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O Análise de Conteúdo

Por:   •  7/3/2020  •  Monografia  •  1.173 Palavras (5 Páginas)  •  131 Visualizações

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FRANCO, Maria Laura Puglisi Barbosa. Análise de conteúdo. 2. ed. Brasília: Libre Livro Editora, 2005.[1]

Por Clóvis Marques Dias Júnior[2]

A autora da obra em análise é a professora Maria Laura Puglisi Barbosa Franco, doutora em psicologia da educação pela PUC/SP e livre docente pela UNICAMP. Atualmente aposentada, foi professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Educação da PUC/SP e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas. Seus estudos concentram-se nas áreas de representação social, ensino médio e metodologia da pesquisa.

O livro em debate aborda a metodologia de análise de conteúdo em uma perspectiva histórica, teórica e prática. A preocupação com a temática da análise do conteúdo é anterior ao debate sobre seus pressupostos epistemológicos e procedimentos operacionais, passa pela teologia bíblica na exegese de textos sagrados, pela sondagem de opiniões em pesquisas divulgadas pela imprensa, e desenvolve-se envolta em uma controvérsia entre linguistas e a Psicologia Social.

Franco ressalta na presente obra, partindo do ensinamento de Pêcheux, que a linguística trabalha com uma língua teórica, enquanto a análise de conteúdo trabalha a palavra, ou seja, a prática da língua realizada por emissores identificáveis. Diante deste debate, e do crescente interesse pela metodologia, a análise de conteúdo se desenvolveu em aspectos teóricos e metodológicos.

O capítulo inicial do livro apresenta algumas ideias sobre as bases teóricas da análise de conteúdo. O ponto de origem da metodologia é a mensagem, apresentada de forma oral, escrita, gestual, silenciosa, figurativa, documental ou diretamente provocada. Entende-se que toda mensagem está inserida em condições contextuais, que são componentes cognitivos, afetivos, valorativos e historicamente mutáveis. Desta forma, a análise de conteúdo é fundamentada em uma concepção crítica e dinâmica da linguagem, essa entendida como uma expressão da existência humana e da construção do real.

Nesta perspectiva, o significado de uma mensagem pode ser absorvido, compreendido e generalizado a partir de um corpus de significação, que abrange representações sociais, cognitivas, valorativas e emocionais, contextualizadas de forma técnica. A informação não pode simplesmente ser apresentada de forma descritiva, mas necessariamente deverá estar relacionada, no mínimo, com um outro dado do corpus de significação. Neste ponto, citando Piaget, a autora concorda que “É necessário que o pesquisador compreenda e assuma a ideia da história, antes de investir na realização da tarefa” (p. 17).

O segundo ponto da obra, aborda análise de conteúdo como um procedimento de pesquisa que questiona cinco elementos básicos da comunicação: quem é o emissor da mensagem (fonte), porque falou (processo de codificação), o que falou (mensagem), e como foi entendido (processo de decodificação) pelo detector da mensagem (receptor). Na análise do que se falou, o pesquisador trabalha identificando objetiva e sistematicamente as características específicas da mensagem, esse processo é denominado de inferência.

Nesta altura do texto resta clara a ideia de que toda mensagem contém uma grande quantidade de informações sobre seu autor, decorrente da multiplicidade de manifestações da vida humana do emissor, em uma opção consciente ou ideologizada pelo discurso que foi apresentado na mensagem.

O texto avança com a exposição de que a fala humana, em toda sua riqueza, permite diversas interpretações. Entretanto, a análise do conteúdo deve refletir os indícios manifestos e capturáveis da comunicação emitida. Não se nega que nas mensagens possa existir um conteúdo manifesto e um conteúdo latente, mas é “com base no conteúdo manifesto e explícito que se inicia o processo de análise” (p. 24).

No desfecho do segundo capítulo a autora apresenta os elementos da inferência, procedimento intermediário entre a descrição e a interpretação da mensagem. É a inferência que confere relevância teórica ao método da análise de conteúdo, pois realiza a comparação dos dados, obtidos mediante discursos e símbolos, com os diversos pressupostos teóricos de diferentes concepções da realidade individual e social. Para tanto é relevante a bagagem teórica do analista acerca das diversas abordagens epistemológicas, pois o pesquisador deverá relacionar a mensagem estudada com os traços teóricos presentes nas falas dos sujeitos.

A terceira parte da obra em análise expõe os três campos dos métodos de análise de conteúdo: lógico-estético e formal; lógico-semântico; semântico e semânticos estruturais. O primeiro campo se situa no domínio da linguística, e preocupa-se com aspectos formais do autor da mensagem. Na outra fronteira aparecem os campos semânticos e semânticos estruturais, que realizam a hermenêutica do uma imagem ou enunciado, neste ponto a análise do conteúdo é um exercício de compreensão e interpretação. O campo lógico-semântico se vale de uma classificação lógica de conteúdos manifestos entre significado (hermenêutica) e significante (forma).

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