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A Economia

Por:   •  19/4/2021  •  Artigo  •  3.681 Palavras (15 Páginas)  •  262 Visualizações

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QUESTÕES FEB

  1. Descreva as principais dificuldades vivenciadas durante as fases iniciais de implantação da empresa agrícola açucareira colonial e comente como foram vencidas permitindo o êxito desta empresa.

R: Houve um conjunto de conjunto de fatores favoráveis para que houvesse êxito, já havia iniciado há dezenas de anos a produção de açúcar em ilhas atlânticas, dessa forma, permitiu já a solução de problemas técnicos relacionados à produção e fomentou a indústria de equipamentos para os engenhos açucareiros em Portugal. Dessa forma, sem esse conhecimento, que enfrentavam para saber a técnica de produção e proibição de exportações de equipamentos, sem esse relativo avanço técnico de Portugal, não haveria êxito na empresa. Já nessa época de produção de açúcar nas ilhas atlânticas, os flamengos, principalmente os holandeses já faziam o refinamento e o distribuíam à Europa. A contribuição dos holandeses foi extremamente importante para o êxito da colonização do Brasil, pois eles eram especializados no comércio intra-europeu, podendo expandir o mercado. Dessa forma, parte essencial dos financiamentos à empresa agrícola açucareira veio dos holandeses, resolvendo um dos problemas iniciais da empresa. Os Holandeses também participaram da importação de mão de obra escrava. O problema da mão de obra existia pois devido às condições de trabalho, o salário aos colonos teriam que ser muito alto para atraí-los. Dessa forma, Portugal, com ajuda dos Holandeses, começa a importar a mão de obra mais barata, a de escravos africanos. Cada um desses problemas que existiam, técnica de produção, criação de mercado, financiamento e mão de obra puderam ser resolvidos, independentemente dum plano preestabelecido. O empenho do governo português de conservar a parte que lhe cabia das terras americanas, das quais esperavam que sairia ouro em larga escala.

  1. Analise os efeitos da forte baixa nos preços do açúcar sobre o complexo econômico nordestino, no curto e no longo prazo.

R. No curto prazo ao reduzir-se o efeito dinâmico do estímulo externo, a economia açucareira entra numa etapa de relativa prostração. A rentabilidade do negócio açucareiro se reduz, mas não de forma catastrófica. No caso brasileiro, passava-se de uma situação altamente favorável - em que a indústria estivera aparentemente capacitada para autofinanciar a duplicação de sua capacidade produtiva em dois anos - para uma outra de rentabilidade relativamente baixa.

A situação fez-se mais grave no século XVII, em razão do aumento nos preços dos escravos e da emigração da mão-de-obra especializada, determinados pela expansão da produção de ouro. Como a produção de açúcar no Nordeste esteve em todo o século XVII abaixo dos pontos altos alcançados no século anterior, é provável que parte das antigas unidades produtivas se hajam desorganizado em benefício daquelas que apresentavam condições mais favoráveis de terras e transporte. Reduzindo-se os preços do açúcar à metade, deduz-se que não seria possível sequer manter a capacidade produtiva, a menos que se reduzissem os gastos de consumo. No longo período, que o autor indica como indo do último quarto do século XVII ao começo do XIX a economia no complexo nordestino sofreu um lento processo de atrofiamento, no sentido que a renda per capita da sua população declinou. Isso criou o complexo econômico nordestino e que possui as características ainda observáveis, a estagnação da produção açucareira não criou a necessidade - como ocorreria nas antilhas – de emigração do excedente da população livre formado pelo crescimento vegetativo desta. Não havendo ocupação adequada na região açucareira para todo o incremento de sua população livre, parte dela era atraída pela fronteira móvel do interior criatório.

A redução da renda real resultante de baixa dos preços de exportação, numa região agrícola onde a terra é escassa, afeta necessariamente a oferta de alimentos, seja porque se desviam terras que antes produziam alimentos, para produzir artigos exportáveis - e recuperar assim o valor das exportações -, seja porque a importação de alimentos deverá reduzir-se. De sistema econômico de alta produtividade em meados do século XVII, o Nordeste se foi transformando progressivamente numa economia em que grande parte da população produzia apenas o necessário para subsistir, característica que persiste ainda em nossos tempos.

  1.  Descreva os fluxos da renda das duas principais atividades econômicas da época colonial, e analise em que aspectos eles se diferenciavam.

R: No Brasil colonial, mesmo com as diversas dificuldades decorrentes do meio físico, da hostilidade dos nativos e do custo dos transportes. E após muitas tentativas frustradas de estabelecer uma exploração lucrativa na nova colônia, os portugueses finalmente introduziram negócio promissor no território, a plantação canavieira. O negócio do açúcar sempre foi baseado na escravidão e, fracassados os esforços de converter os nativos em uma mão-de-obra escrava produtiva, o tráfico africano se impôs-se como a alternativa lógica à escassez e/ou inadequação da força de trabalho.

            A mecânica do ciclo açucareiro é vista do seguinte modo:

I. Os proprietários de terra tomam empréstimos aos comerciantes de açúcar e importam parte do equipamento e a totalidade dos escravos. O ressarcimento destes empréstimos e a aquisição de escravos e equipamentos irá absorver parte das receitas de exportação do açúcar.

II. Outra parte das receitas constitui o lucro líquido do negócio. Os proprietários aplicam o lucro no consumo de mercadorias ou na expansão dos negócios (o que significa aquisição de escravos e equipamentos - a terra é um bem livre). Assim, todos os lucros, bem como o investimento, transformam-se em gastos no exterior.

II. Como não existe trabalho assalariado na economia, os lucros representam a única renda monetária. Circula pouco dinheiro no interior do território colonial. O modelo simplificado do Celso pressupõe que os escravos produzem seus próprios meios de subsistência, no tempo que sobra da atividade principal. Outras atividades importantes, como o transporte e a provisão de combustível, são também não-monetárias, ou seja, baseadas no trabalho dos escravos.

Todos os custos internos da produção de açúcar são "virtuais", ou seja, qualquer redução na utilização da capacidade produtiva resultava em perda para o empresário. Eles podem exercer impacto sobre os lucros, na medida em que a aquisição de escravos representa um desembolso de capital, tendo que ser contabilizado o tempo despendido por eles nas diversas atividades. De todo modo, a ausência de fluxos monetários na direção das atividades internas desenvolvidas fora dos limites da firma canavieira implica sua letargia. A crise da plantação canavieira não leva à diversificação da economia, nem tampouco a uma substituição relevante de atividades. Mesmo na fase expansiva, a ausência de pagamentos em dinheiro e o baixo nível de produtividade na "economia de subsistência" bloqueiam os estímulos de demanda a todas as atividades fora do núcleo açucareiro.

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