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RESENHA ADAPTADA DO TRABALHO DO SOCIÓLOGO LOUIS WIRTH EM O URBANISMO COMO MODO DE VIDA

Por:   •  5/5/2019  •  Resenha  •  543 Palavras (3 Páginas)  •  440 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

RESENHA ADAPTADA DO TRABALHO DO SOCIÓLOGO LOUIS WIRTH EM O URBANISMO COMO MODO DE VIDA

WIRTH, Louis. O urbanismo como modo de vida. In: VELHO, Otávio G. (Org.). O fenômeno urbano. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, p. 90-113, 1987.

Ohara Sousa Dourado

Em O urbanismo como modo de vida, o sociólogo alemão, Louis Wirth (1897-1952), trás novas e relevantes colaborações, como a colocação do  espaço urbano e do rural não mais como opostos ou espaços separados, o primeiro influência no segundo e vice-versa, pois “o mundo contemporâneo já não mais apresenta o quadro de pequenos grupos isolados” (p. 90). A partir dessa comunicação entre os dois meios, Wirth procura uma definição de cidade, sempre destacando as fronteiras frágeis entre cidade e campo, como

Os desenvolvimentos tecnológicos [...] que acentuaram o papel das cidades como elementos dominantes na nossa civilização e estenderam enormemente o modo de vida urbano para além dos limites da própria cidade (p. 93).

Coloca que o urbanismo precisa atentar-se não apenas às particularidades comuns às cidades, mas também às suas adaptações. O autor preocupa-se em separar o urbanismo da entidade física da cidade, pois esse extrapola seus limites espaciais, entretanto, “quanto mais densamente habitada, quanto mais heterogênea for a comunidade, tanto mais acentuada serão as características associadas ao urbanismo” (p. 97).

Na tentativa de caracterizar as cidades, Wirth considera as diferenças que surgem do agrupamento de muitas coisas num só lugar, não apenas de forma quantitativa, mas também qualitativa, “um núcleo relativamente grande, denso e permanente de indivíduos socialmente heterogêneos” (p. 96). Assim, indica uma série de tópicos que decorrem das características anteriormente citadas e devem ser analisadas em conjunto: tamanho, densidade e heterogeneidade.

Referente ao tamanho, infere-se que quanto maior a população, mais diversificada seja ela e tais desconformidades também são notadas no espaço da cidade, com diferentes grupos apropriando-se de diferentes zonas. Um habitante do meio urbano sujeita-se a um maior número de contatos sociais para a satisfação de suas necessidades pessoais, entretanto, essas relações se dão de forma mais superficial e fragmentada do que ocorre no campo. O aumento de indivíduos numa mesma área, apesar de aproximá-los fisicamente, faz com que o contato entre os mesmos se mantenha de forma objetiva e transitória. Em contrapartida, proporciona um sentimento de liberdade ao cidadão, protegendo-o de controles pessoais.

Além disso, a densidade colabora com a especificação dos espaços, pessoas com pensamentos encaminham-se para os mesmos locais, formando “um mosaico de mundos sociais” (p. 103). A enorme multiplicidade das cidades tende a tornar a estrutura social um tanto quanto complexa em relação à mobilidade do ser entre diversos grupos, não obstante, mesmo que uma pessoa percorra por diferentes agrupamentos, as características próprias de determinado agrupamento ficam restritas a ele.

A heterogeneidade contribui com uma maior tolerância, mas, por outro lado, dificulta a tomada de decisões coletivas já que cada indivíduo enxerga a urbanidade a seu próprio modo. “Os indivíduos que integram a sociedade compõem as massas fluidas que tornam tão imprevisível e, portanto, tão problemático o comportamento coletivo na comunidade urbana” (p. 105).

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