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HISTÓRIA DA LOUCURA NA IDADE CLÁSSICA

Por:   •  20/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.728 Palavras (7 Páginas)  •  261 Visualizações

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HISTÓRIA DA LOUCURA NA IDADE CLÁSSICA

O Grande Medo

  1. INTRODUÇÃO

O século XVIII não podia entender direito o sentido de Le Neveu de Rameua, por isso, para época surgem novos conceitos sobre a loucura, carregado de perigos e dotado de um poder de questionamento. Porque é a primeira vez que o louco se torna personagem social e é a primeira vez que se conversa com ele.

  1. DESATINO

Surge, no entanto, algo mais do que mero perfil social, existe no contexto loucura algo que diz respeito ao desatino, que são suas conversas, inquietações, os vagos delírios e as angustias, trazidas muitas vezes para sociedade pelo medo.

  1. FEBRE DE PRISÃO

A casa de internação não é mais apenas o leprosário afastado da cidade é a própria lepra diante da cidade, porque muitas dessas casas de internamento foram construídas aonde antes se tinham colocados os leprosos, por qual a sociedade criou o pensamento que através dos séculos, os novos pensionários foram contagiados pelo mal, reassumindo assim, o mesmo sentido da loucura com os leprosos. Nesse momento, quando acreditava-se que o desatino tinha sido encoberto, ele ressurge. O medo não era um sentimento que se encontrava longe das pessoas. Em períodos anteriores o medo era o de ser internado. De forma abrupta, eis que surge um medo. Esse medo que se postula em termos médico, na verdade, é baseado na moral. 

  1. PODRIDÃO

Trata tanto o tema da corrupção dos costumes, quanto à decomposição da carne e pela qual irão pautar-se a repugnância e a piedade sentida em relação aos internos.

A repuna que se tinha e a piedade pelos internos, vinha através de seu tratamento com ácidos químico, que conforme a penetração na pele entrava em ebulição, soltando vapores nocivos que se espalham pelo ar, impregnando nos corpos e se espalhando pelas almas.

  1. MAL-PODRIDÃO

O agente sensível dessa epidemia é o ar viciado. O ar corrompido dos hospitais, das prisão, das casas de internamento, a qual, cidades inteiras são ameaçadas por essa atmosfera carregada de vapores maléficos, e seus habitantes serão impregnados lentamente pela podridão e pelo vício.

  1. FEBRE PÚTRICA

Fora criada na idade média, a qual ligava-se a uma epidemia espalhada em Paris, conhecida como febre pútrica, que também era ligada com a má qualidade do ar, mas não derivada das estruturas da casas de internamento, nem dos hospitais, ou dos presídios, mas sim marcada pela população pelo índice imaginário de doenças, advindo do desatino.

  1. NOVO MAL/PURIFICAÇÃO

Com o surgimento do novo mal criado pelo desatino apelou-se para os médicos poderem corromper a corrupção e o vício, a qual não há como suprir as casas de internamento, para eles trata-se de neutralizá-las como causas eventuais de um novo mal, arrumando-as e as purificando, envolvendo assim a sociedade em um ar mais puro.

Ou seja, a medicina antes de ser convocada para distinguir o caráter patológico do desatino, isto é, separá-lo do que era crime ou algum mal, se relacionava com ele por meio do medo. A medicina vem para proteger a população de todo o perigo que a casa de internação poderia apresentar.

Com essa purificação e o novo mal, o desatino entrou como desejo entre as pessoas, vindo como um perigo fascinando a imaginação, por qual a moral busca conjura-los, mas algo mais forte existe no homem que se obstina em sonhar e vive-los, ou aproximar-se deles e libertar suas fantasias. O horror presente no internamento exerce uma atração irresistível.

Por muitos anos no século XVIII, esse perigo da fantasia e desejos assombrou as noite, muitos inspirados pelas obras de SADE: que foi um escritor literário e muitas das suas obras foram escritas enquanto estava na  Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros. Foi perseguido tanto pela monarquia (Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão.

O desatino assim, tornou-se delírio do coração da imaginação, loucura do desejo, diálogo insensato do amor e da morte na presunção ilimitada do apetite. O aparecimento do sadismo situa-se no momento em que o desatino, encerrado há mais de um século é reduzido ao silêncio, reaparece não mais como figura do mundo, não mais como imagem, porém como discurso e desejo.

Não é por acaso que o sadismo surgiu do internamento,  mas sim devido ao fato de seu criador estar preso nas selas da loucura.

  1. ÉPOCA CLÁSSICA/ SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII – DESATINO E LOUCURA

Nessa época não eram separadas a consciência da locura com a consciência do desatino. A experiência do desatino que guiava todas as práticas do internamento envolvia a tal ponto a consciência da loucura que a deixava quase desaparecer.

Mas na metade do século XVIII o medo da loucura cresce ao mesmo tempo que o pavor do desatino, apoiando-se um no outro.

  1. DOENÇA DOS NERVOS

A doença dos nervos é uma inquietação do imaginário, que acaba tornando o homem mais frágil a medida que se aperfeiçoa. A ameaça da loucura retoma seu lugar entre as urgências do século.

  1. MEDICOS/CLIMA

O pensamento médico dos séculos XVII e XVIII admitia que o clima tinha uma influência direta sobre a natureza e a qualidade dos espíritos animais e, por conseguinte, sobre o sistema nervoso, a imaginação as paixões e enfim sobre todas as doenças da alma.

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