O PROER E SUA APLICABILIDADE NO PLANO REAL

O PROER, O PLANO REAL, A ESTABILIZAÇÃO DA MOEDA E A ECONOMIA DO BRASIL.

Para entendermos o PROER, em toda a sua complexidade e extensão, precisamos olhar um pouco mais para trás e entendermos pelo menos as duas últimas décadas que o antecederam (os anos 70, 80  até 1993).

O Brasil vinha de tentativas frustradas de combater a inflação, com diversos planos econômicos que não haviam conseguido os seus objetivos. A cultura inflacionária permanecia e a partir dessa análise, desse olhar, podemos entender a importância do Proer e como os bancos foram duramente atingidos pelo Plano Real e como a exigência de uma medida saneadora com a dimensão do PROER se fez absolutamente necessária.

A cultura inflacionária criou no Sistema Financeiro Brasileiro uma anomalia: os bancos ganhavam tanto dinheiro com pouco risco que não cobravam a maioria dos serviços. Bastava o cliente deixar o dinheiro parado em conta-corrente uma semana por mês para os lucros dos bancos ficarem garantidos.

Era o que chamávamos de ciranda financeira.

O governo endividado, sem controle algum dos seus gastos, precisava rolar diariamente sua dívida e emitir mais moeda sem lastro. O resultado é que os bancos financiavam essa farra e ganhavam muito sem cumprirem o seu papel de intermediação financeira e fomentadores das atividades produtivas. O crédito era pouco em relação ao PIB e por conseguinte haviam os bancos públicos fazendo o fomento da agricultura, pecuária e créditos para microempresas ( bancos estaduais e federais) com dinheiro subsidiado dos tesouros estaduais e federal, sem controle desses créditos e com imenso prejuízo que era rolado ano após ano. Em resumo: os bancos viviam da inflação.

Com a chegada do Real e a estabilização da inflação e a moeda forte que é o REAL, os bancos ficaram a descoberto. Os bancos mais eficientes enfrentaram com relativa facilidade a transição e a nova forma de operarem no mercado. Os bancos mal estruturados simplesmente quebraram. E não foram poucos. 22 bancos foram liquidados até a chegada do PROER. A possibilidade de incorporação e fusão com a Medida Provisória que instituiu o PROER e foi dessa forma que o Plano teve êxito.

A partir daí mesmo com toda firmeza da oposição o governo FHC manteve o rumo, o Real consolidou-se e o PROER salvou o nosso SISTEMA FINANCEIRO.

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