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Resumo: E a Vida se Alonga Além dos 60: Como?

Por:   •  4/10/2016  •  Resenha  •  1.237 Palavras (5 Páginas)  •  279 Visualizações

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Resumo do texto - E a vida se alonga além dos 60: Como?

Ana Amélia Camarano

A autora inicia o texto dizendo que uma das conquistas sociais mais importantes do século XX foi o alongamento da vida. No entanto, ressalta que essa não é a única geração que possui evidências de pessoas que atingiram mais de 100 anos. O que mudou foi o aumento na esperança de vida ao nascer, bem como a queda da mortalidade em todas as idades.

Tal resultado se deu em razão de políticas econômicas e sociais bem sucedidas, com consequente melhoria da condição de vida e de saúde dos idosos. No Brasil, como exemplo disso, pode ser citado o maior acesso a serviços médicos preventivos e curativos, a tecnologia médica avançada, água tratada, esgoto, saneamento, escolaridade, etc.

A tendência, de acordo com Camarano, é a de continuidade da redução da mortalidade em todas as idades, tendo um crescimento significativo do contingente de idosos vivendo mais tempo.

Uma questão em pauta atualmente é a incerteza quanto às condições de saúde, de renda, de apoio familiar, etc., que os idosos experimentarão. Não se sabe se os idosos do futuro poderão continuar desfrutando das relativas melhores condições de vida que desfrutam os de hoje.

Alguns pesquisadores da área da saúde denominam o aumento da expectativa de vida como falência do sucesso, tendo em vista que os idosos passam a onerar os serviços de saúde e impõem sobrecarga às famílias em razão de distúrbios mentais e doenças crônicas que passam a ter com o avançar da idade.

No entanto, a autora afirma ser esta uma visão estática, por desconsiderar diversos fatores, tais como: avanços na tecnologia médica, acesso aos serviços de medicina preventiva e curativa, mudanças nos hábitos de vida da população, expansão da cobertura da previdência social e a modificação nos processos de produção. Embora seja um fenômeno tipicamente europeu e norte-americano, tem-se observado, no Brasil, que os idosos não têm sido caracterizados por saúde debilitada, nem pela exclusão das diversas esferas da vida social.

Hoje, um debate sobre o envelhecimento tem sido a associação do idoso a um ser improdutivo, por estar excluído do mundo do trabalho, tido como um “consumidor” mais do que um “produtor”, levando a se pensar que pode acarretar um peso sobre a população jovem, e o custo de sustentá-la vir a constituir uma ameaça ao futuro das nações.

O debate sobre o envelhecimento, segundo a autora, está fortemente atrelado aos gastos com a previdência social, ao ajuste fiscal e à distribuição dos gastos públicos. Os idosos têm sido vistos como grandes consumidores de gastos públicos.

Uma mudança na distribuição etária, por si só, não é boa nem ruim. Cuidar de uma população idosa saudável é diferente de cuidar de uma população doente. O envelhecimento pode ser visto como uma conquista social ou um problema social, dependendo da maneira como a sociedade escolhe lidar com ele.

As Nações Unidas forneceram a resposta ao desafio da maior expectativa de vida: “adicionar qualidade de vida aos anos adicionados”. No entanto, ainda não se sabe como.

Deve-se levar em conta a heterogeneidade do segmento idoso, tendo em vista as desigualdades sociais, regionais e raciais em curso no país enfrentadas pelos idosos. As políticas sociais exercem um importante papel nesse momento, reduzindo ou aumentando desigualdades, mitos, estereótipos e preconceitos em relação à população idosa.

De acordo com um modelo de Amarthya Sen, a melhor condição da população idosa brasileira depende das capacidades básicas; das capacidades adquiridas ao longo da vida; das condições ambientais, aí incluídos os arranjos familiares e as políticas públicas.

A autora afirma que, de forma desigual, os idosos de hoje foram beneficiados com a redução da mortalidade materna, da mortalidade na meia-idade e nas idades adultas avançadas.

Ressalta a relativa melhor situação econômica dos idosos em comparação com a dos não-idosos. Hoje, as mulheres idosas, normalmente viúvas, recebem e dão ajuda financeira à família, que continua sendo um espaço de apoio importante para os segmentos vulneráveis.

Atualmente, existem algumas políticas públicas voltadas para os idosos, no sentido de reduzirem ou reforçarem as desigualdades entre esses indivíduos. A Constituição de 1988 instituiu diversos benefícios para essa camada da população.

No meio rural, o texto constitucional cumpre uma função de proteção social moderna - ex: ampliação da cobertura da previdência rural. Lado outro, o sistema previdenciário urbano (privado e público) apresenta diversas distorções, como a aposentadoria por tempo de serviço, pois com o aumento da expectativa de vida, muitos aposentados receberão benefícios por um longo tempo, o que irá “pressionar” o sistema.

Nesse contexto, Ana Amélia Camarano afirma que “é difícil acreditar que as tradicionais maneiras de financiar a seguridade social serão suficientes para lidar efetivamente com a população idosa no futuro num contexto de crescente informalização da economia”. I

Em 1998 e em 2003, duas reformas foram feitas para adiar a idade de aposentadoria e vincular por mais tempo o benefício à contribuição. Apesar dos resultados positivos no setor privado, tais mudanças ignoram as transformações no mercado de trabalho, na qual, enquanto este tende a uma flexibilização crescente, na previdência há um “engessamento”, o que gera alguns problemas, como a dificuldade de aposentadoria para os trabalhadores informais e desempregados.

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