Dia do Trabalhador, Comemorar ou Refletir?

Dia do Trabalhador, comemorar ou refletir?

No dia 01 de Maio, comemoramos o dia do Trabalhador. Essa data não é celebrada somente no Brasil, ela é festejada internacionalmente. A data surgiu em 1886, quando trabalhadores de Chicago (EUA) fizeram uma paralisação no dia primeiro de maio para reivindicar melhores condições de trabalho. O movimento se espalhou pelo mundo e, no ano seguinte, trabalhadores de países europeus também decidiram parar para protestar. Em 1889, operários que estavam reunidos em Paris (França) decidiram que a data se tornaria uma homenagem aos trabalhadores que haviam feito greve três anos antes. No Brasil, o feriado começou por conta da influência de imigrantes europeus, que a partir de 1917, resolveram parar o trabalho para reivindicar seus direitos. Em 1924, o então presidente Artur Bernardes decretou feriado oficial. Há exatamente um século, celebramos o dia do trabalhador em nosso País.

Há exatamente um século, celebramos o dia do trabalhador em nosso pais, e vislumbramos um contexto totalmente paradoxal, pois estamos em plena discussão do projeto de Lei n. 6787/16 que se trata da reforma das leis trabalhistas vigente no país; essas leis tiveram seu ordenamento instituído pela promulgação da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho no dia 01 de Maio de 1943- pelo então Presidente da República Getúlio Vargas. O Projeto aprovado pela Câmara dos Deputados será encaminhado para discussão no Senado Federal. Todavia, após relembrar anos e mais anos de luta da classe trabalhadora pelos seus direitos, é necessário refletir sobre a seguinte indagação: realmente temos o que comemorar?

A Reforma Trabalhista que entrou em vigor no ultimo mês de novembro de 2017, traz em seu bojo, profundas alterações nas normas reguladoras das relações de trabalho. É evidente que algumas mudanças, alterações e inovações na legislação trabalhista são necessárias, no entanto, não podemos nos esquecer que vivemos em um Estado Democrático de Direito, onde deve ser respeitado, principalmente, a vontade do cidadão brasileiro, pois afinal de contas, os congressistas são eleitos para representar o povo. Uma reforma de tamanha envergadura, foi aprovada de uma maneira que deixou a desejar pela sua importância, pois não foi devidamente discutida amplamente e minuciosamente com a sociedade; Sendo feito de forma torpe e desleal para atender mais uma vez a vontade e necessidade de uma minoria.

O Governo justifica a Reforma Trabalhista necessária para destravar e acelerar a economia brasileira, ora, porque não se faz uma reforma tributária para diminuir as elevadas cargas de tributos pagos pelas empresas? Com essa reforma ficaria mais fácil atingir o objetivo de volta ao crescimento do nosso País. Entretanto, não vimos o mesmo interesse e vontade política dos nossos governantes em fazer tal reforma, pois para eles é mais corriqueiro retirar direitos dos trabalhadores, ao invés de fazer uma reforma tributária e correr o risco de ver o dinheiro da arrecadação dos impostos diminuir.

Uma expressão que foi bastante utilizada pelos defensores da Reforma Trabalhista, foi “FLEXIBILIZAÇÃO”, mas eu me pergunto ? As nossas empresas de um modo em geral, estão preparadas para aplicar de forma legal, coerente e racional tais mudanças? Ou irão visar apenas desonerar seus custos financeiros, e

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