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Desenvolvimento da utilidade

Por:   •  8/9/2015  •  Resenha  •  656 Palavras (3 Páginas)  •  349 Visualizações

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A teoria da utilidade de Jeremy Bentham para Daniel Kahneman

Resenha

Publicado pela London School of Ecomics em 2004, o artigo “A teoria da utilidade de Jeremy Bentham para Daniel Kahneman”, de autoria do professor Daniel Leia, aborda a teoria utilitarista frente à teoria da utilidade experiente. Objetiva, pois, confrontar as ideias defendidas por Jeremy Bentham na sua teoria utilitarista, em conformidade com a teoria da utilidade experiente proposta por Daniel Kahneman. Confronta a utilidade como possibilidade de aumentar ou diminuir a felicidade de Bentham, ou a utilidade fundamentada pelo que se deseja alcançar, com a utilidade racional ou teoria da escolha racional de Daniel Kahneman.

Abordando sobre o utilitarismo de Bentham, diz o autor que sua filosofia se volta à busca quantificada de algo bom ou ruim. É o próprio indivíduo que dá a devida valorização ao que deseja obter. Quanto mais valores o indivíduo se dá mais chances terá de obter o desejado. Maximiza-se a utilidade pelo valor proposto pela própria pessoa. Maximiza-se a ação pela utilidade que aquele bem possa trazer ao sujeito. As escolhas também devem ser feitas pelo grau de bondade ou maldade escolhido pelo sujeito. Tais ideias morais de Bentham acabaram influenciando os economistas.

As escolhas possuem primordial importância na teoria de Bentham. Os economistas procuraram vinculá-la ao comportamento do mercado: não se sabe o que vai ser bom ou ruim para as pessoas, mas tornar algo aceitável e útil será sempre um objetivo. A busca da utilidade total foi defendida pelo pensamento econômico normativo.

Contudo, outros economistas rejeitaram as ideias utilitaristas. Pregaram que nem sempre os desejos trazem satisfação, podendo mesmo diferir. Com base na chamada utilidade marginal, foi proposta uma utilidade parcial, dosada. Contudo, não deixando de haver uma dependência entre o que é rejeitado e o que é desejado, pois podendo ser avistável uma escala de valores.

Edeworth, discípulo de Bentham, defendeu uma utilidade total, onde o todo proporciona a satisfação do consumidor, de modo indiferente. Contudo, tal concepção foi combatida pela utilidade ordinal, defendida por Pareto, onde a utilidade obedece a uma ordem de preferência. O consumidor observa o todo indiferentemente, mas acaba tendo preferências. São as preferências que determinam as escolhas.

Entretanto, Daniel Kahneman foi o responsável pelo retorno do utilitarismo de Bentham, através da teoria da utilidade experiente. Nesta, o sujeito é avesso ao risco e procura maximizar seu bem estar de maneira racional. A teoria baseia-se ainda na crença de que as escolhas das pessoas podem ser mensuráveis. A teoria pressupõe ainda um juízo de valor ante o objeto que se tenha como utilidade. Quanto mais o objeto proporcionar utilidade mais a decisão será tida como ótima.

Kahneman e outros autores distinguiram ainda utilidade experiente e utilidade na decisão. Utilidade experiente é aquela racional, enquanto a de decisão é aquela refletida na escolha. A utilidade experiente abdica do risco, enquanto a utilidade de decisão pode trazer consequências inesperadas. O sujeito experiente nunca dá prevalência à utilidade de decisão, principalmente por temer riscos.

Outra consequência disso é que as escolhas (utilidade experiente) diferem daquilo que mais agrada ao sujeito (utilidade de decisão). Daí ser possível medir aquilo que o indivíduo possa adquirir racionalmente e o que o faça apenas por satisfação. A teoria da utilidade experiente também difere da teoria da utilidade instantânea, vez esta se aproxima da decisão, e que tem prevalência apenas em função da satisfação de um desejo.

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