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Psicologia aplicada ao Direito

Por:   •  6/11/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.992 Palavras (8 Páginas)  •  422 Visualizações

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PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO

Psicologia: Surgimento, Definição e a Subjetividade como Objeto de Estudo da Psicologia

Surgimento da Psicologia e sua relação com a Filosofia

Toda civilização ocidental têm sua origem a partir da civilização grega, não poderia ter sido diferente com a psicologia.

Na Idade Antiga, a psicologia fazia parte da filosofia, desta forma, se estivéssemos naquela época estudaríamos filosofia e não psicologia tal como é hoje com suas teorias e técnicas psicológicas. Os filósofos pré-socráticos que surgiram no século VI aC, ao elaborarem conhecimento filosófico sobre o cosmos influenciaram teorias psicológicas elaboradas séculos mais tarde, no entanto, foi a partir de Sócrates que as questões sobre a alma, entendida por ele como psiqué, toma vulto.

Sócrates (470 ou 469 aC), cidadão grego e residente em Atenas, destacava a importância de termos conhecimento de nós mesmos, de nosso próprio eu, por esta razão, a máxima: “Conhece-te a ti mesmo”. Este autoconhecimento seria possível por meio da introspecção, da tomada de consciência do homem sobre si, ou seja, seria episteme (ciência), que “não constitui uma ciência sobre as coisas ou informações voltadas para a obtenção de prestígio ou riquezas: é o conhecimento de si mesmo, a autoconsciência despertada e mantida em permanente vigília.” Sua preocupação direcionava-se às questões éticas, por isso promovia discussões com seus discípulos sobre justiça, amor e virtude.

Sócrates ressaltava: “o reto conhecimento das coisas leva o homem a viver de acordo com os preceitos morais, pois quem sabe o que é bom também o pratica (...) A maldade é o resultado da ignorância, enquanto a virtude o é do saber.“ 2

Sócrates entendia “alma como sede da consciência normal e do caráter, a alma que no cotidiano de cada um é aquela realidade interior que se manifesta mediante palavras e ações, podendo ter conhecimento ou ignorância, bondade ou maldade. E que, por isso, deveria ser o objeto da preocupação e dos cuidados do homem”.3

SAIBA MAIS!

1 Coleção Os Pensadores: “Sócrates Vida e Obra” – São Paulo, SP: Editora Nova Cultural Ltda., 1999, p. 30.

2 Freire, Izabel Ribeiro. Raízes da psicologia- 10 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 33.

Coleção Os Pensadores: “Sócrates Vida e Obra” – São Paulo, SP: Editora Nova Cultural Ltda, 1999, p. 30.

Justamente esta capacidade de autoconhecimento, de desenvolver um pensar (razão) e de ter consciência sobre si que diferencia o homem dos demais animais, concluiu Sócrates.

Com base nesta pequena alusão ao pensamento de Sócrates, conclui-se: os estudos psicológicos inseridos na filosofia se referiam às questões da alma (psiqué).

O entendimento da alma como psique permanece nas ideias de Platão (427 – 347 aC), discípulo de Sócrates e ele valorizou a razão como o veículo do conhecimento, contrapondo o conhecimento proporcionado pelos sentidos. Platão estabelece divisão entre alma (psique/intelecto/razão/mente) localizada na cabeça, o que é imaterial e o corpo, o que é material. Como valorizava a alma/razão, as atividades vinculadas ao intelecto/razão (cultura, artes, filosofia e toda atividade que se ocupasse da mente) foram consideradas superiores, enquanto as atividades realizadas com o corpo (matéria), por sua vez, seriam inferiores. Justamente eram estas as atividades realizadas pelas pessoas de classes inferiores.

Outro filósofo importante foi Aristóteles (384-322 a.C), embora discípulo de Platão, se opôs a ele ao considerar a interação entre corpo e mente, além do mais não acreditava na existência de ideias inatas, ao contrário, para ele uma criança se desenvolve na medida em que experiencia, vive as interações com o ambiente, portanto, o homem é uma folha de papel em branco que será preenchida a partir do conhecimento possibilitado pela experiência. Este pensamento influenciará John Locke na Idade Moderna.

Independentemente das concepções de cada filósofo supracitado, verifica-se que a psicologia inserida na filosofia está voltada ao estudo das questões da alma, da interioridade humana, verifica-se até certo antropocentrismo (Correto, pois o movimento da Filosofia se dá no sentido oposto ao Mito, que dominava o panorama do pensamento grego até o surgimento dos Filósofos pré-socráticos) na antiguidade. A palavra psicologia origina-se do grego, psique significa alma e de logos, que significa razão, assim psicologia é o estudo da alma.

Apesar da palavra se manter a mesma, a concepção de alma como psiqué/razão desaparece durante a Idade Média.

A Idade média foi o período entre os séculos V e XV, sendo antecedida pelo Império Romano cuja falência se deve principalmente às invasões bárbaras e ao cristianismo.

Neste período a psicologia continua vinculada à filosofia, entretanto, há influência do pensamento religioso. Alma deixa de ser compreendida como psique, a sede da consciência e do caráter para se tornar o veículo através do qual o homem se liga a Deus. Este período se caracteriza por ser teocêntrico( Ocorre o movimento oposto ao do nascimento da Filosofia – teocentrismo - Mito), ao contrário do antropocentrismo.

A ideia sobre a existência de Deus e os dogmas estabelecidos pelos seus representantes na Terra, determinam o estabelecimento de uma sociedade feudal, tradicional, de pouca ou nenhuma mobilidade social. Os destinos das pessoas estavam determinados pela classe social a que pertencia e pela determinação divina, portanto, o que a pessoa seria estava previamente determinado. Consequentemente, o homem medieval não era dono de seu destino, aquele sentimento ou experiência de interioridade se perdera em virtude da força das tradições, dos dogmas e determinações religiosos.

Santo Agostinho (354-430) por sua vez, pertencia à escola filosófica Patrística que o objetivo principal era lutar contra “... o paganismo, as heresias e a defesa dos dogmas cristãos”. 4 Em virtude desses objetivos, Santo Agostinho diverge tanto de Platão como Aristóteles por estes considerarem que Deus criara o mundo a partir de uma matéria já existentes, desta forma Ele não seria o Criador e sim modelador, no entanto, para o religioso Deus é Criador inclusive da substância da qual originou a vida.

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