: “O que é patrimônio?” e tem como enfoque a preservação do patrimônio arquitetônico histórico e suas relações dos bens chamados culturais.

        Segundo o professor francês, Hugues Varineboham, o patrimônio histórico é separado em três partes:

  • 1° bens materiais, meio ambiente e o sítio, paisagem que contém referências e marcos;
  • 2° bens não tangíveis, referente as técnicas e conhecimentos, do patrimônio cultural, o saber e o fazer, significam a capacidade do homem em realizar algo no meio ambiente;
  • 3º a junção dos dois primeiros, onde resultam em artefatos, que são mecanismos construídos para uma determinada finalidade.

        Carlos Lemos em seu livro, categoriza os artefatos, observando sua utilidade, durabilidade, e relação com o saber e o meio ambiente.

É definido em sua primeira categoria o objeto isolado que é uma espécie de segmento, sem ligação com a sociedade que se encontra. Os ecomuseus surgem justamente para apanhar esses objetos buscando reuni-los para serem mostrados no decorrer de sua evolução. Há uma outra categoria, de artefatos que geram outros artefatos, como exemplo, a máquina ou ferramentas.

Existem também, aqueles artefatos antes usados para um determinado segmento e depois utilizado de outro modo: é o famoso processo de aculturação, que seria à modificação cultural de uma sociedade que se adapta a outra ou resguarda alguns traços. Como o caso dos portugueses que tiveram que se adaptar ao clima tropical e aos materiais fornecidos pela cultura indígena, completamente diferente da sua cultura local. Ou mesmo, no final do século XIX, onde o estilo das casas vinham sendo modificado do neoclássico para o ecletismo com a chegada da máquina. Nesta         época o artefato deixa de ser à mão e passa a ser produção em série, iniciando a padronização uniforme dos patrimônios culturais. Porém, o artefato autônomo são aqueles valorizados separadamente, fora de seu contexto original e partem para um outro local para serem preservados.

Por fim, existe uma classe de artefatos que nascem da sacralização do mesmo e acabam se tornando algo histórico, onde a sociedade da classe alta valoriza tais objetos julgando-os importantes, e são preservados com base nos princípios da burguesia.

O patrimônio cultural sempre sofreu alterações e nunca houve uma diretriz certa para conservação de artefatos cotidianos. Pode-se perceber que ao longo do tempo eram preservados construções e objetos da alta sociedade, perdendo-se os objetos da cultura do povo, pelo justo fato da elucidação popular.  

Entretanto, na década de 20, por parte do governo, a questão da preservação surge como algo novo no Brasil, no qual não existia como uma prática formalizada. Nesta época começaram a aparecer algumas figuras como, Augusto de Lima e Gustavo Barroso, que terão uma preocupação de caráter pessoal com alguns elementos do patrimônio.

        Segundo o autor Carlos Lemos, a figura do Mário de Andrade é fundamental para a compreensão da preservação, em um primeiro momento, tenta fazer um conhecimento total do patrimônio.

        No projeto do Mário de Andrade as obras de arte foram agrupadas em oito categorias: arte arqueológica, arte ameríndia, arte popular, arte histórica, arte erudita nacional, arte erudita estrangeira, artes aplicadas nacionais e artes aplicadas estrangeiras. Entende-se por patrimônio artístico nacional, todas as obras de arte pura ou aplicada como a erudita. Para Mário de Andrade a grande importância é considerar a arte popular também como patrimônio, até então não considerada, pois tudo que era popular se perdia, e apenas o que estava ligado a instituição deveria ser preservado. Mário de Andrade entende que nas representações populares é aonde está a nossa cultura, e isso deveria ser conservado, que seria a cultura nacional, já os estrangeiros eram pertencentes aos órgãos e poderes públicos, sociais e a particulares.

        De acordo com o livro, o projeto do Mário de Andrade tornou-se lei somente em 1937, pois é percebido neste momento que o patrimônio estava sendo vandalizado, então há uma urgência em conseguir resgatar aquilo que estava se perdendo. Gustavo Capanema, Murilo Mello Franco, vão reorganizar a partir das ideias do Mário de Andrade, o patrimônio histórico.

        Depois da iniciativa destes políticos, que acontece na década de 30, aparece uma questão nova em relação ao patrimônio, o SPHAN, é criado em 1970 (ressaltando que o SPHAN durou apenas 20 anos, pois foi extinto em abril de 1990, e a partir de 1978 a Fundação Nacional Pró-Memória passa a conduzir). Surge então, uma ideia de Preservação do Patrimônio Ambiental Urbano, ou seja a compreensão de um sítio. Esse patrimônio é um conjunto que faz sentido não só de elementos isolados, como destacado no início do texto, mas também como compreensão de um conjunto.

        Conforme Calos Lemos escreve em seu livro, a primeira cidade a ser preservada é Ouro Preto, no decreto de 1933. A própria implantação da cidade tinha a ver com a geografia, a topografia, o traçado do lugar. Não se tratava de elementos isolados, mas de um conjunto que compunha um reconhecimento digno de ser preservado.

        O que se entende de preservar é um conjunto importante da atuação da arquitetura, do o traçado e da morfologia, que está conectado não só com o edifício em si, mas também considerando seu entorno. O patrimônio tenta resguardar alguns fragmentos da cidade que contam alguma história da sua transformação.

        Anteriormente havia uma ideia de preservação do elemento arquitetônico e de seu programa, posteriormente entende-se que existe uma preservação do monumento e de seu programa totalmente refeito, ou seja, é a compreensão airada que Carlos Lemos relata em seu livro, uma cidade que vive, dinâmica, que se transforma, embora o patrimônio esteja na cidade. No livro, a praça da Sé é dada como exemplo, onde o autor conta como ela era originalmente e como se transformou, citando também ideias de preservação.

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