Aula-tema 03: A Evolução dos Direitos Fundamentais: Direitos Econômicos e Sociais e os Novos Direitos da Solidariedade

Seguir, jamais desistir.

No ano de 2003, concluí o Ensino Médio. Daí em diante, como todos os outros estudantes, meu sonho era entrar em uma universidade, mas a realidade de um ensino fraco torna-se um obstáculo diante dos terríveis vestibulares. Após duas tentativas frustradas e sem condições financeiras para pagar uma universidade privada, o sonho do diploma do curso superior teve que ficar um tempo guardado, mas não esquecido.

Recém-casada, mudei-me do estado do Paraná para Rondonópolis. Meu esposo e eu começamos a ter nossas primeiras conquistas tanto no campo material como no profissional e a necessidade de retomar os estudos era fundamental.

O retorno aconteceu depois de sete anos, em 2011, após inscrever-me em um programa do governo federal e conseguir uma bolsa de estudos de 50% de desconto na mensalidade em uma universidade privada e mais outra meia bolsa da empresa na qual trabalhava. Assim, ingressei no curso de ciências contábeis.

Voltar a estudar depois de algum tempo parada mostrou-me que teria que me dedicar mais. Trabalhar o dia todo e ir do serviço para a aula à noite tornava-se desgastante, mas ao mesmo tempo motivador e, dessa forma, passaram-se três semestres. Quase no final do último semestre, descobri que estava grávida. Mesmo assim, consegui terminar o quarto semestre e houve uma pausa natural quando me dediquei a minha filha. Entretanto, o que era para ser seis meses tornou-se dezoito meses. Nesse período, somente continuei a estudar inglês, que iniciei logo após entrar na universidade.

Mesmo cursando o que sempre almejava, sentia que a formação que nos era apresentada na instituição deixava muito a desejar no conhecimento teórico e técnico de um futuro contador e, conversando com pessoas que estudavam o mesmo curso na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), pude comprovar o que imaginava a grande diferença no nível de ensino de uma instituição para outra.

Resolvi me inscrever para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio, doravante Enem. Confesso que não me preparei, fui prestar a prova com o conhecimento que lembrava do Ensino Médio e também adquirido no dia a dia através de leitura, hábito que somei a minha rotina há algum tempo e assistindo a telejornais. No sábado, dia em que aconteceria a aplicação da prova, chovia muito e quase desisti, mas como havia me proposto a fazê-la, fui em frente e fui uma das últimas a sair da sala. Domingo, ocorreu o mesmo, saindo no último horário, mas satisfeita.

Ansiosa, esperei o prazo para as divulgações das notas e, quando aconteceu, a felicidade foi imensa por ter obtido um resultado muito satisfatório. Inscrevi-me no processo seletivo tendo como primeira opção o curso de Ciências Contábeis e segunda opção Literatura Inglesa. Minha nota deu-me a chance de escolher ambos os cursos e fiquei com o primeiro.

Com minha antiga ementa escolar, consegui abater muitas matérias. Hoje estou cursando o terceiro ano de Ciências Contábeis, e cursando Português aos sábados para que possa cumprir a carga horária do curso. Acredito que, em todas as áreas de atuação, a disciplina é de suma importância, pois é à base da nossa comunicação nacional e agrega muitas variedades culturais e históricas.