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As Políticas econômicas do Estado chinês de 1970 a 2000 e a convergência cultural-histórica

Por:   •  19/12/2017  •  Artigo  •  2.624 Palavras (11 Páginas)  •  259 Visualizações

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As políticas econômicas do Estado chinês de 1970 a 2000 e a convergência cultural-histórica

Axell Rodrygo Santos Amaral de Melo - 11319343

Resumo

        No presente artigo visa-se expor quais foram as políticas econômicas no período de 1970 a 2000 do governo chinês para estabelecer a reforma no país, bem como, o processo histórico enraizado na cultura chinesa. Este artigo não abordará as consequências sociais da política econômica adotadas pela República Popular da China.

Palavras-chave: China, Políticas econômicas, reforma chinesa, processo histórico, raízes culturais chinesas.

Introdução 

  • Como as tradições e costumes refletem no modelo e crescimento econômico da China.

Inicialmente, para melhor compreender como as tradições e costumes refletem no modelo e crescimento econômico da China, vale-se usar a comparação que o autor faz entre o desenvolvimento do sistema de Estados asiático e o sistema europeu. As diferenças, mais do que as semelhanças, é que marcam o viés da abordagem de desenvolvimento chinês.

O sistema de Estados asiáticos consolidou-se muito antes dos europeus. Uma região marcada pela consolidação dos Estados-Nações e o desenvolvimento de um sistema interestatal provido de relações diplomáticas e normas e regras que regulava suas interações. A China, era o centro de sistema, com características comerciais-tributárias. No modelo de interação asiático a dinâmica em relação aos Estados regionais eram outras. A busca por cooperações entre os Estados era o centro do modelo asiático. Diferentemente, do modelo europeu, que buscavam tornassem impérios ultramarinos e a dinâmica militar era que dava o tom das relações entre as nações europeias. No sistema asiático houveram apenas conflitos pontuais afim de consolidar e proteger o interesse nacional.  

        A questão militar na China restringiu-se apenas as questões fronteiriças e de defesa contra o Japão. Quando resolvidas as questões lindeiras e a da segurança nacional, o governo chinês voltou-se para questões de policiamento interno. Outra diferença em relação ao modelo europeu, consiste que quando o império chinês se expandiu geograficamente para ajustar as questões lindeiras, não buscam colonizar e impor vassalagem ao império, mas sim investir para o desenvolvimento e a integração econômica com Estado chinês.

        Outro aspecto diferenciador entre os dois sistemas estava na importância e peso político e econômico dados ao comércio de longa distância entre os dois sistemas. Enquanto para a Europa essas linhas comerciais geravam grande lucro e eram de muita importância, para os asiáticos essas relações eram menos importantes que as relações comerciais desenvolvidas dentro de seu sistema e, especialmente para a China, dentro de seu Estado, que detinha um mercado interno em ascensão.

        O repudio pelo comércio exterior vinha de uma doutrinação do governo chinês de investir na expansão do mercado interno. A China buscava incentivar o comércio, principalmente o tributado, visando ampliar o mercado interno. Os chineses primazia por uma cordial relação com seus vizinhos sem buscar impor a soberania chinesa. Por isso, os chineses cobravam um pequeno tributo para os Estado aliados vendendo sua aliança, podendo assim, controlar a economia e a circulação de fluxos de mercadorias entre as fronteiras.

         A política estatal chinesa era de clara preferência a fomentação do mercado interno. O Estado chinês dedicava-se assim a investir em infraestrutura, principalmente nas condições de produção, como também, o desenvolvimento regional para promover a integração nacional multiplicar as raízes estatais no mercado. Então, o modelo econômico chinês era em teoria não capitalista por não buscar modernizar a produção e uma busca desenfreada por lucros e novos mercados.

        A entrada do mundo ocidental no mundo oriental interrompeu o equilibro do sistema asiático promovendo guerras e disputas que o continente não tinham há 500 anos. O modelo europeu por sua superioridade econômica e militar tiveram êxito no romper o sistema asiático levando ao fim o desenvolvimento econômico regional e do mercado interno chinês que se desestabilizou profundamente com a entrada de produtos e empresas europeias.

Desenvolvimento

  • Medidas econômicas da China

Ao contrário do que se pensa, não foi apenas a mão de obra barata e abundante que atraiu o capital financeiro externo para República Popular da China, mas um conjunto de características peculiares da cultura chinesa a tornaram mais atrativa do que outros mercados. A china possuía uma elevada qualidade em termos de saúde, educação e capacidade de autogerenciamento, somados as condições de oferta e demanda de mobilização produtiva dessa reserva dentro da própria China. Essas características, são inerentes ao capital externo, são frutos de um desenvolvimento baseado em tradições nativas.

Para entender a receita do crescimento chinês deve-se primeiramente descartar uma hipótese de adesão a ideologia neoliberal defendida por muitos estudiosos como o caminho escolhido pela China. Essa afirmação é desmentida quando se olha o resultado das receitas neoliberais na América Latina, África Subsaariana e na antiga URSS.

O direcionamento tomado pelo governo chinês aproxima-se muito mais da concepção de Adam Smith de desenvolvimento com base no mercado. Assim “[...] os governos usam o mercado como instrumento de domínio e, ao liberar o comércio, fazem-no aos poucos, para não perturbar a “tranquilidade pública”. Eles fazem os capitalistas, e não trabalhadores, competir entre si, de modo que o lucro seja levado ao nível mínimo tolerável. Encorajam a divisão de trabalho entre unidades de produção e comunidades, e não no interior delas, investem em educação ara contrabalancear o efeito negativo do mercado interno e ao desenvolvimento agrícola como base principal da industrialização e, com o tempo, ao investimento estrangeiro e ao comércio exterior.”(ARRIGHI, 2008) A maioria das características do governo chinês encaixam-se nessa concepção de Smith, no entanto, o governo chinês sempre manteve-se no controle dessas relações e sem ceder ao interesse do capital estrangeiro, principalmente o dos Estados Unidos.

Seguindo, talvez, outro conselho de Smith o governo de Deng visou primeiramente a reformar interna e da agricultura. Entre 1978 e 1983 duas medidas foram tomadas para iniciar a reforma. A primeira foi a introdução do Sistema de Responsabilidade Familiar, que retirou das comunas o peso das responsabilidades por decisões e controle dos excedentes agrícolas e devolve-las às famílias rurais. A segunda medida foi a elevação substancial dos preços dos produtos agrícolas, o que resultou num aumento extraordinário dos lucros da atividade rural, livrando assim as comunas de atividades agrícolas e podendo produzir agora produtos não-agrícolas. Para controlar o surto agrícola e evitar a evasão do camponês o governo promulgou uma séria de medidas restritivas, que aos poucos foram sendo revogadas até que fossem estabelecidas as Empresas de Aldeias e Municípios (EAMs) de propriedade coletiva.

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