TCC ADAO

CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO

UNIFAI

ADÃO DO CARMO

TRAJETÓRIA DE UM CONSELHEIRO NA SAÚDE

CONSELHO GESTOR

São Paulo

2015

1

ADÃO DO CARMO

Tlocal.

42

Chamamos uma assembleia que foi realizada no portão principal de entrada, convidamos a população local e os usuários que fazem tratamento neste hospital. Compareceu um grande número de pessoas que contribuíram dando seus posicionamentos e enfatizando a importância do ponto socorro neste local.

Nos encaminhamentos definimos formar uma comissão para elaborar um documento e enviar ao secretário Estadual de Saúde, na época o Sr. Giovanne Guido, para nos atender e discutirmos sobre esse ponto.

Para dar continuidade aos trabalhos o movimento popular de saúde da Região Ipiranga definiu em realizar um seminário.

Conforme Jornal O SÂO PAULO dos dias 20 a 26 de agosto de 2014.

Seminário para refletir as políticas públicas de saúde

O movimento de saúde realizou no sábado. 16, na Região Ipiranga, um seminário para discutir o sistema único de Saúde (SUS) na sua integralidade, e também a conjuntura de funcionamento de políticas públicas para aproximação dos movimentos populares sociais dos conselhos populares e gestores de saúde.

O vigário episcopal dom Jose Roberto Fontes Palau fez abertura dando boas vindas e fez uma oração para o início dos trabalhos e deixou uma mensagem de motivação aos participantes. Adão do Carmo responsável pelo seminário, falou em entrevista sobre a parceria da igreja com os movimentos populares: “A igreja católica foi um dos principais caminhos para o movimento de Saúde, por meio do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns”. Foi fundamental o apoio da Igreja desde o início desse movimento.

O encontro contou com a participação do médico sanitarista, Dr Jorge Kaiyno, um do idealizador do SUS, que comentou sobre a importância do movimento de saúde na cidade.” É uma história de luta para que população tivesse aos profissionais de saúde, aos medicamentos e os exames principais. O movimento conquistou vários equipamentos para os hospitais, sobre tudo na época do governo Covas. Depois disso, conseguiu avançar ainda mais com o então secretário estadual de saúde, Adib Jatene, que em resposta à pressão dos movimentos, criou um plano metropolitano de saúde, conseguindo financiamento do Banco Interamericano de desenvolvimento (BID), que tornou possível a construção de vários hospitais e unidades básicas”, afirmou. Hoje os trabalhos dos movimentos se dirigem muito mais á fiscalizações do dia a dia para que a unidades funcionem, como a humanização dos atendimentos”, completou”.

Em 2014 concorri a uma das 16 vagas na composição do Conselho Gestor da supervisão técnica de Saúde do Ipiranga biênio de 2014 a 2015, recebi uma votação expressiva da população. Já na posse os conselheiros empossados me indicaram e elegeram para ser o coordenador da comissão executiva deste conselho.

43

Sei que não é uma tarefa fácil temos 25 equipamentos nesta região e todos com limitações no funcionamento por vários motivos, sendo a maior defasagem no quadro de funcionários, espaços físicos reduzidos para atender as demandas.

A população vem aumentando e os recursos são os mesmos, isso acaba gerando muito trabalho aos conselheiros e desconforto para um bom funcionamento como é previsto no Sistema Único de Saúde (SUS).

As políticas adotadas pelos governantes são paliativas dificultando ainda mais o controle social, a terceirização dos serviços de saúde é um dos fatores que compromete muito o funcionamento dos conselheiros gestores, pois os serviços visam à produção e comprometendo a qualidade e o funcionamento das políticas públicas e sociais.

Mas o conselho gestor da supervisão vem atuando com muita atenção e comprometimento para melhor desenvolvermos trabalhos nas novas modalidades de serviços prestado à população. O movimento popular de saúde do qual represento neste espaço vem desenvolvendo várias atividades para melhor entender as mudanças realizadas na área da saúde pública em nossa cidade de São Paulo.

3.3 TRABALHO E ESTÁGIO

Em 2014 vivi momentos de muito aprendizado em minha caminhada, sendo um deles quando realizava estágio em Serviço Social numa Entidade onde prestava atendimento as pessoas em situação de rua.

Através desse trabalho obtive muitas informações sobre esta população, que a meu ver, é uma das piores vivências, gerada pelo sistema capitalista e imposta a classe trabalhadora. Esse desajuste social leva as pessoas a se comportarem sem nenhum estímulo à vida.

Ao buscarem ajuda em ONGs, eles são usados pelas mesmas, como meio de captação para recursos financeiros em vários setores da sociedade para benefício próprio.

As ações paliativas praticadas no atendimento estão longe de ser o ideal. A meu ver é benevolência assistencialista, longe de ser um mecanismo educador e humanizado.

Essas pessoas em situação de rua são muito inteligentes e unidas. Se organizam em pequenos grupos, de forma respeitosa e solidária com seus colegas

44

dentro de suas próprias regras de convivência. Mesmo não concordando, seguem algumas normas da sociedade, para se manterem vivos e usufruírem dos poucos recursos que lhes oferecem.

O que muito me chamou atenção foi quando percebi, que eles são respeitosos e carinhosos com as pessoas cuidadoras e coordenadoras dos trabalhos, tratando-os com respeito e, até se comprometem a colaborarem com as atividades realizadas e até mesmo nas tarefas opcionais.

O diálogo com o grupo fica pouco produtivo, pois na sua maioria, se limitam a responderem as perguntas feitas pelo coordenador, com poucas palavras, devido à grande dificuldade de se expressarem.

O trabalho oferecido a eles deve ser realizado com eles e não para eles, pois são adultos que tem suas próprias histórias de vida e estão passando por momentos especiais e precisam ser respeitados.

Dos anos 1970 a 2015, continuei nos trabalhos. Hoje estou na condição de Conselheiro Gestor na Supervisão técnica de saúde no Ipiranga e estou compondo a comissão eleitoral para as eleições nos vinte e cinco equipamentos de