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Resenha sobre o vídeo Amor Legal de Maria Berenice Dias e Carmela Grune e o Patriarcado

Por:   •  22/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.054 Palavras (5 Páginas)  •  416 Visualizações

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Disserte a respeito da queda do patriarcado dentro do direito das famílias

a) A queda o patriarcado, nesse contexto, realmente aconteceu? Comente!

O patriarcado pode ser entendido como um sistema social em que homens mantêm o poder primário e predominam em funções de liderança política, autoridade moral, privilégio social e controle das propriedades, dentro da unidade familiar o homem detém o controle sobre a esposa e os filhos.

Pode ser considerado ainda como sistema social baseado em uma cultura, estrutura e relações que favorecem homens, em especial o homem branco, cisgênero e heterossexual.

Os valores patriarcais atravessaram os tempos e apresentam suas marcas na atualidade, mesmo diante das conquistas sociais que objetivam a igualdade de direito entre homens e mulheres. Todavia, as sociedades humanas nem sempre foram patriarcais, no início da humanidade as primeiras sociedades humanas eram coletivistas, tribais, nômades e matrilineares. Essas sociedades se organizavam em torno da matriarca, e os papeis sociais e sexuais entre homens e mulheres não era definidos de forma ortodoxa.

Avançando mais um pouco, à época da ascensão da propriedade privada e da relações monogâmicas, com o fim de garantir a herança das propriedades aos filhos legítimos da relação, começou-se o domínio sobre o corpo da mulheres, a divisão sexual e social do trabalho, estava instalado o patriarcado.

Segundo Maria Berenice “através dessa divisão de papeis foi colocado na cabeça de todos que a mulher é o sexo frágil, que precisava de proteção e cuidado. E o sexo forte é o homem, viril, o qual possui uma posição de destaque e tem o poder dentro de casa, o poder de decisão e exigir comportamentos e obediência, em relação aos filhos e à esposa”.

O patriarcado centraliza-se na descendência paterna e, debaixo do escudo de que o homem precisa ter a certeza que os filhos paridos pela esposa são realmente seus, assim ele exerce o domínio pelo corpo da mulher.

O modelo familiar perfeito era aquele em que a noiva, levada pelo pai até o altar e entregue ao marido, casava-se de véu e grinalda, precisava ser casta e honrada. A mulher adotava o nome do marido (o chefe da sociedade conjugal), uniões sempre arranjadas, onde predominavam interesses e quase nunca existiam sentimentos e afetos.

Atualmente, não se vislumbra a possibilidade de afirmar que houve a quebra do patriarcado, mesmo diante de grandes avançados no sentido da isonomia entre homens e mulheres, a exemplo da Lei Maria da Penha que pune 5 tipos de violência contra as mulheres, sendo a física, a psicológica, a sexual, a patrimonial e a moral. Ainda é perceptível que tais políticas são ínfimas para sequer conter tais abusos, quanto mais fomentar uma cultura de igualdade.

O entendimento que a mulher é posse do homem é algo ainda presente em todas as camadas sociais, sejam das mais abastadas até as mais populares, quase diariamente é possível acompanhar notícias onde mulheres sofrem algum tipo de violência por parte de seus companheiros, pais, irmãos, colegas de trabalho e até homens desconhecidos.

Carmela Grüne ao relatar sobre os trabalhos que realiza em centros de detenção masculinos, afirma que não esporadicamente se depara com homens que estão naquele local cumprindo pena por violações previstas na lei Maria da Penha e, que mesmo diante da sanção penal, eles continuam mantendo o sentimento de posse sobre as mulheres.

O patriarcado ainda está fortemente presente nas coisas mais cotidianas da sociedade. Os meninos são incentivados a brincarem fora da casa, suas habilidades mentais como a construção de objetos e cálculos são estimulados, o trabalho fora de casa é o trabalho do homem, e estes devem se relacionarem com o maior número de mulheres possíveis pois isso é ser macho e viril. Enquanto as meninas são obrigadas a usarem rosa, seus brinquedos são as panelas e o ferro de passar, devem brincar sempre dentro das

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