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Hospital Colônia de Barbacena

Por:   •  21/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.337 Palavras (6 Páginas)  •  189 Visualizações

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Hospital Colônia de Barbacena - Um depósito de crueldade

                                                       

                                                   

Resumo

Durante décadas, início do século XX, pessoas que possuíam sintomas de doenças mentais e psicológicas foram retiradas de todas as regiões do país para serem submetidas aos mais desumanos tratamentos, sob condições impensáveis. Em alguns momentos, eram jogadas ao ar livre, nuas ou maltrapilhas no frio da Cidade de Barbacena, Minas Gerais. E ali permaneciam até que viessem a óbitos e dessa forma, diminuindo o número de pessoas no Colônia.  

Esse trabalho tem como objetivo fazer uma analise sobre os atentados aos direitos humanos que o ocorreram no Hospital Colônia, que foi criado em 1903 pelo Governo de Minas Gerais, na cidade de Barbacena para atender pessoas que sofriam de doenças mentais.

Introdução

Uma colônia pode ser definida como uma instalação de um grupo de pessoas  em terras desconhecidas e  também que pertence a outra persona. Pode também ser caracterizada como um lugar de cultura e cultivo. No entanto, na cidade de Barbacena essa palavra possui outros significados. Esse termo passou a ser designado para o maior deposito de loucos e excluídos sociais do Brasil. Esse hospital chegou a manter uma impensável população de aproximadamente de cinco mil pacientes. As condições precárias presenciadas dos 50 agravaram-se no período da ditadura, pois naquele momento qualquer manifestação em defesa dos direitos humanos era considerada como atos de subversão e eram punidos com perseguições, prisões torturas e morte.

O Centro psiquiátrico de Barbacena – MG, na antiga Fazenda da Caveira de Joaquim Silvério dos Reis, foi criado em 1903. Com a alcunha de colônia o centro abrigou desde doentes mentais a pessoas consideradas rebeldes. Ou seja, pessoas que para aquela época eram consideradas problemáticas.

A Colônia

As pessoas que chegavam a Colônia viam de diversas localidades do Brasil e permaneciam ali pelo resto de suas vidas. Muitos chegavam ao hospício vindo de trem e desconheciam o motivo pelo qual estavam sendo levados a aquele local. O diagnóstico, em muitos casos eram padronizados e os pacientes, geralmente eram separados por sexo, idade e características físicas.  Os pacientes eram obrigados a entregar os seus pertences, passavam por processos de higienização que muitas vezes eram banhos frios e muitos sem documentos eram rebatizados pelos funcionários com nomes aleatórios.

O Hospital era dividido por dois departamentos: A e B. E esses eram formados por pavilhões. As mulheres eram encaminhadas ao departamento A, conhecido como Assistência. Enquanto os homem para o departamento B, os que tinha condição para trabalhar eram enviados para o pavilhão Milton Campos. As cabeças dos homens eram raspadas e todos recebiam um uniforme azul.

O confinamento das pessoas  no Colônia foi consequência da situação política no Brasil  e do sistema capitalista. O principio era excluir as pessoas que não eram consideradas normais ou que apresentassem alguma anomalia e poderiam causar problemas para as famílias ou pessoas influentes da época. O hospício Colônia foi o retrato da intolerância social.

Os tratamentos recebidos pelos moradores do Hospital não tinham nenhuma validade médica. E o destino daquelas pessoas era a morte. Grande parte, não foi diagnosticada como doentes mentais, simplesmente significavam um peso social, razão pela qual foram submetidos a condições desumanas.

No livro o Holocausto Brasileiros, (ARBEX,2013), há relatos horrorizastes e alguns são descritos a seguir:

Homens, mulheres e crianças, às vezes cominam ratos, bebiam esgoto, o qual cortava os pavilhões, era a fonte de água ou bebiam urina.. Outras vezes, “tomavam banho de mergulho na banheira com fezes, espécie de castigo” a quem não se adequava às regras. Tornou práxis, dormir sobre o capim, os colchões foram substituídos por sugestão do chefe do Departamento de Assistência Neuropsiquiátrica de Minas Gerais, José Consenso Filho, como alternativa para o excesso de interno, economizava espaço, caberia mais gente. No local predominava o ‘odor fétido, vindo do interior do prédio. (ARBEX, 2013 p 23;26;44;51)

Nas estações frias do ano as pessoas eram expostas aos ventos frios, vestidas  com roupas  rasgadas ou nuas. Dentro dos prédios, buscando formas de se aqueceram, os pacientes eram empilhados um em cima do outros, e os que permaneciam embaixo eram encontrados mortos.  Além de frio e fome os pacientes também eram submetidos a choques elétricos. Muitos morriam, chegando a dezesseis em um único dia. E morrer era uma forma de lucro. Durante os anos de 1969 e 1980, aproximadamente, 1.853 corpos foram vendidos para dezessete faculdades de medicina do país, em muitos casos sem o consentimento ou aviso aos familiares. E quando havia um grande número de corpos, esses eram decompostos em ácido, no próprio pátio do Colônia, na presença dos demais, e os ossos também erram comercializados. No cemitério do Colônia foram enterrados, em covas rasas, 60 mil mortos e somente no final dos anos 80 o cemitério foi fechado. (ARBEX,2013)

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