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Cidades Globais: Antagonismo ou Complementaridade?

Por:   •  15/8/2017  •  Resenha  •  2.749 Palavras (11 Páginas)  •  252 Visualizações

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  1. TÍTULO

Crescimento do perímetro urbano da Região Metropolitana do Cariri- RMCariri desde a sua criação em 2009

  1. RESUMO

O Brasil experimentou, na segunda metade do século XX, uma das mais aceleradas transições urbanas da história mundial. Esta transformou rapidamente um país rural e agrícola em um país urbano e metropolitano, no qual grande parte da população passou a morar em cidades grandes. Apesar da precocidade da transição urbana, as cidades brasileiras ainda enfrentam desafios sociais, econômicos e ambientais pesados. Essa mutação abrupta não se processou de forma harmoniosa, tendo sido particularmente difícil para os contingentes mais pobres que, apesar de representar a parcela majoritária do crescimento urbano e um motor essencial do desenvolvimento nacional, raramente tiveram seu lugar contemplado na expansão urbana. Diante desta conjuntura, a presente pesquisa se propõe a investigar, as alterações nas condições socioeconômicas a partir do crescimento do perímetro urbano da Região Metropolitana do Cariri Cearense - RMC/CE, a partir de uma análise qualitativa, através de pesquisa histórica-estrutural, com aporte bibliográfico para elencar os conceitos, desafios e perspectivas da temática em estudo.

Palavras-Chave: Perímetro urbano, Crescimento, RMCariri.

  1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O nascimento da sociedade industrial é o marco das mudanças significativas nos modelos de organização do tempo e das atividades diárias que antes eram conhecidas. Essa nova sociedade se desenvolveu no movimento da Revolução Industrial, iniciado no século XVIII, na Inglaterra, e, marca o período dos tempos modernos, conhecido na divisão histórica do tempo como Idade Contemporânea. A etapa iniciada desde então se caracteriza por uma dinâmica predominantemente capitalista industrial em sua forma desimpedida.

Esse desenvolvimento desimpedido do capitalismo em novas regiões é uma necessidade absoluta para a sobrevivência do capitalismo. Essas novas regiões são os lugares onde o excesso de capitais superacumulados podem mais facilmente ser absorvidos, criando novos mercados e novas oportunidades de investimentos rentáveis. (HARVEY, 2006, p. 118). 

Essas novas oportunidades se destacam pela industrialização e seu componente urbano, que são os principais fatores de transformação do espaço geográfico, pois interferem nos fluxos populacionais, reorganizam as atividades nos contextos da sociedade e promove a instrumentalização das diferentes técnicas e meios técnicos, que são essenciais para as atividades humanas.  

O Brasil experimentou, na segunda metade do século XX, uma das mais aceleradas transições urbanas da história mundial. Esta transformou rapidamente um país rural e agrícola em um país urbano e metropolitano, no qual grande parte da população passou a morar em cidades grandes. Julgado em termos do número e tamanho de cidades, do peso das cidades na geração do PIB e do desenvolvimento da rede urbana, pode-se dizer que a urbanização brasileira já atingiu um grau elevado de maturidade. Garantindo, principalmente, melhorias a nível tecnológico e informacional. (BAENINGER, 2007).

A ciência, a tecnologia e a informação estão na base mesma de todas as formas de utilização e funcionamento do espaço, da mesma forma que participam da criação de novos processos vitais [...]. Os espaços, assim requalificados, atendem sobretudo a interesses dos atores hegemônicos da economia e da sociedade, e desse modo são incorporados plenamente as correntes de globalização. (SANTOS, 2008, p. 48). 

Esses interesses disseminam-se por diferentes territórios, podendo ser entendido como resultado de uma combinação de fatores diversos. Ao mesmo tempo em que se constitui a partir dos atores sociais, é definido e delimitado pelas relações de poder, estabelecidas entre Estado, organizações e indivíduo. Assim, a ação de pessoas e grupos, no exercício do poder, e as suas interações, nas esferas política, econômica, social e cultural, conduzem a sistemas de redes, que configura o território (SANTOS, 2006).

Em outra análise, o território pode ser compreendido como resultado de um processo de territorialização, pautado nas territorialidades (SAQUET, 2006). Tais territorialidades estão fortemente ligadas ao lugar, apesar de possuírem continuidades e descontinuidades no tempo e no espaço. Dão identidade ao mesmo tempo em que são influenciadas por condições históricas e geográficas do lugar. Nesse sentido, as relações econômicas, políticas e culturais, em um âmbito interno ou em sua relação com o exterior, apropriam e ordenam o território. (SANTOS, 2008).

Segundo Harvey (2006), é necessário criar e inserir uma teoria espacial. Com base na tarefa atual que é elaborar uma teoria das relações espaciais e do desenvolvimento geográfico no capitalismo que permita explicar a evolução e as funções do Estado, do desenvolvimento geográfico desigual, das desigualdades inter-regionais, do imperialismo e a urbanização. Tal orientação procura verificar as interações entre espaço e tempo sem privilegiar um ou outro em sua dinâmica urbana expansionista.

Apesar da precocidade da transição urbana, as cidades brasileiras ainda enfrentam desafios sociais, econômicos e ambientais pesados. Essa mutação abrupta não se processou de forma harmoniosa, tendo sido particularmente difícil para os contingentes mais pobres que, apesar de representar a parcela majoritária do crescimento urbano e um motor essencial do desenvolvimento nacional, raramente tiveram seu lugar contemplado na expansão urbana. Esse descaso com as necessidades do maior grupo social está na raiz dos grandes problemas sociais e ambientais que afligem as cidades brasileiras no século XXI (SAQUET, 2006).

Segundo Léfèbvre, o “urbano é a simultaneidade, a reunião, é uma forma social que se afirma” (1986, p. 159), enquanto a cidade “é um objeto espacial que ocupa um lugar e uma situação” (1972, p. 65) ou “a projeção da sociedade sobre um local” (2001, p. 56). A urbanização é tida como um sinal da vitalidade econômica de uma região, no entanto, as cidades são raramente planejadas, o que provoca problemas de degradação ambiental e ecológica. Nesse contexto, destacam-se ainda as degradações ambientais oriundas do processo de crescimento urbano sem planejamento ou talvez sem a devida fiscalização pública, pois, segundo IBGE (2010), mais de 84% da população brasileira vive nas cidades.  

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