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ALGUNS ASPECTOS SOBRE O ENSINO E A PROFISSÃO CONTÁBIL NO PARANÁ

Por:   •  15/8/2022  •  Artigo  •  5.246 Palavras (21 Páginas)  •  80 Visualizações

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ALGUNS ASPECTOS SOBRE O ENSINO E A PROFISSÃO CONTÁBIL NO PARANÁ: Reflexões sobre Mercado Profissional Contábil Profissional e Mercado Acadêmico Contábil.

Autor: Nilton Facci

A ideia motivadora desse texto está em apresentar alguns aspectos sobre o ensino e a profissão contábil no Paraná. Não é fruto de pesquisa científica formalmente estabelecida. Entre os aspectos que visa destacar, está o fato de que a “porta de entrada” para o mercado profissional sempre foi, ainda é, e, provavelmente será por muito tempo, a atuação em empresas prestadoras de serviços contábeis, assim como também existem possibilidades profissionais, para a área contábil, em empresas médias e grandes. Também não podemos esquecer de atuações autônomas, sem vínculos definidos pela legislação trabalhista. Evidente que não se descarta, de forma alguma, as possibilidades profissionais existentes na área acadêmica. O texto inicia com a apresentação de alguns fatos históricos sobre a Contabilidade. Na sequência, apresenta algumas formas de como a Tecnologia da Informação (TI) já faz parte, a centenas de anos, dos processos contábeis. Em seguida apresenta dados sobre quantidades de cursos de Bacharel em Ciências Contábeis e a quantidade de vagas autorizadas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), incluindo cursos presenciais e a distância. Ainda na esfera quantitativa, apresenta dados sobre os profissionais contábeis com registro no Conselho Federal de Contabilidade, assim como no Conselho Regional de Contabilidade do Paraná.

De início, podemos considerar que o ser humano, mesmo utilizando procedimentos rústicos se comparados com os atuais, já elaborava seus controles contábeis (contar e mensurar, de alguma forma, algum patrimônio e resultados)

No Brasil, a Contabilidade historicamente inicia seus passos por meio de tentativas implantadas pelo império português quanto a buscar o recolhimento de tributos incidentes sobre operações comerciais que promoviam a extração e a exportação do “pau-brasil” e de minérios. Essas e outras interessantes histórias o leitor poderá encontrar no livro História dos Tributos no Brasil, produzido por Fernando José Amed, editado pela Sinasfresp, impresso em no ano de 2000.

Como profissão que busca compreender ações humanas quanto a gestão de patrimônios, pode-se afirmar que os processos contábeis existem desde que as pessoas têm, entre seus objetivos, a produção e/ou aquisição de riquezas econômicas. Na Bíblia existem diversas histórias sobre gestão de patrimônios. Entre essas histórias está a de José do Egito que, de certa forma, pode ser considerado o primeiro Controller no mundo. Na história mundial, mais concretamente no mundo ocidental, as pessoas que hoje são identificadas como profissionais da contabilidade já atuavam juntamente com os reis e imperadores. Cabia a esses profissionais o controle da riqueza dos reis e imperadores e a do reino, que, quase sempre, estavam misturadas. Portanto, os “profissionais contábeis” eram pessoas de altíssima confiança desses reis e imperadores. No mundo árabe existiam os chamados “escribas”, que tinham como principal função controlar o patrimônio do império. Esses profissionais estavam sempre muito próximos, hierarquicamente, ao imperador, ou rei, pois gozavam de grande confiança desses. Importante ressaltar que, para serem os “contadores dos impérios”, esses “escribas” tinham que, obrigatoriamente, ter altas capacidades matemáticas e de grande conhecimento da escrita. Especificamente para costumes nos impérios português e espanhol, dos quais derivaram normas iniciais para a contabilidade brasileira, as pessoas que tinha como função cuidar do patrimônio do império, eram chamados de “cuidadores dos livros”, portanto, suas funções era de “guardar os livros”, nos quais estavam registradas todas as operações comerciais realizadas pelo império, assim como as descrições de patrimônios dos reis/imperadores.

Na história das chamadas Grandes Navegações, podem ser encontrados registros de que os comandantes dos navios, obrigatoriamente, levavam pessoas que tinham capacidades para registrar os fatos econômicos. Nesses registros estavam aspectos sobre as riquezas levadas a bordo, por exemplo: madeira; objetos que poderiam ter trocados com os povos de outros países. Também estavam registrados todos os materiais necessários para a manutenção dos navios, assim como dos alimentos e medicamentos. No retorno, essas pessoas deveriam registrar os materiais e mercadorias que estavam a bordo. Com base nesses registros, os investidores das Grandes Navegações, que muitas vezes eram os imperadores/reis, junto com outras pessoas, poderiam conhecer os resultados do empreendimento. Uma parte dessa história pode ser conhecida no livro “A corporação que mudou o mundo: Como a Companhia das Índias Orientais Moldou a Multinacional Moderna”, escrito por Nick Robins. Editora Difel, publicado em 2012.

No império inglês, as funções dos profissionais contábeis avançaram para, por exemplo, mensuração de resultados de investimentos que os empresários ingleses faziam em várias colônias controladas pela Inglaterra. Esses objetivos foram “exportados” para outros países, com destaque para os Estados Unidos da América.

Com o nascimento das chamadas “grandes empresas” originárias nos Estados Unidos da América, a Contabilidade passa a ser ainda mais importante para o contexto econômico, principalmente quando colocada lado-a-lado com conceitos do Capitalismo, inicialmente apresentados na obra seminal de Adam Smith (A Riqueza das Nações).

Para leitores mais curiosos, a história da contabilidade poderá ser mais bem compreendida no livro História Geral e das Doutrinas da Contabilidade, de Antônio Lopes de Sá, edição de 2004. Esse livro poderá ser encontrado no site www.estantevirtual.com.br. Também poderão conhecer vários aspectos da história da contabilidade na Tese de Doutorado de Paulo Schmidt (Uma Contribuição ao Estudo da História do Pensamento Contábil. USP. 1996).

Em termos mais recentes, o que pode ser chamado de “contabilidade oficial” no Brasil iniciou em 1870, com a publicação do Decreto Imperial 4.475. Nele está reconhecida oficialmente a Associação dos Guarda-Livros da Corte. Dessa maneira, fica estabelecida, oficialmente, uma das primeiras profissões liberais no Brasil, com regulamentação própria. Decorrente desse fato, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro oferece uma disciplina com o título de “Direito Administrativo e Contabilidade”, com a função de promover ensinamentos quanto a escrituração de empresas comerciais. Somente em 1928, cinquenta e oito anos depois, é que a FECAP (Escola de Comércio Álvares Penteado) é inaugurada.

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