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As causas de uma queda acentuada do Eike

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Por:   •  14/9/2013  •  Artigo  •  989 Palavras (4 Páginas)  •  369 Visualizações

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Em quatro anos, de 2006 a 2010, o empresário Eike Batista arrecadou 13,6 bilhões de reais de investidores brasileiros. O BNDES entrou com R$ 10 bilhões. De 2009 para cá o maná oficial desceu mais generosamente dos cofres celestes do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, alimentado pelo FAT (o Fundo de Amparo ao Trabalhador, formado por recursos do FGTS dos assalariados nacionais) e do caixa do tesouro nacional – dinheiro da viúva, como se diz.

Nesse período, a imprensa e as elites não pararam de jogar confetes sobre a cabeça coroada de Eike. Afinal, ele é branco, bonito, atlético, foi por uns tempos marido da beldade Luma de Oliveira e é de um ramo familiar estrangeiro, contribuição de sua mãe, que lhe deu o nome nórdico, suposto traço de nobiliarquia.

A lenda, por ele mesmo manobrada, lhe atribuiu a condição de verdadeiro Indiana Jones brasileiro. Eike começou a ganhar dinheiro comprando ouro diretamente na fonte, nos garimpos poluidores dos rincões amazônicos, e revendendo-o nas praças da mercadoria, por preço muito maior.

Certamente não teria sido mais do que um esperto atravessador se não contasse com a ajuda – quase sempre invisível – do pai, o engenheiro Eliezer Batista da Silva, que foi ministro de minas e energia, chefe da inteligência federal (sob Collor de Mello) e presidente da Vale, a maior vendedora de minério de ferro do mundo além de se revelar um gênio na articulação de commodities minerais à logística de exportação.

Mesmo o “mapa da mina” fornecido pelo pai não teria sido suficiente para dar a Eike a notoriedade que conquistou quando começou a galgar os patamares nas relações dos homens mais ricos do Brasil e, a seguir, do mundo. Quando chegou ao 6º lugar nas listas das revistas Forbes e Fortune, garantiu que logo ocuparia a posição do mexicano Carlos Slim, o nº 1 no ranking dos superbilionários mundiais.

Os que acreditam em contos da carochinha começaram a aguardar por esse dia de glória para os magnatas nacionais. Foram surpreendidos pela queda vertiginosa de Eike, que nem está mais na lista dos 100 mais ricos do planeta e deixou de ser o cabeça da corte brasileira.

Ao longo de 2012, o valor das ações de suas empresas, que levam um pretensioso X na razão social, caiu mais de 70%. Neste início de 2012 as perdas foram de mais 30%. A ação da principal empresa, a OGX, teve desvalorização recorde: em 22 de fevereiro de 2012 ela valia R$ 18,18 e, em 11 de março de 2013, claudicava em R$ 2,50.

A dinâmica dos fatos se encarregou de dar razão aos espíritos de porco que teimavam em dizer que o aventureiro e especulador Eike Batista levantara castelos de cartas. O jogo era audacioso, mas simples: montava brilhantes portfólios, contratava gente de valor para abrilhantar suas cadeias de X e contava com a extrema generosidade do governo, através do BNDES. Mais do que generosidade: parceria.

O dinheiro jorrou das burras do banco criado por Getúlio Vargas muito mais do que dos campos de petróleo do pré-sal que Eike arrematou. O BNDES, como cão de fila do chefe do executivo federal, foi mais longe do que jogar temerariamente fantásticos volumes de dinheiro nas empreitadas do bilionário de papel: forçou arranjos para corrigir, remendar ou dar aparência lógica a projetos desengonçados, que não saem do papel ou se transformam em garranchos produtivos, econômicos e financeiros.

Um balanço do desempenho no ano passado mostra que as cinco empresas de capital aberto (a holding é uma firma limitada) de petróleo, mineração, energia, construção naval e serviços offshore e logística de Eike tiveram receita líquida de pouco mais de R$ 1,7 bilhão e prejuízo ligeiramente

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