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Adam Smith

Por:   •  11/4/2019  •  Resenha  •  3.503 Palavras (15 Páginas)  •  180 Visualizações

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SOBRE O AUTOR E A OBRA

Adam Smith, natural da Escócia, é considerado como “fundador” da economia política devido ao seu livro A Riqueza das Nações, no qual propõe uma interpretação abrangente dos fenômenos econômicos, organizado segundo um sistema de leis, explicando a interação dos seus diversos agentes.

Estudioso desde novo, com cerca de trinta anos ganhou uma cadeira de lógica e passou a ministrar a cadeira de filosofia moral na Universidade de Glasgow. Foi do aprofundamento das questões tratadas em seu curso junto a observação dos debates filosóficos que permeavam sua época, como a relação entre paixões individuais e bem comum ou a da crença da existência de leis universais, que nasceu sua reflexão econômica.

        Com críticas ao sistema mercantilista de sua época, que confundia riqueza e matérias que a simbolizam como também pujança econômica da nação e a de seu soberano, A riqueza das nações tem como seu principal estudo a riqueza: em que consiste e como ampliá-la. Em sua obra, Smith trata da criação e distribuição dos bens e serviços, do dinheiro, do crescimento econômico, do papel das diversas classes social e do Estado, do comércio nos planos nacional e mundial e dos mercados, dos tributos e da política econômica

VALOR, CAPITAL E RIQUEZA NOS PRIMÓRDIOS DA ECONOMIA POLÍTICA

        No séc. XVIII a natureza do valor e da riqueza era um ponto central a ser esclarecido. Seu desvendamento parecia necessário para se elaborar uma medida invariável adequada, passível de ser usada em comparações entre países e através dos séculos. Assim se poderiam definir melhor as atitudes corretas a serem adotadas no sentido de ampliar a riqueza e o poderio nacionais. Quando se fica sujeito as mutáveis relações de troca dos distintos bens, corre-se o risco de que alguma modificação destas - em particular, a queda do valor relativo do bem acumulado – anule o esforço anterior da acumulação.

        Ao se lançar sobre o tema de valor, Smith reflete essa preocupação da época e promove avanços em diversos pontos. Primeiramente distinguindo valor de troca e valor de uso separando o valor alcançado no mercado do conferido pela utilização particular do bem.

        O segundo ponto é a identificação de sua medida real, que só pode ser determinada com o desvendamento de sua natureza. Como o dinheiro usado pelos mercantilistas para medir a riqueza é apenas uma medida arbitrária, já que o valor do mesmo está sujeito a alterações, Smith denomina o preço em dinheiro como preço nominal. Smith elege o trabalho como sua medida de valor afirmando que o preço real de uma mercadoria é o custo humano para obtê-la, a dose de sacrifício e de renúncia necessários para que seja produzida, pois uma mesma quantidade de trabalho sempre significa o mesmo custo, nesses termos para o autor.

        O terceiro abordado é a identificação das partes componentes do valor de troca, remetendo as suas fontes. Considerando o juro como parte da remuneração do capital, Smith determina que as fontes de valor são: os salários, remuneração do trabalho; a renda da terra, que paga a utilização da mesma; os lucros: remuneração da riqueza acumulada em forma de capital. Essas três fontes em conjunto formam o valor ou preço natural.

        O quarto item relevante são as circunstâncias em que os preços de mercado podem se se situar acima ou abaixo dos preços naturais em função de discrepâncias entre oferta e demanda. Preços de mercado acima dos naturais tendem a favorecer ampliação da oferta e vice-versa. Porém dificuldade de informação ou situações que impeçam a ampliação da oferta podem permitir a permanência do preço de mercado elevado, mas o mesmo não ocorreria no caso inverso, pois salário, lucros ou rendas da terra abaixo de suas taxas naturais levariam necessariamente ao abandono da produção por parte de seus detentores.

        Mudando para o tema do capital e sua acumulação, está na obra uma das contribuições mais importantes do autor: a elaboração do conceito de capital como importante elemento do processo produtivo e fonte de apropriação de valor, na forma de lucro. É ele quem pela primeira vez associa claramente o lucro ao emprego de capital, ou seja, de riqueza previamente acumulada e não simplesmente ao ato de se vender a preço maior do que compra. É esse emprego do capital que permite a criação de valor porque está associado a elevação da produtividade, se um agente é mais produtivo que os demais conseguem ser, isso lhe permitirá auferir renda.

        Essa produtividade se baseia em alguma medida na divisão do trabalho entre os membros de uma sociedade. Para Smith, a divisão do trabalho significa maior especialização, menores custos de mudar de uma atividade a outra, além de favorecer a introdução de maquinaria, o que acarretam diretamente o aumento da produtividade.

        Tendo em vista que para o aprofundamento da divisão do trabalho é necessário a ampliação da riqueza previamente acumulada, é importante acumular riqueza para viabilizar as formas mais avançadas de produzir. Conforme esse aprofundamento aumenta, passa se depender de maior volume de instrumentos de trabalho, maior disponibilidade de matérias-primas e de bens de subsistência para os trabalhadores durante o período de produção. Por isso é preciso estimular a acumulação de capital, através da utilização produtiva da riqueza obtida.

        Smith também levantava a bandeira do livre comércio, igual a outros na sua época. Mas diferente de outros pensadores, para Smith o problema não passava pela questão do preço (argumentavam sobre ampliação ou rebaixamento do mesmo), e sim em estimular a ampliação dos mercados, causando a divisão do trabalho e o grau de especialização dos produtores.

        A “mão invisível” é una imagem metafórica, pela qual Smith argumentava que, apesar de as decisões numa economia de mercado serem tomadas de modo descentralizado pelos produtores, seguindo seus próprios interesses egoístas, elas levam a consecução dos melhores interesses do conjunto da sociedade. A mão invisível do livre comércio é que dá coerência e eficácia a essas decisões e que compatibiliza busca de interesses privados e bem público. O principal objetivo para isso é que a elevação da produtividade permite que todos ganhem. Os indivíduos percebem que podem se tornar mais ricos ao se especializarem numa atividade particular e, assim contribuem, mesmo que de forma não-intencional, para o aprofundamento da divisão do trabalho. Portanto, ao buscarem seu próprio interesse, sem necessidade de nenhuma intervenção legal, colaboram para o crescimento do conjunto da riqueza da nação.

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