O Começo de um Fim

O Começo de um Fim

Acorda e depara com um teto sujo e sem cor é meio desmotivador. Primeiro dia de aula, nova escola, coração acelerado parecendo que ia ter um ataque a qualquer momento, nada de diferente de um adolescente normal. Passei de ano meio que na sorte, não sou lá muito inteligente, atlético, social, popular com as garotas ou... bem, a lista não é pequena, mas não ligo para nada disso, gosto de como as coisas são.

Olho pela janela, e jogo uma bola de papel por ela, está fazendo sol.…não gosto de luminosidade, será pelo fato de ser um gamer otaku que praticamente vive em uma caverna criada por mim mesmo e passa o dia e a noite no escuro na frente do pc? é quem sabe, há mistérios no universo que nunca saberemos não é mesmo?

Após tomar café, saio e vou em direção da minha parada ouvindo Eye of Tiger, não é uma música do meu tempo ou de minhas preferencias, por mim ouviria If Die Young( sim, sou meio sadboy), mas pra um primeiro dia de aula, ensolarado, preciso de toda motivação possível,

- EIIIIIII ME ESPERA! – Uma guria correndo em minha direção, cabelos longos, negros, olhos castanhos, nada demais para uma garota, não sou disso, mas se tivesse que da uma nota daria 7, sou muito exigente; ah e ela é mais baixa que eu, apesar de eu ser tipo um anão, não literalmente, só visualmente. Ignoro ela e continuo andando.

- EIIIII, ME ESPERA. – Caralho que garota histérica, eu posso xingar em um livro? Não é TV aberta, acho que sim. Tento apressar meu passo, mas ela acaba me alcançando.

- Meu Deus... tá surdo? Eu... faltei perde... ah voz...

- Você está bem? – Claro que ela não está bem, consigo ouvir o batimento do coração dela daqui.

- Estou sim, só preciso... respira um pouco. – Ou de um médico, e de uma vida menos sedentária pra variar.

- Você não parece bem – Ela acaba vomitando em uma moita, sim nada bem.

- Desculpa, passou, estou melhor, deve ter sido o café da manhã. – Ela então sorri pra mim.

Aquele sorriso foi lindo, mas precisa fazer mais do que isso para fazer me apaixonar por uma garota que acaba de vomitar na minha frente destino. Continuo até a minha parada, ela me segue calada. Chegando lá, ninguém além de nós, então quebro o gelo.

- Quem é você mesmo e porque me mandou esperar?

- Sou Betty, e bem... ehhh, eu me confundi, pensei que você fosse outra pessoa. – Sério isso destino? Tá de palhaçada comigo cara. – Você é da escola [ preencher futuramente] não é?

-Sim. – Tento ser o mais frio possível, não quero muito papo, ainda mais com uma garota.

- Ehhh – Ei para, não puxa assunto, é sério – você tem namorada?

Que?? Mas o que tá acontecendo. Olho para os lados para ver se é comigo.

- Eu?? – Não doente, o Gasparzinho aí do seu lado. Ela acena com a cabeça. Isso é jogo sujo destino.

Vejo meu ônibus, estou salvo.

- Eh... o ônibus... tenho que pegar... – Subo o ônibus, essa foi por pouco.

Ônibus meio vazio, normal 6:00 da manhã, sento no fundão, quando olho para a frente vejo ela vindo, ahhhh o que fiz de errado? Ela senta do meu lado meio envergonhada, eu a ignoro ponho meus fones e viro para a janela.

Ela toca em meu ombro, está em pé.

- Ah oi... você tá aí... eu não tinha notado...

- A parada da escola – Como? Eu nem vi o tempo passar.

- Ah bom, obrigado.

Ainda temos que andar um pouco para chegar na escola, eu e ela vamos juntos, mas não trocamos nenhuma palavra. Chegando lá, vou em uma banquinha de bombons e tals, ela me olha e passa direto para a entrada da escola. Seguro seu braço, ela me olha com um olhar muito fofo e lindo, até me apaixonaria se não fosse tão clichê.

- Você tá cm bafo de vômito, toma essa menta – Faço uma cara de sério olhando pro além como se tivesse algo interessante, tipo aqueles caras fodões de anime que toda garota se apaixona.

Ela pega o pacote e sai correndo sem dizer nada.

- Queee? – Caralho que garota idiota, não disse nem obrigado... e ainda levou todo o pacote ahhhh. Nota: “Sempre tirar a bala de menta do pacote antes de oferecer”

 Vou em direção da escola, e de repente sinto alguém tocando meu ombro, era Mike, um dos... na verdade o único amigo que eu tenho, não é tão diferente de mim, só mais alto, loiro, bonito e inteligente, o que a gente tem em comum? Bem...

- Iae cara, a quanto tempo não é mesmo?! Acabei aquele jogo que tu me recomendou ontem, demorou um pouco, mais nada que 24 horas direto não resolva. – O vício é algo terrível.

- Nooossa cara, que foda! – Eu sou bem sarcástico só para constar.

- Tá com um animo daqueles hein? – Conversa com uma garota doida, além de ser roubado por ela não é lá muito animador.

A gente prossegue pra nossa sala.

- Ah é, tu nem acredita em quem caiu na nossa sala! – Se não for a tia do lanche não ligo muito.

- Acho que não me importo com ... – Mal entrei na sala meu coração disparou, era uma garota linda, ruiva, cabelo longo e ondulado, olhos claros, e sexy demais, eu sei que um cara como eu não teria chance, mas pelo menos garantiria a do dia. Porque sempre tem uma ruiva na vida de um cara que faz ele perde a noção?

- Sim cara, a Diana [ sobrenome], ela é top demais mano, ainda não acredito que vamos estudar na mesma sala. – A gente estudou na mesma escola que ela no fundamental, mas a gente não era da mesma turma e nem frequentava os mesmos lugares da escola.

Tento a ignorar, pra ela é fácil não me notar, cercada de caras a babando. Todas as cadeiras perto dela estavam lotadas, tive de sentar no fundão perto da janela, tipo aquelas de anime sabe, o problema é que odeio luz, e não estava ao meu alcance a permissão de fechar a cortina; meu amigo traíra conseguiu sentar perto dela.

Tudo ocorreu bem durante as aulas, nada diferente do costume, aulas chatas, professores que dão sono, baderna durante a troca de professores, é... nada demais. Bate o intervalo, vou me levantando e sem querer derrubo um caderno no chão.

- Merda, desculpa aí, toma aqui o seu... que? – A pessoa a qual eu tinha derrubado o caderno, que estava ao meu lado era Betty, desde de quando essa guria tava aí?

- Ahh, é oi – risos. Vontade de pegar essa garota e jogar pela janela.

- Oi?! Você roubou meu pacote guria, como assim só oi? – E olha que só foi um pacote de balas.