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ASCENÇÃO E QUEDA DE DETROIT: THE MOTORCITY

Por:   •  12/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.179 Palavras (9 Páginas)  •  156 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CÂMPUS BENTO GONÇALVES

MARCELO TODESCHINI ZAPALAI E MÁRIO HENRIQUE BOLSONI RAMPON

ASCENÇÃO E QUEDA DE DETROIT: THE MOTORCITY

BENTO GONÇALVES

 2015

1.        INTRODUÇÃO

        A maior e mais importante cidade do estado do Michigan, em sua época áurea, nos anos 50 e 60, contava com mais de um milhão e oitocentos mil habitantes, tornando-a a  quarta maior cidade dos Estados Unidos, além do mais importante centro automobilístico do mundo.

        Cidade-sede de montadoras renomeadas, como General Motors (Chevrolet), Ford e Chrysler, é governada desde 1962 pelo Partido Democrata. Enfrentou grandes crises, como a de 29 e a de 2008, e exôdos da população branca, que fizeram o número de afro-americanos subir descontroladamente, e se tornar a cidade mais segregada da América. Teve sua dívida em 2013 beirando 19 bilhões de dólares e teve de declarar bancarrota, passou a ser uma cidade falida, a maior cidade falida em todo o mundo.

        Seu brilho não se apagou, sua fama não é repentina, mas faltou combustível para a Cidade do Motor.

2.        DESENVOLVIMENTO

        A cidade, fundada em 1701 pelo explorador francês Antoine Laumet, está localizada no estado do Michigan, na região dos Grandes Lagos (Great Lakes), nos Estados Unidos. Em seu auge, nos meados do século XX, era a cidade mais próspera da América, devido ao setor automobilístico, que tinha seus números crescendo abruptamente.

        Àquela época, a região metropolitana de Detroit era uma das mais influentes e importantes dos EUA. A Cidade do Motor é a sede da Chevrolet, da Ford e da Chrysler. As “três grandes”, mundialmente líderes de vendas do mercado, trouxeram empregos e renda para a cidade, que correspondeu com crescimento e investimentos.

        Detroit serviu como base para os Aliados durante a Segunda Guerra, e isso que condicionou o alavancamento das companhias, visto que Ford e Chevrolet começaram a produzir veículos destinados ao uso militar, não só americano, como também, com suas filiais europeias, para a Alemanha. Os americanos foram extremamente cruciais para a vitória na guerra, dado seu importantíssimo poderio econômico e o fato da imensa produção de veículos bélicos. Por causa disso, cidade ficou conhecida como ‘Arsenal da Democracia’.

        Quando a principal fonte de renda da cidade está bem, a cidade está bem. E se as empresas enfrentarem uma crise? E é assim que começa a decadência do que outrora foi um dos maiores centros mundiais

        O fato de Detroit decair no cenário mundial é em virtude de problemas governamentais, crises no setor automobilísticos, e outras que abalaram toda a nação.

Apartheid

The Jim Crow Laws’, ou as Leis de Jim Crow, são de suma importância para o entendimento da atual divisão populacional de Detroit. Essas leis, que vigoraram no Sul agrário americano, entre 1876 e 1965, definiam que locais públicos, como escolas, trens e ônibus, apresentassem instalações diferentes para brancos e negros. Devido a isso, a população afro-americana se deslocou para o nordeste, onde encontrou menos empecilhos e menos racismo. As ‘Grandes Migrações’, como ficaram conhecidas, chegaram a aumentar a população negra de Detroit em 97%, durante o século XX.

Reflexos dessas migrações são notadas agora, que 85% dos Detroiters são afro-americanos.

Crise do petróleo

        Já em 1956, o presidente do Egito, o socialista Gamal Nasser, nacionalizou o Canal de Suez, importante passagem para a exportação de produtos da região para o ocidente. Isso abalou negativamente o preço do petróleo, não obstante, o preço voltou a se estabilizar.

        Em 1973, os Estados Unidos apoiou Israel na guerra de Yom Kippur, contra Egito e Síria. Os árabes, derrotados, boicotaram relações com a América, o que levou ao início da crise, que tendeu a piorar, primeiro com a Revolução Iraniana (1979), que derrubou o Xá da época, e depois com a Guerra do Golfo, 1990, quando o Iraque invadiu o Kuwait. Mesmo com a dizimação dos iraquianos nesta última, poços de petróleo foram incendiados no país invadido, um dos maiores produtores do mundo, o que fez o preço aumentar exponencialmente devido a isso.

A livre concorrência

        Mas as multinacionais não estavam enfrentando apenas por isso. Durante os anos 60, as indústrias europeias começaram uma maciça produção de carros. Foram produzidas dezenas de milhares de modelos, mais compactos que os americanos, e mais econômicos. Mesmo assim, as Três Grandes continuaram com o domínio de 94% do mercado nacional americano, e no topo do mundo.

        No momento em que, na década de 70, as montadoras asiáticas, mais exatamente as japonesas Toyota e Honda, aportam na América, partiram em busca de cidades com sindicatos mais fracos, para contratos mais flexíveis, o que trouxe uma produção mais barata para carros de alta qualidade.

        Era o contrário do que acontecia com as grandes americanas, que tinham contratos mais onerosos, portanto, repassavam o valor da produção mais cara ao cliente.

        A cidade de Detroit deveria seguir o curso das indústrias, e variar de acordo com o mercado predominante, mas não parecia que as coisas estavam funcionando assim nos anos 90, com a gasolina barata, e com a criação de leis que estimulavam a indústria, voltam a ser produzidos carros com alto consumo de combustível (picapes, esportivos e minivans) e a GM, Ford e Chrysler batem recorde de vendas, e acumulam reservas quase inesgotáveis de dinheiro.

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