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Abertura comercial e indústria

Por:   •  29/10/2015  •  Resenha  •  877 Palavras (4 Páginas)  •  283 Visualizações

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O Estudo de Moreira, dividido em duas partes, tem como objetivo  gerar subsídios para uma discussão aprofundada dos custos e benefícios da liberalização comercial brasileira, mais precisamente na área industrial, avaliando em que medida a crença da liberalização comercial como promotora do  bem estar e do crescimento econômico tem sólida base teórica e qual a melhor forma de implementá-la, além de trazer a realidade brasileira e responder se o processo em que a liberalização econômica surgiu no Brasil condiz com a literatura do tema e quais os impactos disso no setor manufatureiro.

De 1930 até 1980, houve um ciclo de industrialização que durou 50 anos e foi baseada na substituição de importações. No inicio dos anos 30 São Paulo conquista hegemonia econômica e política, graças ao papel do café na economia. Contudo, os anos 30 vem com a proposta de reformas urbanas. A revolução de 1932 em são Paulo, tenta  as mudanças propostas na economia que visavam retirar o papel central do setor agrícola. Nesse contexto é acertado um acordo com tal setor  que não se realizaria uma reforma agrária, ou seja, as reformas urbanas não iriam incorporar mudanças no campo. Como consequência da não realização da reforma agrária, ocorre grande migração do campo para a cidade e fica evidente o papel das industrias como centraia no estado de São Paulo para garantir a manutenção do poder econômico da região.

A conjuntura de São Paulo, entretanto, não é unicamente econômica: é também decorrente de um acordo político. Se instala o exclusivismo metropolitano. O projeto industrializante é baseada na substituição de importações e o Brasil se fecha às importações para incentivar a produção nacional. Logo, o exclusivismo metropolitano se manifesta no fato de que o resto do pais só poderia comprar em são Paulo.

Nesse ponto, Moreira enxega uma crítica: a industrialização foi realizada tardiamente, tendo um atraso na montagem das industrias. O capital industrial não comandava a economia, e sim as commodities que eram exportadas. A industrialização é restringida, pois depende das exportações de café para importar maquinas.

Tudo passa a ser questionado em 1980, pois o mundo está passando pela terceira revolução industrial. Mas essas mudanças não entram no Brasil já que a economia está fechada. O parque produtivo acaba envelhecendo em um período de alto desenvolvimento tecnológico. Os preços dos bens tornam-se enormes graças ao grau de monopólio das industriais nacionais. Há insuficiência em termos de competição.

A década de 80, por conta da divida externa e do ajuste exportador vai manter a economia fechada para garantir os superávits no balanço para pagamento do juros da dívida. Os acontecimentos dessa década serão utilizados para justificar a implementação do programa neoliberal. Enquanto os países asiáticos privatizam a divida, o Brasil estatiza sua. A forma de inserção na globalização financeira também se deu de modo diferente dos países asiáticos. O capital que chega é especulativo, ele não chega para avançar a estrutura produtiva.

A indústria brasileira se mostra envelhecida, acumula altas margens de lucro, não contem competitividade. O programa neoliberal busca trazer medidas para solucionar esse quadro

Collor lança um plano para conter a inflação junto com a realização de reformas. A primeira reforma seria produtiva (reduzir a presença do estado na atividade econômica). Há primeiramente um problema de perdas de propriedades. Muitas industrias privatizadas abandonaram o território nacional e o Brasil fica sem a produção desses bens. Há queda nas tarifas aduaneiras, reduzindo o grau de proteção da estrutura produtiva. O resultado é o aumento do coeficiente de importação ( em 1990 as importações eram 5% do PIB, anos depois 20% do PIB), o Brasil que operava com superávit passa a operar com déficit já que as importações crescem mais que as exportações.

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