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FICHAMENTO - A Virada - Stephen Greenblatt

Por:   •  1/3/2020  •  Resenha  •  1.975 Palavras (8 Páginas)  •  786 Visualizações

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 História Moderna 1

Prof. Responsável: Prof. Dr. Bruno Feitler

Nome do aluno: Felipe Avelino Martins                         RA: 112.918

Noturno – Turma de Sexta-Feira.

FICHAMENTO DE OBRA LITERÁRIA

 GREENBLATT, Stephen. A virada: o nascimento do mundo moderno (São Paulo: Companhia das Letras, 2009)  

A obra é composta de 11 capítulos que possuem nomes sugestivos que se auto explicam no decorrer da narrativa.  A obra possui uma peculiaridade que a diferencia das demais obras literárias: Os personagens são reais, tendo seus contextos recontados a partir de pesquisas a fontes literárias a arqueológicas dando pouca margem para conjectura.

O principal objetivo não está na narrativa biográfica de Poggio Bracciolini, humanista italiano reconhecido em seu tempo por ser um caçador bem sucedido de obras antigas, mas sim do relato de como ocorreu, por meio de seus esforços a descoberta de uma obra, que segundo o próprio Greenblatt, sacudiu as estruturas do pensamento vigente até então, essa obra é um poema chamado De Rerum Natura, de Tito Lucrécio Caro, que também tem alguns aspectos de sua vida e sua época posto em evidência para que se possa compreender quais eram seus objetivos, suas influências e a quem influenciou na posteridade. No prefácio, o autor nos conta como surgiu o interesse pela obra de Lucrécio e como também foi influenciado pelas idéias ajudando-o a lidar com um problema familiar.

O primeiro capítulo, por nome de “O caçador de livros” tem em seus principais objetivos, através de dados históricos, a biografia de Poggio Bracciolini, que diferentemente dos moldes da época, não se encaixava em nenhuma categoria, explicando como ele havia entrado para o ramo de caçador de obras antigas anteriores em pelo menos 500 anos, estando ele em meados do século XV. Paralelamente a essa síntese biográfica o autor expõe as dificuldades enfrentadas pelos que se aventuravam nessa empreitada: desde a localização difícil dos mosteiros até o caráter arredio dos monges e monásticos que zelavam por esses tesouros que estivessem empoeirados em suas bibliotecas.

O capítulo segundo possui o nome de “O momento da descoberta” e consiste em explicar para o leitor que essa obsessão por livros antigos raros não era exclusividade de Poggio, tendo seu início com um erudito chamado Petrarca. Essa busca por toda a Europa propiciou um estudo mais aprofundado dessas obras instaurando o estudo das humanidades pelos humanistas, termo designado a todos que entravam nesse campo. Nessa parte há também relato minucioso de como os mosteiros se tornaram os principais depósitos de conhecimento numa época marcada pelo obscurantismo intelectual: As raízes desse interesse pela leitura como meio para o crescimento espiritual e posteriormente, as cópias dos livros que não aguentavam a influência do tempo como disciplina. Em meio a esse cenário, Poggio, devido as suas habilidades, se apresenta como a personagem ideal para as possíveis descobertas nesses ambientes. Uma breve menção a viagem anterior a 1417 e a conjectura de que a abadia de Fulda, na Alemanha seja o local que Poggio tenha chegado e descoberto a obra De Rerum Natura, de Lucrécio.

No terceiro capítulo “Em busca de Lucrécio” a questão a ser respondida é quem é Lucrécio, autor da obra admirada até por quem discorda de suas ideias, como Cícero. Ao se mostrar uma exceção por não apresentar relatos paralelos ou outras obras descritas, Lucrécio é taxado de forma negativa por São Jerônimo como desmerecimento ao seu paganismo. Ancorado nas fontes históricas e arqueológicas, especialmente uma próxima ao monte Vesúvio, o autor objetiva uma reconstrução da possível época que Lucrécio tenha vivido, com quais personagens teria dialogado e como teria desenvolvido sua forma peculiar de pensar, fundamentado em Epicuro, cujo principal pensamento era a busca pelo prazer e como esses teses teriam sido recebidas pela posteridade.

“Os dentes do tempo”, nome dado ao quarto capítulo relata de forma breve a história de composição dos livros, mostrando que nem as várias inovações que se deram ao longo dos séculos puderam deter a ação deterioradora do tempo e do seu principal agente: a Traça, responsável pelo desparecimento de muitas obras antigas. A partir de então, autor se atém a dois objetivos principais: A ascensão da cultura literária que se havia construído na Antiguidade que propiciou notáveis avanços em muitas áreas do conhecimento exato e humano, tendo como momento de transição para queda a história da filósofa Hipátia de Alexandria, que inicia a crescente perseguição cristã a tudo que era considerado pagão instituindo o pensamento do flagelo absoluto como solução para a vida e salvação para a alma.

O capítulo quinto, tem em seu nome “Nascimento e Renascimento” a explicação de dois acontecimentos fundamentais para a história e para a História: Uma descrição do nascimento de Poggio, com alguns detalhes de sua infância e sua família e como a cidade de Florença, cidade que mudaria sua vida através da grande influência cultural, estava constituída naquela época além dos limites comuns. O segundo acontecimento é o surgimento do movimento conhecido como Renascimento, que tem em seu pensamento central o resgate do pensamento antigo para o desenvolvimento de uma nova forma de pensar que fosse mais ampla. A influência de Petrarca e o envolvimento no grupo intelectual de Salutatti, um governador da época, também são mencionados como divisores de água para a vida de caçador de livros.

Em sequência, no capítulo sexto, por nome de “Na fábrica de mentiras” acompanhamos a vida de Poggio e como o mesmo conseguiu galgar postos rapidamente com a ajuda de seu mentor Salutatti, através de manobras, chegando a posição de scriptor em Roma. Nesse meio há uma série de disputas internas, críticas ácidas e piadas sujas que atacam a honestidade, sendo a falta de moralidade dos membros pertencentes a cúria algo comum, e isso fica em evidência num confronto entre Poggio e Lorenzo Valla. A partir desses fatos obscuros no meio eclesiástico, Poggio decide então compilar esses fatos no que vem a ser o mais famoso livro de anedotas do seu tempo: As Fascetiae, que com seus temas polêmicos, serve posteriormente para publicação de diversos ensaios morais. O objetivo do autor é mostrar, como Poggio, um homem que era laico e não possuía vocação eclesiástica teve que se ver nesse meio durante muitos anos prestando serviços como única maneira de ter acesso as obras que tanto prezava e o tempo necessário para ler, copiar, traduzir e escrever na “Fábrica de Mentiras” que era o clero de Roma.

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