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Debate sobre O PIB (Produto Interno Bruto)

Por:   •  18/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.859 Palavras (8 Páginas)  •  343 Visualizações

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1. PIB: aspectos gerais

O PIB (Produto Interno Bruto) foi elaborado na década de 1950 e representa a soma em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região durante determinado período. Há duas maneiras de se calcular o PIB: Uma delas é pela soma das riquezas produzidas dentro do país, incluindo nesse cálculo empresas nacionais e estrangeiras localizadas em território nacional. Nesse cálculo entram os resultados da indústria, serviços e agropecuária. Outra maneira de medir o PIB é pela ótica da demanda, ou seja, de quem compra essas riquezas. Nesse caso, são considerados o consumo das famílias, os gastos do governo, os investimentos realizados e a soma das exportações e das importações. Esses dois cálculos devem sempre chegar ao mesmo resultado.

Da perspectiva econômica, dizer que o PIB cresceu, ou seja, que as empresas estão produzindo e vendendo mais e por consequência as pessoas estão consumindo mais, gerando mais riqueza para o país, é um processo positivo. Já da perspectiva socioeconômica e sustentável o resultado nem sempre é positivo, pois esse índice não leva em conta a conservação do meio ambiente, a qualidade de vida e de educação, a redução dos estoques de bens naturais do planeta (o petróleo, por exemplo), a nocividade das atividades econômicas, resumindo, “O PIB mede tudo, exceto aquilo que faz a vida valer a pena” (KENNEDY, Robert 1968).

            Partindo desse pressuposto, a poluição acarreta aumento da economia. Para exemplificar, levemos em conta a necessidade de contratar empresas para o desassoreamento da calha, devido aos dejetos irresponsavelmente descartados nos rios. Outras formas de aumentar o PIB são: reduzir o acesso a bens de consumo (estratégia conhecida como “economia do pedágio”), o impedimento da gratuidade que as novas tecnologias permitem (acesso online) a pretexto de proteger a remuneração dos produtores de conhecimento, dentre outras. Além da falta de investimento em saúde preventiva, levando ao alto consumo de remédios e planos de saúde privados, ignorando desta forma o bem estar social. Nesse caso o PIB quer maior consumo, e não melhores resultados.

1.1 PIB brasileiro no ano de 2016:

Desde 2015 temos visto a recessão do PIB brasileiro (CURY, 2017). Chamamos de biênios de recessão, ou seja, dois anos consecutivos de queda do crescimento do PIB. Esse evento econômico só foi verificado anteriormente nos anos de 1930/1931, mas não foi tão elevado como o atual. No ano de 2015 já tinha recuado 3,8%, em 2016 recuou 3,6%, fazendo com que sejam considerados os piores anos de crise econômica no Brasil.

A crise atingiu os três setores da economia: a agropecuária (-6,6%), a indústria (-3,8%) e os serviços (-2,7%). A agropecuária foi influenciada principalmente por questões climáticas. Por sua vez, a indústria tem sido afetada por vários motivos, a extrativa foi fortemente afetada pela tragédia em Mariana/Mg, não obstante, o governo assegurando gastos também influenciou negativamente. (CURY, 2017)

O consumo das famílias que por muito anos sustentam a economia (no crescimento do PIB) influenciou também na sua redução. De acordo com Anay Cury, as famílias consumiram em 2016, 4,2% a menos do que em 2015. Até mesmo o governo com suas despesas recuou 0,6% em relação ao ano anterior. O que ajudou a economia brasileira, para que não tivéssemos uma queda maior ainda, foi a exportação de bens e serviços. Os economistas e o Ministro da Fazenda esperam um crescimento em relação ao ano de 2017, e uma das estratégias foi a liberação do saque de FGTS inativos, permitido pelo atual Presidente da República.

Portanto, o crescimento do PIB proporciona a ilusão da felicidade, enquanto o enriquecimento torna os homens mais aquisitivos e cada vez mais insaciáveis e descontentes. O objetivo é vivermos melhor, a economia deve ser apenas um meio para se alcançar esse objetivo.

2. FIB indicador complementar

Como alternativa complementar ao PIB, o FIB (Felicidade Interna Bruta) é um indicador sistêmico desenvolvido no Butão, um pequeno país do Himalaia. O conceito nasceu em 1972, elaborado pelo rei butanês Jigme Singya Wangchuck. Desde então, o reino de Butão, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), começou a colocar esse conceito em prática, e atraiu a atenção do resto do mundo com sua nova fórmula para medir o progresso de uma comunidade ou nação. Assim, o cálculo da “riqueza” deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade da vida das pessoas.

Além disso, é baseado na premissa de que o objetivo principal de uma sociedade não deveria ser somente o crescimento econômico, mas a integração do desenvolvimento material com o psicológico, o cultural e o espiritual – sempre em harmonia com a Terra.

2.1 As nove dimensões do FIB:

2.1.1) Padrão de vida: O padrão de vida está relacionado às necessidades materiais e à economia real. O FIB identifica o padrão de vida digno e as carências que devem ser preenchidas através de políticas públicas. As metas do FIB visam satisfazer os direitos do cidadão e reorientar a atividade econômica. Por fim, o FIB oferece os elementos para a definição de um plano de metas para as diversas atividades econômicas.

2.1.2) Educação: A abrangência, a qualidade, e o alcance da educação são elementos para estabelecer o FIB. Uma educação abrangente envolve a totalidade dos aspectos e dimensões da existência humana. A educação omnilateral abrange os aspectos relacionados às pessoas. Já a educação omnidimensional abrange todos os modos e faculdades de conhecimento que o trabalhador possui. A qualidade implica na promoção e apoio ao auto-empoderamento dos educandos para a autonomia, a cooperação e a solidariedade. O alcance tem a ver com o envolvimento da população em processos educativos.

2.1.3) Uso equilibrado do tempo: É um dos fatores mais importantes para a felicidade. O FIB busca identificar como estamos dividindo e utilizando o nosso tempo. Faz-se necessário democratizar o tempo, criando mecanismos de democratização de renda, bens e recursos produtivos. Avalia a possibilidade que cada um tem de escolher como aproveitar seus dias. Deveríamos equilibrar o uso do tempo dedicado ao trabalho, à família e à cultura, considerados fundamentais para a sensação de bem-estar das pessoas.

2.1.4) Diversidade cultural: Os países apresentam grande diversidade cultural, que pode ser vivida na perspectiva da cooperação e da solidariedade. O princípio da riqueza foi avaliado como não importante, gerando reflexões se realmente a acumulação de bens materiais é fundamental para atingir níveis de felicidade.

2.1.5) Boa governança: Sábia gestão do poder econômico e político, que vise garantir condições harmoniosas de convivência. Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral, e a segurança pública, em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos.

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